A transmissão do sarampo causada pelo paciente admitido a 6 de Março no Hospital Kiang Wu foi controlada. Contudo a situação epidémica de sarampo em algumas regiões vizinhas e um pouco por todo o mundo não afasta a possibilidade de serem diagnosticados no território mais casos importados de sarampo ou casos relacionados com sarampo importado.
Os Serviços de Saúde solicitaram a todas as instituições médicas e ao pessoal médico que estejam em alerta e que caso identifiquem ou diagnostiquem casos de sarampo adoptem medidas rigorosas de controlo de infecção.
Par fazer face aos inúmeros pedidos diários de análise de casos suspeitos o Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde adoptou já um regime de funcionamento de duas escalas. Os relatórios destes testes laboratoriais serão emitidos duas vezes ao dia: durante a tarde e à meia-noite de modo a que seja possível identificar, o mais rápido possível, eventuais casos suspeitos.
Perante as características conhecidas de transmissão do vírus do Sarampo os Serviços de Saúde estabeleceram grupos de maior necessidade de vacinação, como são os casos dos bebés até 1 ano de idade, sendo que estes são actualmente prioritários.
Refira-se que os grupos prioritários já identificados: bebés e crianças, trabalhadores de creches que nasceram em ou após 1970 e pessoal médico não necessitam de marcação para acederem à vacina.
Todos os outros indivíduos necessitam de efectuar marcação prévia.
Com a chegada do novo lote de vacinas contra sarampo, composto por 5400 doses, os Serviços de Saúde vão implementar novas medidas, serão acrescentadas novas vias de marcação, destinadas às pessoas que tomam conta de bebés e crianças até um ano de idade, nomeadamente, auxiliares domésticas. As medidas concretas serão divulgadas terça-feira.
Outros residentes e trabalhadores não residentes de Macau, nascidos após 1970 e que não foram, nem vacinados nem infectados pelo sarampo, e que tenham necessidades de vacinação necessitam de efectuar a marcação nos centros de saúde ou postos de saúde.
Pesquisa, por amostragem, sobre o nível de imunidade contra o sarampo na população, revela taxas de imunidade superiores a 95% em todas as faixas etárias acima de 2 anos de idade
Nos últimos dias pessoas nascidas antes de 1970 e outras pessoas que não pertencem aos grupos prioritários - crianças com idade inferior a 2 anos, pessoal de creches, profissionais de saúde, entre outras – solicitaram que lhes fosse administrada a vacina contra o sarampo. Os Serviços de Saúde reforçam a informação de que a maioria das pessoas nascidas antes de 1983, especialmente, aquelas nascidas antes de 1970, foram imunizadas através de infecções naturais. Não é por isso necessária a vacinação.
Aliás, ao longo dos anos os Serviços de Saúde de Macau sempre estiveram dedicados à manutenção de uma barreira imunológica contra algumas doenças infecciosas como é o caso do sarampo. A maioria das pessoas que nasceram em Macau depois de 1983, ou os indivíduos que completaram o ensino primário em Macau depois de 1983 foram vacinados com pelo menos uma dose da vacina contra o sarampo.
A taxa de vacinação dos trabalhadores não residentes de Macau é inferior à taxa de vacinação dos indivíduos nascidos em Macau ou dos indivíduos com a conclusão do ensino primário após o ano de 1983. Apesar disso, alguns trabalhadores não residentes de Macau também são imunes, porque são provenientes de países e regiões com altos índices de infecção natural e foram infectados na infância.
Os Serviços de Saúde realizam anualmente uma pesquisa, por amostragem, sobre o nível de imunidade contra o sarampo na população. As taxas de imunidade são superiores a 95% em todas as faixas etárias acima dos 2 anos de idade.
Implementação rigorosa do princípio de vacinação prioritária ao grupo com necessidade
Devido aos recentes surtos no Sudeste Asiático, Sul da Ásia, Europa e Américas, o fornecimento de vacinas contra o sarampo, um pouco por todo o mundo, tem levado a uma escassez de stocks generalizada. Os fabricantes de vacinas estão a dar prioridade aos países com epidemias graves. Prevê-se, assim, que as vacinas encomendadas pelos Serviços de Saúde não sejam enviadas na sua totalidade no curto prazo. Perante esta situação os Serviços de Saúde restringiram a vacinação às populações prioritárias.
Diariamente estão a ser vacinadas cerca de 200 pessoas. Ainda existem cerca de 1.000 doses de vacina contra sarampo, rubéola e parotidite epidémica. Esta semana chegam a Macau 5.400 doses destas vacinas. A quantidade é suficiente para bebés, crianças até um ano de idade, bem como para os profissionais de saúde com necessidades de vacinação. Os demais residentes devem submeter-se à vacinação apenas quando a quantidade de vacinas existente no território seja em número suficiente.
As pessoas que já foram infectadas pelo sarampo já possuem imunidade vitalícia. Algumas pessoas infectadas com sarampo não mostram sintomas óbvios. As pessoas de meia-idade e as pessoas idosas não são susceptíveis ao sarampo. De acordo com a análise epidemiológica e a pesquisa de sorologia de população, a maior parte das pessoas nascidas antes de 1970 em Macau foram infectadas ou expostas ao vírus do sarampo e têm imunidade natural, não havendo necessidade de vacinar contra o sarampo. Ou seja: para estas pessoas – nascidas antes de 1970 – os Serviços de Saúde não fornecem vacinação contra o sarampo.
Devido à grave epidemia de sarampo nas Filipinas, Vietnam, Tailândia e Indonésia, os Serviços de Saúde recomendam que os residentes e os empregados domésticos (especialmente aqueles que precisam cuidar de crianças com menos de um ano de idade) que não têm certeza se têm imunidade contra o sarampo devem cancelar ou adiar viagens não urgentes a estes países.
Caso a viagem não possa ser cancelada ou adiada estas pessoas devem prestar atenção especial à higiene pessoal, evitar contacto com crianças e ir a lugares de alto risco, como instituições de saúde. Se alguém contratar novos empregados deve exigir a quem pretenda trabalhar em Macau que demonstre estar vacinado ou que proceda à vacinação no local de origem.
Os Serviços de Saúde aconselham as pessoas que, quer estejam em Macau, quer estejam nos lugares com surto grave de epidemia, devem prestar atenção às seguintes medidas preventivas:
- A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir a infecção do sarampo. Todas as crianças devem receber duas doses de vacinas, para efeito completo de imunidade, contra o sarampo, após o 1.º aniversário;
- Não viaje com crianças que não tenham completa imunidade para viajar ao exterior ou para lugares lotados com visitantes;
- As pessoas que cuidam de bebés e crianças, como cuidadores domésticos e trabalhadores de creches devem ser vacinados contra o sarampo;
- Peste atenção à cortesia do tracto respiratório, não toque nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos;
- Pessoas imuno-comprometidas devem evitar deslocar-se aos locais lotados ou instituições médicas;
- Caso apareçam sintomas suspeitos, devem usar máscara e recorrer à consulta médica.
Caso tenham dúvidas, os residentes podem ter acesso à página electrónica dos Serviços de Saúde (http://www.ssm.gov.mo) ou ligar para a linha verde n.o28700 800.