O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e os Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (SAMA), notificaram os Serviços de Saúde que o relatório do Laboratório do IACM sobre as análises à água da Praia de Hac-Sá revelou a existência da bactéria Vibrio Cholerae (01,Hikojima), que pode causar cólera. Esta situação está a merecer por parte dos Serviços de Saúde grande atenção e por esse facto estão a ser feitas monitorizações para identificar eventuais casos de infecção. Até ao momento não foram detectadas situações anómalas.
A bactéria Vibrio cholerae é dividida numa variedade de sorogrupos, dos quais o sorogrupo 01 e o sorogrupo 0139 podem causar cólera. Desde o século XIX o sorogrupo 01 era espécie causadora de surtos a nível mundial enquanto o sorogrupo 0139 causou surtos limitados no Sudeste Asiático em 1992.
A cólera é uma doença transmissível intestinal aguda, com um período de incubação de 2-3 dias, que pode variar de poucas horas a 4-5 dias.
A doença é transmitida principalmente por água ou alimentos contaminados. Geralmente o Verão e Outono são estações com maior prevalência, sendo o período de pico de Julho a Agosto.
Os sintomas do paciente podem incluir diarreia intensa, vómitos e alta quantidade de fezes líquidas, resultando em desidratação grave. Se não for tratada a tempo, os casos graves podem causar a morte. Em teoria é possível nadar em águas contaminadas, pois os casos registados devido a essa situação são escassos. Contudo essa situação não é aconselhável.
No dia 14 de Agosto, foi içado pelos SAMA uma bandeira vermelha com indicação de proibição de entrar na água. Foi, também, afixado, um aviso na praia para consciencialização ao público.
Até ao momento, os Serviços de Saúde não receberam nenhum caso relacionado com a infecção, contudo, fazem apelo aos residentes para que tomem as devidas precauções. Não há razões para preocupação.
Em 1998, registaram-se 8 casos de cólera causada pelo sorogrupo 01 e estes casos não tinham relação com actividades da praia.
Nos registos históricos dos últimos 20 anos encontra-se por várias vezes a identificação da bactéria Vibrio cholerae em água da praia. Mas desde 1998 não há registos de casos de cólera.
Para prevenir a cólera e outras doenças transmissíveis por meio de alimentos, os residentes devem observar as seguintes normas de higiene:
Os mariscos devem ser bem lavados e bem cozidos antes de comer, sobretudo crustáceos e bivalves (como camarão, caranguejo, ostras, mexilhões, etc.);
A água deve ser bebida após ser fervida;
Lavar bem as mãos de forma correcta depois de utilizar as instalações sanitárias, e antes do consumo de alimentos.
Prestar atenção ao manuseamento e conservação dos alimentos crus e cozinhados, os quais devem ser separados com diferentes utensílios de alimentos para evitar a infecção cruzada;
Conservar os alimentos cozinhados a uma temperatura inferior a 5ºC ou a uma temperatura superior a 60ºC. É necessário reaquecer os alimentos até que a parte interna atinja uma temperatura de 75ºC;
Manter boa higiene ambiental.
Recomendações sobre a higiene alimentar ao viajar para regiões com condições precárias de higiene
Escolher os estabelecimentos de restauração com boa higiene. Não devem comprar alimentos cozidos em tendinhas ou em estabelecimentos de restauração que não possuam licença;
Consumir apenas alimentos bem cozidos, embalados e selados;
Beber apenas água fervida, bebidas enlatadas e engarrafadas e Produtos lácteos esterilizados;
Evitar ingerir sumo de fruta pré-extraído ou adicionar cubos de gelo na bebida;
Consumir a fruta bem levada, evitando comer fruta que tenha sido descascada ou cortada;
Caso pretenda obter esclarecimentos sobre a cólera pode ser usada a Linha aberta dos Serviços de Saúde através do número telefónico 28700800.