Saltar da navegação

Diagnosticado Caso de Tosse Convulsa – Serviços de Saúde


Os Serviços de Saúde foram notificados esta quarta-feira (20 de Junho) pelo Hospital Kiang Wu para a detecção de um caso de tosse convulsa num bebé com dois meses de idade.

No dia 28 de Maio o bebé começou a manifestar tosse paroxística que gradualmente se agravou. Nos dias 5, 6, 7 e 9 de Junho, os pais recorreram, respectivamente, à consulta externa de pediatria do Hospital Kiang Wu (Taipa), Policlínica de Crianças Saudáveis (em inglês, Healthy Kids Polyclinic), e à consulta externa pediátrica do Centro Hospitalar Conde de São Januário, tendo sido o bebé diagnosticado influenza comum. No dia 11 de Junho, recorreu outra vez ao Hospital Kiang Wu devido à continuação de sintomas e o bebé ficou internado para tratamento. Dado à manifestação da tosse paroxística, o bebé foi submetido ao teste PCR e as amostras recolhidas evidenciaram reacção positiva a Bordetella IS481, tendo sido diagnosticado tosse convulsa.

Quando o bebé manifestou os primeiros sintomas morava em casa dos avós. A mãe do bebé, a empregada doméstica e a avó tinham antecedentes clínicos de tosse antes do aparecimento de sintomas do bebé. Ao bebé não tinha sido administrada a primeira dose de vacina contra a tosse convulsa porque apresentou indisposição, mas administrou a primeira dose de vacina contra a tosse convulsa dois dias após a manifestação de sintomas. Os Serviços de Saúde procederam à medicação preventiva dos familiares, cuidadores e pessoas de contacto próximo que conviveram com o bebé. Este caso de tosse convulsa é o quarto registado em 2018.

A tosse convulsa é causada por um cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em alta voz e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitida por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença.

A vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros em Macau, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de acrescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis a diminuição gradual dos anticorpos de infecção espontânea nas grávidas e nos outros adultos. O aumento da atenção dos profissionais de saúde, assim como o aumento da sensibilidade dos métodos de detecção constituem também razões para o acréscimo de casos da tosse convulsa no Território. Para reduzir o risco de infecção com tosse convulsa dos bebés e crianças não vacinados, os Serviços de Saúde estão a proceder à revisão do Programa de Vacinação da RAEM, introduzindo vacina que inclui ingredientes de prevenção da tosse convulsa para os alunos do 6.º ano do ensino primário e os adultos como mulheres grávidas.

Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti-tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida.

Os Serviços de Saúde apelam aos pais para submeterem os seus filhos às vacinações recomendadas, não devendo deslocar-se com as crianças, em particular, aquelas que tenham menos de 12 meses e que ainda não concluíram o processo inicial de vacinação, a locais com grande aglomeração de pessoas ou onde existam situações epidemiológicas reportadas relativas a doenças transmissíveis e que a situação seja diferente de Macau, devendo também evitar contacto com pessoas infectadas. As famílias, as creches e as escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental. Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas.



Há algo de errado com esta página?

Ajude-nos a melhorar o GOV.MO

* Campo obrigatório

Enviar