Os Serviços de Saúde diagnosticaram quinta-feira (21 de Março) mais dois (2) casos de sarampo, o que totaliza, até ao momento, 10 casos de sarampo desde o início do ano. Entre os novos casos, um foi classificado como caso relacionado com sarampo importado e o outro foi diagnosticado como caso importado.
Até ao momento, foram registados em Macau, seis (6) casos importados e quatro (4) casos relacionados com sarampo importado. Os Serviços de Saúde apelam a todo o pessoal de saúde, às entidades de saúde, aos residentes e aos pais dos bebés que, ainda, não tenham administrado a vacina anti-sarampo para prestarem mais atenção à prevenção.
De acordo com a investigação, o primeiro caso foi detectado numa mulher, residente do Interior da China, desconhece-se se foi ou não vacinada contra o sarampo. A paciente trabalha como auxiliar de enfermagem no Hospital Kiang Wu, tendo contacto com o caso importado hospitalizado no mesmo Hospital anteriormente confirmado durante o seu trabalho. No dia 16 de Março, a paciente apresentou sintomas como febre, tendo sido submetida ao teste de PCR contra o sarampo no dia 2. O resultado foi positivo. A paciente mora em Zhuhai e os seus familiares de Zhuhai não apresentaram sintomas semelhantes. A paciente não compareceu nos serviços após a manifestação de febre, nem teve contacto com utentes, sendo o seu estado clínico considerado normal. De momento encontra-se hospitalizada na enfermeira de isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública dos Serviços de Saúde para tratamento. De acordo com o historial de contacto e o tempo de início de sintomas, este caso foi classificada como caso relacionado com sarampo importado.
O segundo caso foi diagnosticado num homem de 23 anos de idade, residente em Macau. No dia 15 de Março, o paciente apresentou sintomas de febre e dores da cabeça, tendo sido submetido aos testes de IgM e PCR contra o sarampo no dia 21, e os resultados foram positivos. O paciente que nasceu em Macau tinha completado as duas doses da vacina anti-sarampo. Os sintomas febris já são baixos e o seu estado clínico é considerado normal. O paciente esteve na Malásia durante o período de incubação. De acordo com o historial de viagens e o tempo de início dos sintomas, este é classificado como um caso importado de sarampo. Os familiares do paciente não apresentaram sintomas semelhantes.
Os Serviços de Saúde programaram de forma urgente a administração da vacina anti-sarampo às pessoas que tiveram próximo contacto com os pacientes confirmados acima referidos, estando a acompanhar o estado clínico das pessoas que estiveram em contacto com os pacientes antes e após o início de sintomas da doença.
A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir a infecção do sarampo.
Segundo relatórios clinicos existem casos de re-infecção após vacinação efectiva em todos os lugares do mundo, mas esses pacientes apresentam sintomas ligeiros e com baixa contagiosidade, situação que é semelhante com a dos casos registados nos últimos dias em Macau.
A par disso, os Serviços de Saúde estão a investigar outros quatro (4) casos suspeitos de sarampo, não estando excluída a possibilidade da ocorrência de mais casos de sarampo num curto período de tempo.
O Sarampo é uma doença transmissível aguda por tracto respiratório, causada pelo vírus do sarampo, as vias de transmissão são as gotículas de saliva expelidas, podendo, todavia, ainda ser transmitidas por contacto directo com as secreções infectadas e objectos contaminados de doentes. De um modo geral, o período de incubação é de 7 a 18 dias, podendo ocorrer um período mais longo de 21 dias. O período de transmissão é de 4 dias antes do aparecimento de exantemas e pode continuar por mais de quatro dias até ao seu desaparecimento. Os principais sintomas são febre prodrómica (superior a 38ºC), mancha bucal (Koplik spot), exantema manuculopapular generalizado, conjuntivite, tosse e corrimento nasal. Em geral, o exantema maculopapular aparece três dias após a ocorrência de sintomas. A face e atrás das orelhas são o local de início do exantema, que afecta depois o pescoço, o corpo, os quatro membros e no fim, palma das mãos e planta dos pés, com a duração de 4 a 7 dias e, ao desaparecer, há fragmentos de pele e sedimentos.
O sarampo é altamente contagioso, sendo uma doença muito comum em crianças na época com baixa taxa de cobertura vacinal.
O sarampo é uma doença auto-limitante, sendo a maioria dos sintomas considerados ligeiros. Não havendo nenhum tratamento específico, o Sarampo pode causar complicações como encefalite, pneumonia. A taxa de mortalidade é de 1/1000 a 1/100.
A Região Administrativa Especial de Macau obteve a acreditação de irradicação do Sarampo da Organização Mundial da Saúde em 2014. No entanto, a epidemia do sarampo ainda existe em várias partes do mundo, especialmente no Interior da China, Sudeste Asiático, Sul da Ásia e Europa.
Como existe um grande fluxo de pessoas entre as zonas epidémicas do sarampo acima referidas e a RAEM e devido ao facto de trabalharem no território um grande número de trabalhadores, sobretudo empregados domésticos oriundos das Filipinas e do Vietname, os Serviços de Saúde apelam aos empregadores para prestarem atenção aos seus trabalhadores que sejam oriundos das zonas onde existem alertas e caso o registo de vacinação seja desconhecido, devem programar a vacinação anti-sarampo.
Os não-residentes que trabalhem e frequentem escolas em Macau ou tenham sido autorizados para permanência na RAEM de longa duração, podem vacinar-se por sua conta em hospitais privados, além disso, a vacinação, por conta própria, também é possível nos Centros de Saúde e nos Postos de saúde (os Serviços de Saúde cobrem apenas um custo das vacinas de cerca de 60 patacas), mas é necessária a apresentação, no momento da realização da vacinação, do bilhete de identificação, cartão de utente dos Serviços de Saúde (pode ser tratado no local) e documento comprovativo de trabalho.
Para proteger a saúde das crianças, os Serviços de Saúde apelam aos pais para que cumpram o Programa de Vacinação da RAEM, levando os seus filhos periodicamente para vacinação, chamando a atenção do público para:
- A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir a infecção do sarampo. Todas as crianças devem receber duas doses de vacinas, para efeito completo de imunidade, contra o sarampo, após o 1.º aniversário;
- Não viaje com crianças que não tenham completa imunidade para viajar ao exterior ou para lugares lotados com visitantes;
- As pessoas que cuidam de bebés e crianças, como cuidadores domésticos e trabalhadores de creches devem ser vacinados contra o sarampo;
- Peste atenção à cortesia do tracto respiratório, não toque nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos;
- Pessoas imuno-comprometidas devem evitar deslocar-se aos locais lotados ou instituições médicas;
- Caso apareçam sintomas suspeitos, devem usar máscara e recorrer à consulta médica.
Caso tenham dúvidas, os residentes podem ter acesso à página electrónica dos Serviços de Saúde (http://www.ssm.gov.mo) ou ligar para a linha verde n.o 28700 800.