Os Serviços de Saúde foram notificados para a detecção de um caso relacionado de Sarampo importado, apelando aos pais dos bebés que, ainda, não tenham administrado a vacina anti-sarampo para prestar mais atenção à prevenção.
De acordo com a investigação epidemiológica do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, o caso foi detectado numa mulher, com 28 anos de idade, trabalhadora não residente, do “Starworld Hotel”, que desde o dia 18 de Fevereiro apresentou sintomas como febre e conjuntivite. No dia 21 começou a tossir, tendo recorrido ao CentroMédico Wang Pok, uma clínica privada situada na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida. No dia 23 de Fevereiro, recorreu ao Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu devido ao aparecimento de erupções cutâneas na cara e nos membros. Na mesma noite foi consultada e internada no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) para tratamento médico devido ao agravamento dos sintomas. O Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde confirmou que os resultados de IgM e PCR efectuados ao sangue contra o sarampo foram positivos tendo lhe sido diagnosticado sarampo em conjunto com pneumonia.
A paciente é natural do Vietname e nunca foi vacinada contra o sarampo. Ainda está internada na enfermaria de isolamento do CHCSJ. Apesar de manifestar febre o seu estado clínico é considerado normal. A paciente negou ter viajado para fora de Macau ou ter saído de Macau durante o período de incubação, mas, durante o Festival do Ano Novo Chinês, ou seja, entre os dias 4 a 10 de Fevereiro, mais de 10 parentes vietnamitas estiveram em Macau a visitar a paciente. A sua sobrinha, de 6 meses de idade, que permaneceu em casa da paciente, no dia 8 de Fevereiro, manifestou sintomas de febre, tendo lhe sido diagnosticado sarampo, no dia 10 de Fevereiro, já após o regresso ao Vietname. De acordo com o tempo de início dos sintomas e o historial do contacto, este caso foi classificado como um caso relacionado com sarampo importado. Os familiares e os colegas da paciente não apresentaram sintomas semelhantes.
Os Serviços de Saúde estão acompanhar o estado clínico de outros indivíduos que estiveram em contacto com esta paciente no período do início dos sintomas.
Do início deste ano até hoje, em Macau registaram-se 2 casos de sarampo importados e 2 casos relacionados com sarampo importado. Em 2018 foram registados três (3) casos de sarampo importados, mas não foi registado nenhum caso relacionado com sarampo importado.
O Sarampo é uma doença transmissível aguda por tracto respiratório, causada pelo vírus do sarampo, as vias de transmissão são as gotículas de saliva expelidas, podendo, todavia, ainda ser transmitida por contacto directo com as secreções infectadas e objectos contaminados de doentes. De um modo geral, o período de incubação é de 7 a 18 dias, podendo ser um período mais comprido de 21 dias. O período de transmissão varia de três dias a uma semana depois do aparecimento de exantema. Os principais sintomas são febre prodrómica (superior a 38ºC), enantema bucal (Koplik spot), exantema manuculopapular generalizado, conjuntivite, tosse e corrimento nasal. Em geral, o exantema maculopapular aparece três dias após a ocorrência de sintomas. A face e atrás das orelhas são o local de início do exantema, que afecta depois o pescoço, o corpo, os quatro membros e no fim, palma das mãos e planta dos pés, com a duração de 4 a 7 dias e, ao desaparecer, há fragmentos de pele e sedimentos. O sarampo é altamente contagioso, sendo uma doença muito comum em crianças na época com baixa taxa de cobertura vacinal. O sarampo é uma doença auto-limitante, em que a maioria dos sintomas saõ considerados ligeiros. Não havendo nenhum tratamento específico, o Sarampo pode causar complicações como encefalite, pneumonia. A taxa de mortalidade é de 1/1000 a 1/100.
A Região Administrativa Especial de Macau obteve a acreditação de irradicação do Sarampo da Organização Mundial da Saúde em 2014. No entanto, a epidemia do sarampo ainda existe em várias partes do mundo, especialmente no Interior da China, Sudeste Asiático, Sul da Ásia e Europa.
Como existe um grande fluxo de pessoas entre as zonas epidémicas do sarampo acima referidas e a RAEM e devido ao facto de trabalharem no território um grande número de trabalhadores oriundos das Filipinas e do Vietname, os Serviços de Saúde apelam aos empregadores para prestar atenção aos seus trabalhadores que sejam oriundos das zonas onde existem alertas e caso o registo de vacinação seja desconhecido, deve programar a vacinação anti-sarampo.
Os trabalhadores não residentes podem por sua conta ser vacinados nos hospitais privados. A vacinação, por conta própria, também é possível nos Centros de Saúde e nos Postos de saúde, mas é necessária a apresentação, no momento da realização da vacinação, do bilhete de identificação, cartão de utente dos Serviços de Saúde (pode ser tratado no local) e documento comprovativo de trabalho.
Para proteger a saúde das crianças, os Serviços de Saúde apelam aos pais para que cumpram o Programa de Vacinação da RAEM, levando os seus filhos periodicamente para vacinação, chamando a atenção do público para:
- A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir a infecção do sarampo. Todas as crianças devem receber duas doses de vacinas, para efeito completo de imunidade, contra o sarampo, após o 1º aniversário;
- Não viaje com crianças que não tenham completa imunidade para viajar ao exterior ou para lugares lotados com visitantes;
- As pessoas que cuidam de bebés e crianças, como cuidadores domésticos e trabalhadores de creches devem ser vacinados contra o sarampo;
- Peste atenção à cortesia do tracto respiratório, não toque nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos;
- Pessoas imunocomprometidas devem evitar deslocar-se aos locais lotados ou instituições médicas;
- Caso apareçam sintomas suspeitos, devem usar máscara e recorrer à consulta médica.
Caso tenham dúvidas, os residentes podem ter acesso à página electrónica dos Serviços de Saúde (http://www.ssm.gov.mo) ou ligar para a linha verde n.o 28700 800.