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Funcionamento da Gestão da reserva Financeira da RAEM e Respectivos dados do ano de 2016


No final de Dezembro de 2016, segundo as estatísticas preliminares, o valor total dos activos da Reserva Financeira da RAEM foi estimado em MOP438,7 mil milhões, dos quais, a reserva básica representava MOP132,8 mil milhões e a reserva extraordinária MOP305,9 mil milhões. Em 2016, com adopção de estratégias de investimentos de segurança e de eficácia, a Reserva Financeira registou rendimentos que atingiram o valor de MOP3,31 mil milhões, correspondendo a uma rentabilidade anual de cerca de 0,8%, tendo crescido, em comparação com a rentabilidade anual do ano 2015, valores que se situaram em 0,7%. A dimensão total da Reserva Financeira traduziu-se num aumento de 27%, em comparação com o período homólogo do ano de 2015.

Em 2016, a distribuição dos investimentos da Reserva Financeira da RAEM, consistiram em investimentos em títulos internacionais de elevado grau (com um menor risco de incumprimento da dívida), em acções das empresas de dimensão grande e média (com um menor risco das operações) e em produtos dos mercados monetários de elevada segurança e liquidez (com um menor risco de “write-offs”) (vidé Anexo 1), envolvendo principalmente USD, HKD e RMB. Para uma melhor análise das tendências das diferentes categorias de activos da Reserva Financeira, indicam-se seguidamente o desempenho dos mercados financeiros onde foram aplicados os investimentos das diversas carteiras da Reserva Financeira:

  • Nos investimentos em títulos de dívida, embora o mercado tivesse experimentado um grande retorno nos juros dos títulos, o que resultou numa quebra dos preços, no segundo semestre, no entanto, beneficiando de uma alocação racional e de um bom controlo do risco, nas carteiras da Reserva, os rendimentos decorrentes destes investimentos voltaram a ser a maior fonte de rendimentos da Reserva Financeira, no ano 2016, tendo ascendido a MOP3,16 mil milhões.
  • No que toca ao mercado bolsista, o ambiente dos investimentos foi bastante anormal e incerto, neste ano; os mercados desenvolvidos e emergentes globais e o mercado das “A-share” do Continente tiveram sucessivas descidas e subidas e muitas vezes demonstraram uma tendência na direção contrária uns dos outros. Assim, a estratégia dos investimentos da Reserva Financeira em acções manteve uma aplicação equilibrada nos referidos três mercados, permitindo aliviar efectivamente o grande impacto na carteira global dos investimentos em acções, causado por um único mercado com um desempenho extremo. Em todo o ano de 2016, a carteira dos investimentos em acções registou prejuízos na ordem de MOP500 milhões.
  • No que se refere aos mercados cambiais, o câmbio das moedas principais foi marcado por grandes flutuações. Ora, dos resultados inesperados do “Referendo à Saída da Grã-Bretanha da União Europeia” ocorrido em Junho e da eleição dos EUA em Novembro resultaram turbulências muito notórias no mercado. Assim, o “Índice do Dólar”, que reflecte a tendência do dólar americano face ao cabaz de moedas, subiu, em finais do ano passado, para o nível mais elevado, nos últimos catorze anos, enquanto que o desempenho da maioria das moedas se apresentou fraco. Por sua vez, a Libra face ao USD caiu, no ano, cerca de 16% e marcou a maior quebra dos últimos oito anos.A posição forte do dólar americano provocou ainda uma quebra nos câmbios entre esta moeda e o renminbi (RMB), ou seja, a maior quebra dos últimos 8,5 anos, provocando uma descida de cerca de 7% neste ano. No processo de flutuação do RMB, a Reserva Financeira envidou esforços para ajustar, atempadamente, a ponderação do risco da sua carteira de investimentos em moeda estrangeira, de modo a reduzir as perdas cambiais; no entanto, a quebra significativa do RMB conduziu a uma perda cambial anual da Reserva Financeira, na ordem de cerca de MOP2,070 milhões.
  • No que concerne à aplicação de fundos nos mercados monetários, a Reserva Financeira, em resposta às necessidades de alocação estratégica de activos e segundo a situação prática do nível da taxa de juros do mercado, procedeu a uma aplicação por fases. Por sua vez, em todo o ano, os juros anuais dos depósitos ascenderam a MOP2,73 mil milhões.

Em conclusão, no ano 2016, os rendimentos dos investimentos anuais da Reserva Financeira cifraram-se em MOP3,31 mil milhões, correspondendo a uma rentabilidade anual de cerca de 0,8%. Recordando os resultados anteriores dos investimentos da Reserva Financeira, nestes 5 anos, a contar da data da criação da Reserva Financeira até hoje, com a aplicação de estratégias seguras e eficazes, a mesma conseguiu, em cada ano, em média, obter um certo nível de rendimento, não obstante o mercado financeiro internacional ter experimentado diferentes volatilidades. No que se refere à Reserva Cambial, sob as estratégias de investimentos estáveis, foi registado, em cada ano, um certo nível de rendimento, desde o Retorno de Macau à Mãe-Pátria em 1999.

Nas perspectivas para o ano de 2017, com a subida gradual da taxa de juros oficial dos Estados Unidos da América, bem como a aproximação do momento decisivo das políticas quantitativas de estímulo económico adoptadas pelas várias economias principais, nota-se uma diminuição dos factores básicos favoráveis que apoiaram uma taxa de juros baixa do mercado internacional de títulos de dívida e o excesso de fundos, prevendo-se que a tendência global dos produtos de títulos de dívida encontre mais obstáculos. Daí que a gestão dos investimentos da Reserva Financeira tentará aproveitar as oportunidades do mercado financeiro, aumentará atempadamente a alocação de classes de acções para um melhor equilíbrio da estrutura dos activos, incluindo a fixação, em várias fases, de produtos de investimentos com melhores rendimentos potenciais no mercado bolsista, a realização de estudos aprofundados sobre os projectos viáveis da cooperação de investimentos através da utilização de plataformas financeiras, tais como o Fundo da Roda da Seda (Silk Road Fund) , o “Latin America production fund” e o “China-Africa Cooperation Fund Capacity”, esperando que se proceda, de forma activa, a uma gestão da alocação dos activos das reservas a nível internacional, dentro dos riscos controláveis. No capítulo de gestão, a AMCM, com a observância da filosofia sobre investimentos, baseada nos princípios da segurança, da eficácia e da estabilidade continuará, como de costume, a cumprir os requisitos legais e as funções políticas da Reserva Financeira e a promover, depois de uma avaliação plena e equilíbrio razoável dos riscos dos investimentos e a diversificação da carteira de aplicações, atingindo os objectivos de preservação e valorização dos activos da Reserva Financeira.