Os Serviços de Saúde explicaram, terça-feira, 26 de Fevereiro, os mecanismos e o processo de aprovação dos Serviços Médicos no exterior numa conferência de imprensa onde estiveram presentes o Director dos Serviços de Saúde, o Dr. Lei Chin Ion, o Director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Kuok Cheong U e a Chefe do Serviço de Oftalmologia do CHCSJ, Dr.a Leong Chan.
Serviços de Saúde compreendem sofrimento e a pressão mental assumidos pela vítima, tendo prestado todos os tratamentos apropriados
O Director dos Serviços de Saúde, Dr. Lei Chin Ion, afirmou que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Dr. Alexis Tam, está muito preocupado com a situação da vítima resultante do caso grave de violência doméstica e no passado mês de Novembro, convidou uma instituição de caridade a prestar apoio.
Os Serviços de Saúde em conjunto com o Instituto de Acção Social também estiveram empenhados na recuperação da vítima tendo fornecido os tratamentos possíveis e disponibilizado diversos serviços de apoio. Aliás, desde o primeiro minuto, tudo foi feito para salvar a vida da vítima, incluindo reanimações e vários tratamentos à vítima, que permitiram sair do estado crítivo e posteriormente enviá-la para Hong Kong onde realizou múltiplas cirurgias oftalmológicas. Actualmente, a paciente ainda está a ser sujeita ao acompanhamento de diagnóstico e tratamento da consulta externa do Serviço de Oftalmologia do “Hospital Prince of Wales”, em Hong Kong através do mecanismo dos serviços médicos no exterior. Os oftalmologistas do Serviço de Oftalmologia do CHCSJ também observam estreitamente o progresso da sua doença.
Os Serviços de Saúde entendem e respeitam a dor e a pressão psicológica que esta situação provoca na paciente e na sua família. Os tratamentos adequados e toda a ajuda viável foi sempre oferecida pelos Serviços de Saúde. Em relação ao pedido apresentado pela paciente relativo à cirurgia de Osteo-odonto-keratoprosthesis (OOKP) no Reino Unido, uma vez que o risco desta cirurgia é elevado e não está cientificamente provado por múltiplas e elevadas experiências que este tratamento resulta, pelo contrário há risco de causar várias complicações difíceis de curar, a Junta para Serviços Médicos no Exterior não tem condições para aprovar o pedido da realização deste tipo de cirurgia.
No entanto, os Serviços de Saúde nunca perderam a esperança de ajudar à vítima a procurar tratamento adequado e a equipa médica do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), o representante de uma associação de caridade de Macau e a vítima e as suas famílias realizaram uma reunião tripartida em 14 de Fevereiro, onde a Associação de Caridade manifestou vontade em subsidiar uma cirurgia à paciente mas que fosse realizada em Singapura. Os Serviços de Saúde reiteram que a partir do momento que a vítima de forma expressa indique onde deseja receber a cirurgia, os trabalhos de ligação serão efectuados da melhor forma o contacto e a coordenação, de modo a acompanhar a ligação entre a vítima e a instituição médica, sempre com o objectivo que esta receba o tratamento adequado.
Junta para Serviços Médicos no Exterior garante que os pacientes recebem o tratamento mais seguro e apropriado
Durante a conferência de imprensa, o Director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Kuok Cheong U, apresentou o processo de aprovação e mecanismo da Junta para Serviços Médicos no Exterior. Dr. Kuok Cheong U confirmou que de acordo com o Decreto-Lei n.o 81/99/M, a Junta é constituída pelo Director do CHCSJ, que preside, e por mais dois médicos designados pelo Director dos Serviços de Saúde, entre médicos da carreira médica hospitalar. Em estreita conformidade com a lei, a Junta procede à revisão profissional de cada caso para garantir o uso justo do erário público.
Na área de critérios de avaliação, a Junta considera principalmente o diagnóstico do médico responsável, a condição de pacientes e a adequação do hospital preferido e também consulta os relatórios médicos locais ou no exterior para garantir que os pacientes possam ser sujeitos ao tratamento mais seguro e apropriado, de forma a evitar causar mais danos na sua saúde. Aliás, as decisões da Junta dependem da maioria dos votos. Se apenas dois membros participarem da reunião, a votação terá de ser unânime.
Caso os casos não sejam urgentes, o diagnóstico principal é feito, em primeiro lugar pelo médico responsável e a recomendação para serviços médicos no exterior é feita sob a premissa dos interesses de pacientes. Após a verificação pelo Chefe do Serviço da área médica respectiva, a proposta é submetida à autorização do Director do CHCSJ e depois submetida à Junta para discussão. Por sua vez, a Junta avalia e aprova o diagnóstico com base no relatorio individual do médico responsável. Se os recursos médicos e as condições técnicas do CHCSJ não puderem fornecer o tratamento necessário aos pacientes estes serão encaminhados às instituições de saúde locais privadas (tais como, Hospital Kiang Wu ou Hospital Universitário de Ciência e Tecnologia). Com a premissa do bom uso do erário público e na ausência de profissionais de saúde locais qualificados para o tratamento médico, caso não seja possível, o tratamento médico será feito nos territórios vizinhos (como Hong Kong, com melhores instalações médicas e padrões médicos mais elevados).
Para os casos urgentes, o diagnóstico primário é feito pelo médico responsável. Após a verificação pelo Chefe do Serviço da área clínica, a proposta é submetida à autorização do Director do CHCSJ. Posteriormente o médico responsável contacta directamente com o hospital de referência e o paciente será encaminhado para tratamento. Só depois é que o caso é entregue e submetido à ratificação pela Junta.
O Director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Kuok Cheong U, enfatizou que o sistema de serviços médicos no exterior é transparente e aberto, sendo um dos mecanismos de longo prazo do Governo da RAEM. O exame e a aprovação de cada caso de serviços médicos no exterior baseia-se no julgamento profissional pelo médico responsável e cada caso é enviado à Junta para fazer verificação. Só após a análise é que a Junta determinará se o paciente é adequado para tratamento médico no exterior enviando-o para o departamento clínico ou território mais adequado de forma a garantir que este recebe o melhor tratamento possível.
Cirurgia de Osteo-odonto-keratoprosthesis (OKP) não está incluída nos tratamentos médicos de rotina
A sua vez, a Chefe do Serviço de Oftalmologia do CHCSJ, Dr.a Leong Chan, esclareceu em detalhes as várias condições da Cirurgia de Osteo-odonto-keratoprosthesis (OKP), dizendo que esta operação pode causar dor ao paciente e o sucesso da operação não significa que a paciente possa voltar um vida normal. O processo de manutenção pós-operatória é longo e arriscado e o trauma causado pela falha da paciente deve ser cuidadosamente avaliado. Por exemplo a paciente enfrentará dor física e mental, a aparência da paciente mudará, entre outros.. A Chefe do Serviço de Oftalmologia, Dr.a Leong Chan, confessou que a vítima do caso de violência doméstica esteve ausente da consulta externa especializada no passado dia 20 de Fevereiro e espera que esta possa comparecer consulta externa especializada marcada para quarta-feira (27 de Fevereiro) para comunicar o plano de tratamento. Os Serviços de Saúde respeitam absolutamente a vontade da paciente, independentemente de optar por recorrer ao Reino Unido ou a Singapura para realizar a cirurgia. Se esta paciente estiver disposta a correr riscos, os Serviços de Saúde fornecerá a assistência técnica e os contactos necessários.