A Organização Mundial de Saúde (OMS) - Delegação do Pacífico Ocidental anunciou, terça-feira, 31 de Outubro, os países e regiões do Pacífico Ocidental que obtiveram a certificação de eliminação da Rubéola. A Região Administrativa Especial de Macau, Austrália e Brunei juntam-se à Nova Zelândia e à Coreia do Sul que constituem, agora, o grupo dos 5 de 37 países e regiões da região do Pacífico Ocidental, livres de Rubéola.
Macau é uma das primeiras cinco regiões que obteve a certificação de eliminação da Rubéola na Região do Pacífico Ocidental
Desde o estabelecimento do Governo da RAEM, que os Serviços de Saúde exercido uma política de saúde que prioriza o “Tratamento eficaz onde se privilegia a prevenção”, e onde o controlo de doenças, através da vacinação disponível, assume fulcral importância, quer no trabalho de prevenção médica e quer na politica de saúde, o que tem alcançado resultados notáveis.
Em 2000 a Região Administrativa Especial de Macau foi certificada como zona livre de poliomielite simultaneamente com outros países e regiões da Região do Pacífico Ocidental.
Em 2008, Macau tornou-se nos primeiros dois países e regiões da Região do Pacífico Ocidental certificados pelo controlo bem-sucedido da hepatite B entre crianças.
Em 2014, a RAEM passou a ser um dos primeiros quatro países e regiões da região do Pacífico Ocidental certificados de eliminação do sarampo.
Este ano, 2018 Região Administrativa Especial de Macau tornou-se num dos primeiros cinco países e regiões certificados com eliminação da Rubéola na Região do Pacífico Ocidental. Mais um marco importante na história da saúde pública de Macau.
Fortalecer o sistema de vigilância da Rubéola e melhorar o programa de vacinação de acordo com os padrões da OMS
Em 2012, a Organização Mundial de Saúde lançou uma estratégia global de eliminação do sarampo e da Rubéola e recomendou o ano de 2020, como objectivo, para que todos os países e regiões pudessem eliminar a Rubéola.
O Governo da RAEM tem respondido activamente às iniciativas da OMS, fortalecendo o sistema de vigilância da Rubéola e melhorando o programa de vacinação contra a mesma, de acordo com os padrões da OMS.
Segundo registos históricos, desde 1987 que Macau começou a administrar vacinas monovalentes contra Rubéola às raparigas com idades compreendidas entre 10 e 13 anos, mas a taxa de cobertura naquele altura era baixa. Em 1990 ocorreu em Macau uma epidemia de Rubéola, e foram registados mais de 500 casos. Nesse mesmo ano a RAEM introduziu uma nova vacina VASPR (MMR) e expandiu a vacinação de MMR aos bebés com 15 meses. Em 2003, Macau iniciou um programa mais sistemático e rotineiro de vacinação de um total de 2 doses de VASPR (MMR) aos bebés com 12 meses e 18 meses de idade, tendo obtido uma taxa de cobertura infantil elevada e com bons efeitos preventivos.
Fortalecer e melhorar a estratégia de vacinação para prevenção de epidemia, manter uma elevada taxa de vacinação
Através do fortalecimento e melhoria contínua da estratégia de vacinação para prevenção das epidemias, tendo em vista a manutenção de uma elevada taxa de vacinação , os Serviços de Saúde conseguiram reduzir significativamente a incidência da Rubéola em Macau sendo que, nos últimos anos, foram apenas registados casos esporádicos importados ou mesmo os casos relevantes também eram importados.
Saliente-se que de acordo com as exigências da Organização Mundial da Saúde, a eliminação da Rubéola não significa um completa inexistência de casos locais da Rubéola. Esta distinção significa que não há transmissão local do vírus da Rubéola numa grande área geográfica com determinada população e significa também que mesmo a existência de vírus de Rubéola importados não causam transmissão local contínua. Todos os casos esporádicos e cadeias de transmissão podem ser rastreados até mesmo os casos importados.
A fim de atender aos requisitos da certificação, além do registo dos casos quase inexistentes, é necessário fornecer informação suficiente para provar que o sistema de vigilância da Rubéola é suficientemente sensível. É necessário, ao mesmo tempo, manter uma alta imunidade populacional por meio de estratégias apropriadas de imunização através da vacinação para manter a eliminação da Rubéola. Todos os indicadores de Macau, nos últimos três anos, satisfizeram os requisitos da Organização Mundial da Saúde, por isso, foi finalmente anunciado pela OMS que a RAEM obteve com sucesso a certificação da OMS como uma das áreas na Região do Pacífico Ocidental que se eliminou a Rubéola.
Continuar a eliminar a Rubéola de acordo com as recomendações e directrizes da OMS
Os Serviços de Saúde irão prosseguir com as recomendações e directrizes da Organização Mundial da Saúde de modo a manter a eliminação da Rubéola, fortalecer a vigilância de doença e prosseguir com os testes necessários, além de pretender manter uma elevada taxa de vacinação para proteger a saúde dos cidadãos, especialmente os bebés e as crianças pequenas.
De modo a manter a eliminação da Rubéola, os Serviços de Saúde apelam aos pais para vacinar os seus filhos.
Conforme o Programa de vacinação dos Serviços de Saúde, todas as crianças com idades compreendidas entre um (1) e 17 anos devem receber duas doses de vacinas de VASPR (MMR) após o 1º aniversário. Aqueles que não receberam duas doses de vacinas anti-rubéola, devem deslocar-se ao Centro de Saúde para lhes ser administrada a vacina, sendo esta gratuita. As mulheres em idade fértil que não tenham tido Rubéola ou não tenham sido vacinadas contra Rubéola também devem deslocar-se aos centros de saúde para lhes ser administrada a vacina, sendo esta gratuita para os residentes de Macau. Dado que a vacina MMR é uma vacina viva, as mulheres grávidas não podem ser vacinadas e as mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez durante três meses após a vacinação. Para outras pessoas que não tenham tido Rubéola ou não tenham sido vacinadas contra Rubéola, caso precisem viajar para um local com surto da Rubéola, devem assegurar a vacinação pelo menos 2 semanas antes da partida.
A vacinação contra o sarampo é a maneira mais eficaz de prevenir a infecção com Rubéola
A Rubéola é uma doença transmissível aguda do trato respiratório provocada pelo vírus da Rubéola e transmite-se principalmente através do contacto com as secreções do nariz e da garganta dos doentes. A infecção propaga-se mediante a inalação de gotículas de saliva ou contacto directo com doentes. O período de incubação varia de 12 a 23 dias, sendo normalmente de 14 dias. A Rubéola possui alta contagiosidade. Uma semana andes de apresentar exantemas os doentes podem já estar contagiados. As crianças infectadas apresentam febre, exantema corporal e inflamação dos gânglios linfáticos, enquanto os adultos apresentam dores de cabeça, tosse ligeira, conjuntivite e 1 a 5 dias de febre ligeira, surgindo, em seguida, também erupção na pele, como nas crianças, até 5 dias. Contudo, alguns dos infectados não manifestam erupção cutânea. Um alerta importante: as grávidas, sem anticorpos, caso sejam infectadas pela Rubéola nas primeiras 16 semanas do parto, podem abortar, efectuar uma morte fetal ou os recém-nascidos apresentarem síndroma da Rubéola congénita. As manifestações da síndroma da Rubéola congénita abrangem surdez, defeitos oculares, doença cardíaca congénita ou retardo mental, entre outras.
A vacinação de VASPR (MMR) constitui o mais eficaz método para a prevenção da infecção da Rubéola, e 95% dos vacinados podem produzir anticorpos eficazes durante a vida inteira.