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Serviços de Saúde notificados para dois casos de infecção colectiva por enterovírus


Os Serviços de Saúde foram notificados esta quarta-feira (16 de Janeiro) para a detecção de dois casos de infecção colectiva por enterovírus.

O primeiro caso foi detectado na Turma B3 da Creche Cáritas, situada na Rua Marginal do Canal das Hortas, tendo sido infectadas seis (6) crianças, duas (2) do sexo masculino e quatro (4) do sexo feminino, com idades compreendidas entre 1 e 2 anos. O segundo caso foi detectado na Turma Mundo da Creche Sin Meng, situada na Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques, tendo sido infectadas sete (7) crianças, duas (2) do sexo masculino e cinco (5) do sexo feminino, com idades compreendidas entre um e dois anos.

Os primeiros sintomas das crianças destes 2 casos manifestaram-se nos dias 10 e 13 de Janeiro, respectivamente, tendo os pais recorrido a instituições médicas para tratamento das crianças, sendo o estado de saúde das crianças considerado estável, não havendo registo de qualquer caso com sintomas anormais do sistema nervoso ou de outras complicações graves.

Os Serviços de Saúde já procederam à recolha de amostras para análise laboratorial e foram reforçadas as indicações a estas duas creches para que haja a implementação de medidas que possam controlar o foco da infecção, tais como limpeza e desinfecção geral.

A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no Verão que tem maior incidência. Este vírus é também a fonte de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como doença de mãos, pés e boca e herpangina e, de outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.

Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com as fezes dos infectados, pelas gotículas de saliva ou pelo contacto com materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil a ocorrência um surto de doença de mãos, pés e boca uma vez que o enterovírus possuiu um elevado grau de contágio. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dores de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.

Os Serviços de Saúde estão atentos ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços de Saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:

Medidas pessoais:
● Lavar as mãos: Antes de tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;
● Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel ao espirrar ou tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;
● Diminuir os contactos: Evitar lugares públicos densamente frequentados, multidões e lugares pouco ventilados;
● Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar de modo a aumentar a imunidade;
● Recorrer de imediato ao médico: Em caso de surgimento de sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves.

Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares:
● Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como, mesas, cadeiras, brinquedos e paredes até à altura de 1 metro etc.;
● Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;
● Notificação oportuna: Caso surja uma infecção colectiva anormal entre as crianças ou os elementos do pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.



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