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Doença por Vírus Ébola classificada como “Emergência de saúde pública de interesse internacional” – Serviços de Saúde reforçam medidas preventivas nos principais postos fronteiriços de Macau


A ocorrência do surto do Vírus Ébola na República Democrática do Congo, até agora não controlado, revelou nos últimos dias sinais de propagação transfronteiriça. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o caso como “Emergência de saúde pública de interesse internacional”, assim, neste contexto, os Serviços de Saúde reforçaram as medidas de resposta nos principais postos fronteiriços de Macau para detecção precoce de doentes e prevenção da propagação transfronteiriça da doença.

Os Serviços de Saúde, em conjunto com o Corpo de Polícia de Segurança Pública prepararam acções de prevenção e controlo nos postos fronteiriços, reforçando, a partir de sexta-feira, 19 de Julho, medidas de vigilância sanitária nos principais postos fronteiriços em resposta ao Vírus Ébola. Entre as medidas incluem-se a inquirição e inspecção, realizadas por agentes de saúde dos postos fronteiriços, a todos os portadores de passaportes das regiões afectadas. Caso sejam detectadas pessoas, provenientes dos países e regiões influenciados pelos surtos, que demonstrem ou aparentem manifestar sintomas suspeitos da doença com Vírus Ébola, os Serviços de Saúde encaminharão de imediato estas pessoas para o Centro Hospitalar Conde de São Januário onde serão avaliadas e realizados exames específicos. Caso as pessoas não manifestem sintomas, os agentes dos Serviços de Saúde irão seguir diariamente o estado clínico através de telefone.

A doença com vírus Ébola é uma doença viral aguda e grave, o seu período de incubação vária de 2 a 21 dias. Os sintomas são caracterizados pelo início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta seguido por vómitos, diarreia, erupção cutânea, deficiências da função renal e hepática, e, em alguns casos graves, pode, ainda, ocorrer hemorragia interna e externa, e até morte. Alguns morcegos frugívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ébola. Os chimpanzés, gorilas, macacos, antílopes florestais e porcos também podem ser eventuais portadores do vírus Ébola.

O vírus Ébola pode ser transmitido como uma infecção resultante do contacto directo com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados ou de pessoas infectadas e contacto indirecto com ambientes contaminados com fluídos. Cerimónias fúnebres em que os indivíduos têm contacto directo com o corpo da pessoa falecida, também podem desempenhar um papel na transmissão de Ébola.

Os profissionais de saúde que trabalham nos países afectados frequentemente contraem uma infecção acidental quando estão em contacto próximo com o paciente e não observam de forma rigorosa as medidas preventivas de controlo da infecção.

Apesar da RAEM ter, mercê da sua localização, pouco contacto com os países até agora afectados, e de não haver um risco elevado de poder ser afectado, os Serviços de Saúde desde a notificação efectuada pela OMS, têm estado atentos ao desenvolvimento epidemiológico das regiões envolvidas. Os Serviços de Saúde vão aplicar as respectivas medidas para corresponder a mudança epidemiológica.

Como esta situação merece toda a atenção os Serviços de Saúde recomendam, ainda, aos cidadãos que pretendam viajar para as regiões infectadas que devem proceder a uma rigorosa avaliação de todos os seus movimentos em zonas de contágio. Em caso de permanecerem nas regiões afectadas, devem prestar atenção à higiene individual e ambiental, lavar com frequência as mãos seguindo os procedimentos correctos, evitando ao máximo ter contacto com animais, não comer carne que não esteja totalmente cozida, consumir as frutas e vegetais descascados e limpos. Caso não seja estritamente necessário devem abster-se de entrar em hospitais ou efectuar visitas a famílias que possam ser consideradas de risco. Caso tenha viajado para as zonas de risco e se notar sintomas de febre, diarreia, vómitos, erupção ou sangramento num espaço de 21 dias após o regresso deve imediatamente recorrer ao médico, informando-o sobre o percurso da sua viagem.

Em caso de dúvidas, podem ligar para a linha aberta de informações das doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde, através de número 28 700 800 ou ter acesso à página electrónica de doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde http://www.ssm.gov.mo/csr/.