Antes, aqueles que estudavam intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente, ficavam ou na perspectiva chinesa ou na ocidental, para que observassem o encontro e a divergência entre as duas culturas. No entanto, nos últimos anos, ao refletirem sobre esse método de estudo, os historiadores e filósofos da área de intercâmbio cultural afirmam que são os seres humanos que passam e praticam a cultura. A troca de ideias faz-se entre pessoas, o que gera uma plataforma em que se desenvolverá uma nova forma cultural.
Macau, devido ao seu contexto histórico e localização geográfica, tem sido um local de intercâmbio cultural entre a China e Portugal. Sendo a arte essência cultural, vale a pena estudar como em Macau as artes chinesa e portuguesa convergem, criando novas perspectivas estéticas e formas de produção criativa. Diz-se que as artes dos dois países convivem em Macau, mas raramente se pergunta o que significa essa ideia genérica. Por exemplo, qual foi o contexto e quais os exemplos da convergência dos dois tipos de arte? Como foi a colaboração lusochinesa na produção dessas obras únicas?
Neste contexto, o Instituto Confúcio e o Centro Bilingue da Universidade de Macau convidam três artistas - Leong Iok Fai, André Aveline António e Gonçalo Cardoso de Menezes - que se têm dedicado à colaboração artistica, chinesa e portuguesa, para darem uma palestra, intitulada “Para além do Encontro das Culturas - História pintada em conjunto pelos artistas chineses e portugueses”, aos alunos e professores da Universidade de Macau e residentes de Macau. Espera-se que através das histórias e experiências deles se possa aprofundar o conhecimento sobre o contexto histórico e o fruto artístico dessa convergência de artes.
A palestra será realizada na Caixa Preta da Faculdade de Letras da UM (E21-G036), no dia 24 de outubro (4ª feira), das 18:00 às 19:00. Todos os interessados são bem-vindos.
Leong Iok Fai
Artista local. Começou a sua prática com Zhao Weifu em caligrafia, gravura, pintura chinesa, aquarelas e pintura a óleo.Nos últimos dez anos, participou e organizou mais de 20 exposições de arte. Atualmente é presidente da Associação de Pintura e Caligrafia Macau Oriente. Através da arte chinesa, a Associação tem o objetivo de cooperar com os artistas portugueses e outros artistas ocidentais que vivem em Macau, promover a cultura chinesa local e alargar o horizonte internacional do círculo artístico de Macau.
André Aveline António
Artista macaense estudou pintura chinesa, caligrafia e desenho em Hong Kong e Macau. Como macaense, André dedica-se ativamente ao contínuo intercâmbio entre artistas portugueses e locais, no estabelecimento da Associação de Pintura e Caligrafia Macau Oriente e na organização de exibições. É, atualmente, e presidente adjunto da Associação.
Gonçalo Cardoso de Menezes
Nascido em Lisboa é arquiteto e pintor amador. Desde 1990, tem trabalhado como arquiteto em Macau. Nos últimos 30 anos, tem participado em projetos de arquitetura em Portugal, Angola, Guiné-Bissau e Sudão. Além de participar em exposições de design arquitetónico, também faz pinturas em acrílico e aquarela.