O Chefe do Executivo, Chui Sai On, presidiu, hoje (16 de Julho), a uma reunião interdepartamental para conhecer o relatório dos dirigentes de serviços sobre o ponto de situação e as dificuldades no âmbito dos trabalhos para a prevenção de inundações. No encontro, deu instruções para que os diversos serviços públicos envidem os maiores esforços de modo a ultrapassar as dificuldades, referindo, particularmente, os últimos dois dias, que registaram inundações no Porto Interior devido à maré astronómica, facto que reflecte, uma vez mais, a necessidade de aperfeiçoar e resolver o problema. Disse esperar dos serviços competentes um reforço das acções, no sentido de haver uma resposta mais eficaz sobre o impacto que a época das tempestades tropicais e do mau tempo trazem à cidade.
Na reunião estiveram presentes a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Ma Io Kun, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, o director do Gabinete de Comunicação Social (GCS), Victor Chan, a directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, o director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Raymond Tam, o adjunto do comandante-geral dos SPU e chefia do Centro de Coordenação e Protecção Civil (CCPC), Ng Kam Wa, o presidente substituto do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Lo Chi Kin, e a directora substituta do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Lao Wan Seong. Os presentes fizeram uma apresentação sobre as acções tomadas, nos últimos dois dias, face às cheias ocorridas na zona do Porto Interior, bem como as medidas de aperfeiçoamento e ainda o ponto de situação do plano das obras de melhoria a longo prazo.
Chui Sai On referiu que o governo determinou uma série de medidas e projectos de obras para resolver o problema das cheias no Porto Interior, que vão desde a drenagem até à prevenção e protecção. Recordou que Macau atravessa a época de tempestades tropicais e de chuvas, considerando importante um fortalecimento dos trabalhos do governo. Espera que antes de concluir as medidas de aperfeiçoamento e as obras de longo prazo, isto é, nesta fase de transição, sejam implementadas propostas eficazes para atenuar as consequências das inundações que os residentes e os proprietários dos estabelecimentos comerciais do Porto Interior enfrentam.
O dirigente máximo da Região Adminsitrativa Especial de Macau (RAEM) manifestou atenção, com especial destaque, à situação actual dos trabalhos para intensificar as redes de esgotos, incluindo o funcionamento das estações de bombas de água existentes e as outras medidas de escoamento, tais como o ponto de situação da construção de mais estações de bombas de água pluvial e de esgotos com caixas de seccionamento das águas pluviais. Além disso, manifestou também interesse em saber sobre os projectos levados a cabo a longo prazo, designadamente a eficácia e as obras para a construção de murros à margem contra inundações e de comportas. Indicou que as mensagens e a informação, emitidas em tempo real pela DSAMA e pelos SMG, sobre marés, podem ser transmitidas ao público por mais canais de comunicação e, em situações previstas de casos excepcionais de maré cheia, deve-se aumentar os alertas de aviso.
Na reunião, o presidente substituto do Conselho de Administração do IACM, Lo Chi Kin, reportou que os trabalhos preparatórios para a construção de mais estações de bombas de água e de esgotos com caixas de seccionamento das águas pluviais estão a decorrer conforme o calendário. No entanto, sublinhou que para evitar a repetição de escavação, o IACM aproveitou as obras do sistema de drenagem, actualmente em curso, na Avenida Almeida Ribeiro, para efectuar, ao mesmo tempo, as obras de preparação para corresponder ao sistema contra inundações acima referido, no intuito de minimizar o impacto, no futuro, causado às vias principais do trânsito. Quanto aos preparativos para a instalação do sistema electrónico de controlo e supervisionamento do funcionamento das estações de bombas de água e do sistema de escoamento de águas pluviais, referiu que também se encontram em curso. Reiterou que, consoante as situações concretas, o IACM irá, de imediato, avançar e reforçar os trabalhos de drenagem da rede dos esgotos e proceder à limpeza dos resíduos.
Durante a sua apresentação, o director dos SMG, Raymond Tam, apontou que entre os dias 13 e 15 registaram-se marés astronómicas e que de forma atempada, logo a partir do dia 12, os SMG foram divulgando informações sobre a possibilidade de ocorrência de inundações no Porto Interior. O responsável explicou que a inundação registada no dia 14 foi causada pelo fenómeno da maré astronómica, aliado ao vento forte vindo de leste, uma situação que equivaleu a um tufão n.º 3 e levou os SMG a emitir o sinal de ventos fortes de monção (bola preta). Esses factores juntos empurraram a água do mar até terra, com o nível do mar a subir de 0.2 metros para 0.4 metros.
De acordo com Raymond Tam, os dados das seis estações automáticas de vigilância dos SMG no Porto Interior demonstram que a situação da inundação acabou por ser idêntica à previsão que havia sido feita por esses serviços. Além disso, os SMG e a DSAMA irão reforçar a comunicação e discutir sobre a articulação dos dados concretos com os dados previstos, de modo a divulgarem as informações mais eficazmente e a população ficar ciente da situação real e das influências que poderão advir de determinados fenómenos.
Já o director da DSSOPT, Li Canfeng, referiu que será reforçada a análise aos muros contra os avanços das águas e aos danos ou escoamento na margem do rio, para proceder-se a reparações e consolidações em tempo oportuno. A par disso, a directora da DSAMA, Susana Wong, sublinhou que a «Tabela de Marés», publicada por esses serviços e destinada ao sector, servirá também para reforçar a sensibilização junto da comunicação social e do público para, assim, se aprofundar os seus conhecimentos sobre as previsões de maré cheia e maré baixa.
O comandante-geral dos SPU, Ma Io Kun, frisou durante a apresentação, que os SPU divulgaram em tempo oportuno informações à comunicação social e ao público sobre o condicionamento ao trânsito e a inundação. Apesar de o Corpo de Bombeiros (CB) não ter recebido qualquer pedido de ajuda relacionado com a inundação, algum pessoal foi enviado para o local por precaução. Simultaneamente, os Serviços de Alfândega (SA) e o CPSP estavam a acompanhar com atenção os desenvolvimentos na zona para proporcionarem apoio ou efectuarem operações de salvamento se necessário. Já a Estrutura de Protecção Civil poderia ser activada a qualquer momento, caso se justificasse.
Por seu turno, o director do GCS, Victor Chan, sugeriu aos serviços públicos uma divulgação das informações do governo através de vários meios e de uma forma mais diversificada, podendo a eficácia aumentar, nomeadamente com o uso das vantagens da comunicação multimédia.
O Chefe do Executivo deu ainda instruções aos serviços competentes para melhorarem a sua abordagem ao problema das inundações, através de uma cooperação e reforço das medidas de resposta imediata. Chui Sai On ordenou que se acelere o andamento da construção de projectos de médio e longo prazo e se fortaleça ainda os meios de divulgação de informações de alerta prévio para que a população obtenha informações atempadamente e esteja devidamente preparada. No que toca à situação da inundação do Porto Interior, o IACM deve continuar a reforçar os trabalhos de drenagem dos canais, de tratamento de resíduos, bem como aumentar os trabalhos de análise aos equipamentos de monitorização. Ao mesmo tempo, os SMG e outros serviços competentes devem estabelecer equipamentos de medição do nível da água no ponto mais afastado da margem do rio para haver um melhor conhecimento sobre a situação da subida do nível da água do mar.
Chui Sai On ressalvou também que por causa das mudanças climáticas a nível mundial torna-se cada vez mais difícil prever os fenómenos climáticos e o estado do tempo altera-se de forma muito rápida, o que aumenta a dificuldade dos trabalhos de todos os serviços. No entanto, o Chefe do Executivo avisa que o governo tem de enfrentar as dificuldades e resolver os problemas, diminuindo os perigos que a população possa vir a enfrentar.