No segundo dia (29) de maior relevância do “Fórum Verde” do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2019 (2019MIECF) serão realizadas cinco fóruns e uma sessão especial subordinados a vários temas do momento, tais como a civilização ecológica, os recursos hídricos, a poluição dos mares, entre outros.
A Sessão IV – “Rumo à Civilização Ecológica” – foi, mais uma vez, co-organizada pela entidade organizadora do MIECF e o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Ministério da Ecologia e do Ambiente, e visa descrever como as medidas rumo a uma civilização ecológica irão beneficiar a sociedade. O chefe do Gabinete Geral do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, Cao Jinqing, proferiu um discurso temático intitulado “Aprendizagem e Implicação do Pensamento de Protecção Ecológica de Guan Zhong do Antigo Estado Qi”, no qual destacou o pensamento de Guan Zhong que descreve em detalhe a importância da ecologia e o crescimento de plantas como inspiração aos mais jovens.
Segundo o chefe do Gabinete, ao pôr em prática o pensamento de Guan Zhong, será possível influenciar significativamente a sociedade, através de medidas de protecção adaptadas às condições locais, permitindo assim que estas sejam implementadas de forma eficaz e razoável. Para o efeito considera necessário, primeiro, a investigação do ambiente e dos recursos naturais disponíveis. O orador acrescentou ainda que a combinação de afirmações importantes proferidas pelo Presidente Xi Jinping, no Congresso Internacional de Ecologia, e o pensamento de protecção ecológica de Guan Zhong, poderão ser definidos vários objectivos na construção de uma civilização mais sustentável.
A sessão, que contou ainda com a presença de outros oradores, foi importante para esclarecer, através da análise de casos e partilha de experiências de sucesso, a cooperação estreita entre o Governo, as empresas e os serviços públicos, na divulgação da importância do ambiente junto dos diversos interessados. O subchefe do Gabinete Central de Supervisão de Protecção de Ecologia e Ambiente do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, Xing Changcheng, a chefe do Departamento da Ecologia de Água e do Ambiente, Li Weizhen, e o subchefe do Departamento de Resíduos Sólidos e Químicos, Sun Shaofeng, apresentaram os projectos desenvolvidos e respectivos efeitos em torno do efeito da protecção e da supervisão do ambiente por parte do Governo Central, em torno das políticas e de casos, no âmbito da gestão da água e do ambiente na China interior e em torno das políticas e acções de protecção da fauna marinha no País, bem como, na gestão dos resíduos sólidos, entre outros.
Co-organizada pela entidade organizadora e pelo Autoridade Monetária de Macau, a Sessão V – “Desempenhar o Papel de Macau enquanto Plataforma, Dar Apoio ao Desenvolvimento da Grande Baía com Finanças Sustentáveis” – englobou duas partes, nomeadamente a Parte I – “Situação actual do ponto de vista macro e potencialidades de desenvolvimento da Economia Verde” – e a Parte II – “Instrumentos Inovadores da Economia Verde”. No decorrer desta sessão, o orador do discurso temático, Mou Wan Gui, subdirector do Instituto de Pesquisa Financeira do Banco Popular da China, apontou que, desde 2012, a China interior tem dado alta importância ao desenvolvimento sustentável de uma civilização mais ecológica, referindo que nestes termos, foram propostas cinco ideias, designadamente a inovação, a coordenação, o desenvolvimento sustentável, a abertura e partilha, nas quais as finanças sustentáveis desempenham um papel crucial.
Durante o fórum da Sessão VI – “Soluções para um Desenvolvimento Sustentável – Água Limpa” –, o subdirector da Direcção de Ecologia e Meio Ambiente do Município de Pequim, Zhang Yingjian, considerou o tratamento da poluição da água um trabalho faseado e a longo prazo que exige manutenção constante. Em conformidade com as experiências da China interior, resolver problemas com medidas mais ecológicas pode alcançar efeitos significativos. Em articulação com o estabelecimento de regimes e regulamentos, com o reforço da recolha e do tratamento de águas residuais urbanas, tal medida facilita o melhoramento da qualidade da água.
Durante o decorrer da Sessão VII – “Fórum Química Verde – Soluções para a poluição dos mares causada pelos resíduos plásticos” –, um dos participantes assinalou que a construção de uma civilização mais atenta ao ambiente faz parte integral do desenvolvimento social e que, no processo de fomentação do desenvolvimento económico, é imprescindível construir, de forma integral, um modelo sustentável, de reciclagem e com emissões baixas de carbono. Para promover este princípio não se pode apenas procurar o crescimento económico em detrimento do meio ambiente, nem, por outro lado, se pode ter apenas uma visao focada no ambiente de forma fechada, violando as regras de desenvolvimento económico e social.
Adicionalmente, o orador do discurso temático do 2019MIECF, Michael Liebreich, convidado a participar numa sessão especial, durante a tarde, apresentou o seu ponto de vista sobre as “Novas Tendências da Indústria Ambiental”, o que permitiu uma proximidade com os participantes, numa atmosfera interessante. Michael Liebreich referiu ainda que, à medida que os custos para a tecnologia da produção de energias renováveis, como eólica, solar, etc., são cada vez mais acessíveis e a sua aplicação estará mais popularizada com o evoluir dos tempos. O crescimento económico e o desenvolvimento sustentável não se contrariam, tendo em conta que para uma sociedade beneficiar do bem-estar apenas o ser humano poderá redefinir o conceito de florescimento económico.
Além disso, Michael Liebreich deixou alguns conselhos a Macau de forma a potenciar a conservação de energia com eficiência ou uma arquitectura com baixas emissões de carbono, por via de políticas concretas, tendo em consideração os recursos abundantes do sector turístico e hoteleiro. Servindo de uma plataforma comercial de classe mundial, Macau pode ainda tirar pleno proveito das suas vantagens particulares enquanto uma ponte de ligação entre os Países de Língua Portuguesa e a Grande Baía, e assim fortalecer a colaboração de tecnologia e financiamento no âmbito do desenvolvimento ecológico entre os territórios, explorando, simultaneamente, oportunidades de negócio que liderem o mercado da protecção ambiental.
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