A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) publicou o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2017 (doravante designado por “relatório”). O relatório mostra o estado do ambiente de Macau e as tendências de variação em diversas vertentes nos últimos 10 anos, nomeadamente a evolução socioeconómica, o ambiente atmosférico, o ambiente aquático, os resíduos sólidos, a conservação da natureza, o ruído ambiental e o investimento e a participação na área ambiental.
Em termos de ambiente atmosférico, conforme os registos de todas as estações de monitorização da qualidade do ar em 2017, o número dos dias classificados como “Bom” e “Moderado” ultrapassou 92% no número total de dias de monitorização, verificando-se uma descida face a 2016. Na estação ambiental (Taipa) registou-se um dia com nível classificado como “muito insalubre” e os índices de qualidade do ar tiveram melhores resultados em Junho e Julho e foram menos satisfatórios em Dezembro. Em 2017 o O3 foi o principal poluente atmosférico de Macau. Ao mesmo tempo, as concentrações médias anuais de PM10 e PM2,5 respeitam as normas, cujas tendências foram idênticas à tendência global da Rede de Monitorização da Qualidade do Ar da Região do Delta do Pérolas (Guangdong, Hong Kong e Macau). De acordo com as análises sobre os valores estimados de emissões de poluentes atmosféricos e de GEE de Macau, os respectivos valores de PM2.5, PM10, PTS e COVNM em 2016 foram sucessivamente mais reduzidos do que em 2015, mas devido ao aumento da produção de energia eléctrica e do consumo de combustíveis nos transportes, entre outros factores, os valores estimados de emissões dos restantes poluentes atmosféricos e dos GEE (excepto CH4) aumentaram em 2016 relativamente a 2015.
No tocante ao ambiente aquático, a qualidade da água potável em 2017 manteve, ainda, um baixo nível de salinidade e os coliformes totais das redes de abastecimento de água cumpriram os padrões do respectivo decreto-lei. Com o aumento do volume da água consumida no sector comercial verifica-se um aumento contínuo no volume total da água facturada de Macau. Em relação à qualidade das águas costeiras, a qualidade das águas costeiras em 2017 foi, em geral, quase idêntica à de 2016, e aqui merece a atenção para o índice de avaliação da exposição não metálica, que ainda ultrapassou o valor-padrão. Ao mesmo tempo, houve aumentos em graus diferentes nos níveis de eutrofização registados nos vários pontos de monitorização em comparação com 2016.
Quanto à gestão de resíduos sólidos verificou-se em 2017 um acréscimo em diferentes graus na quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados de Macau, na quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados per capita, na quantidade de resíduos especiais e perigosos e na quantidade de veículos abatidos face a 2016. E houve uma descida das quantidades de resíduos de materiais de construção, de lamas, de escórias e de cinzas volantes com a adopção de diversas medidas de redução de resíduos. Em paralelo, os tipos de resíduos recolhidos têm aumentado e a rede de recolha tem sido alargada continuamente. De acordo com os dados de importação e exportação, as taxas de recolha de resíduos recicláveis nas categorias de plástico, borracha, papéis e metais apresentaram em 2017 uma subida ligeira em comparação com 2016.
Na área da conservação da natureza, comparando os valores de 2016 com os de 2017, a área de zonas verdes em Macau é semelhante, a área de zonas verdes per capita diminuiu ligeiramente, não houve qualquer evolução no número de espécies arbóreas nas bermas das rodovias de Macau e o número de árvores nas bermas das rodovias decresceu substancialmente em 2017, devido ao tufão.
No que concerne ao ambiente sonoro em 2017, excepto a subida contínua dos níveis de ruído registada na Estação das Zonas Ecológicas, os níveis de ruído registados nas Estações da Avenida de Horta e Costa, da Rua Cidade de Braga, de Seac Pai Van e da Rua Correia da Silva estão próximos ou são inferiores aos níveis de 2016. Os ruídos provenientes da vida social, do tráfego rodoviário e das obras continuaram a ser as fontes de ruído que causam impactos mais consideráveis. Em 2017 foi verificado um aumento nítido do número de casos de reclamação relacionada com o ruído comparando com 2016. De acordo com os resultados da investigação geral sobre o ruído ambiental realizada em 2017 estima-se que haja cerca de 50% da população total de Macau que esteja exposta a ruído de ambiente exterior superior a 65 dB (A).
No domínio do investimento e da participação na área ambiental, o Governo da RAEM continuou a investir em 2017 nas despesas públicas com a protecção ambiental e a intensificar diversas cooperações regionais. O número de hotéis galardoados com o “Prémio Hotel Verde Macau” e o número total de instituições locais que obtiveram a certificação ambiental tem vindo a aumentar constantemente e, ainda, houve um acréscimo de entidades co-organizadoras das actividades de sensibilização e divulgação ambiental e do número total de participantes, o que traduz que as empresas e os residentes prestam cada vez mais atenção e dão mais importância às tarefas de protecção ambiental.
Em resumo, em 2017, em termos globais, todos os indicadores ambientais de Macau mantêm-se num nível relativamente estável. Todavia, com a recuperação económica e devido ao aumento visível do número de turistas e da intensidade do turismo, o consumo de electricidade, recursos hídricos, entre outros e a quantidade de resíduos sólidos urbanos apresentam, ainda, uma tendência crescente, revelando ainda a necessidade de maiores desafios para lidar com o ambiente atmosférico, a gestão de resíduos sólidos e o ambiente aquático.
As versões chinesas e portuguesas do Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2017 são publicadas na forma electrónica e, posteriormente, será publicada a versão inglesa. Para mais informações sobre o relatório consulte, por favor, o website da DSPA (http://www.dspa.gov.mo/richtext_report2017.aspx) ou faça a leitura do código QR.
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