Os Serviços de Saúde foram notificados sexta-feira (21 de Junho) pelo Hospital Kiang Wu para a detecção de um caso de tosse convulsa num bebé de dezassete (17) meses de idade.
No dia 10 de Setembro este bebé começou a manifestar tosse paroxística. Nesse mesmo dia 10 e no dia 13 de Setembro, os pais recorreram ao Hoi Seng Medical Center, situado na Avenida 1 de Maio de Macau, e à consulta externa de pediatria do Hospital Kiang Wu.
Devido ao agravamento dos sintomas, no dia 17 de Setembro, a bebé foi hospitalizada no Hospital Kiang Wu onde se encontra em estado clínico considerado estável. A amostra de esfregaços da garganta foi positivamente testada pelo laboratório para a PCR IS481 de Bordella tendo sido diagnosticado como possível caso de Tosse Convulsa. Durante 1 de Julho e o dia 4 de Setembro, a bebé esteve em Fujian na companhia de familiares, avó e o seu irmão. Dois parentes dela tiveram sintomas óbvios de tosse. A paciente foi vacinada com três doses de Tosse Convulsa antes do início da doença. Os Serviços de Saúde estão a proceder à medicação preventiva dos familiares, cuidadores e pessoas de contacto próximo que conviveram com o bebé. Este caso é o 5º caso de tosse convulsas 2018
A tosse convulsa é causada por um cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em alta voz e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitida por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença.
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. A taxa efectiva de administração de 3 doses da vacina contra Tosse Convulsa é de 80 a 90% e é maior após a quarta dose administrada aquando da idade de 1 ano e meio. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de acrescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis que sob situação de diminuição de infecção espontânea, o anticorpo de grávidas e outros adultos reduz gradualmente.
Para fortalecer a imunidade da criança à Tosse Convulsa, os Serviços de Saúde ajustaram o programa de vacinação contra Tosse Convulsa em 1 de Setembro de 2018.
No passado, as crianças de Macau deixaram de ser vacinadas contra a tosse convulsa a partir dos sete anos de idade. Porém, a partir de agora, passa a ser administrada uma dose de vacina anti-tétano - difteria em dose reduzida - tosse convulsa acelular e em dose reduzida. A partir deste ano lectivo, os Serviços de Saúde vão vacinar os alunos qualificados do 1º ano e do 6º ano de escola primária, aumentando, assim o número de doses da vacina contra Tosse Convulsa que as crianças recebem. Passam de quatro para seis doses. Além disso, as mulheres grávidas e aquelas que nunca foram vacinadas com uma dose de vacina anti-tétano – difteria em dose reduzida – tosse convulsa acelular e em dose reduzida, devem proceder à vacinação , pois esta vacina é muito segura durante a gravidez e pode prevenir efectivamente o risco da infecção neonatal por Tosse Convulsa.
A vacinação das mulheres grávidas acima mencionadas e dos menores de 18 anos deve ser fornecida de acordo com os procedimentos normais durante os exames pré-natais de rotina, os cuidados de saúde em creches ou nas escolas de cada ano lectivo, serão conduzidos pelos centros de saúde ou pelo Hospital Kiang Wu, que tem um acordo de cooperação com os Serviços de Saúde, pelo que, os pais não precisam marcar uma consulta para vacinação. Para mais informações, ligue para a Linha Aberta de Doenças Infecciosas dos Serviços de Saúde através do n.º 28 700 800.