Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2019, registaram um valor de 808,3 mil milhões de patacas, representando aumentos de 19,5% face a 31 de Dezembro de 2018 e de 17,2% face ao período homólogo de 2018. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 269,2 mil milhões, 508,9 mil milhões e 30,2 mil milhões de patacas, respectivamente, ou seja, mais 17,5%, 18,8% e 57,8% em relação ao final de 2018.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 56,1%, sendo a restante aplicada principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (21,3%), na Europa (10,9%), na América do Norte (9,5%) e na Oceânia (1,9%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 37,0% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 299,5 mil milhões de patacas, ou seja, mais 14,2% face ao final de 2018. Refira-se que os investimentos consistiram em 95,9 mil milhões em títulos representativos de capital, 182,4 mil milhões em obrigações a longo prazo e 21,1 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 35,6%, 35,8% e 69,8%, do total nas respectivas categorias. Entretanto, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong cresceu de 12,7% para 13,2%, tendo aumentado 24,5% o valor de mercado (106,6 mil milhões de patacas). Nota-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 55,9 mil milhões e 48,4 mil milhões de patacas, respectivamente.
A carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a aumentar. O valor de mercado de investimentos nestas regiões alcançou 171,9 mil milhões de patacas, que equivaleu a um crescimento de 19,5% relativamente ao final de 2018, enquanto o respectivo peso permanecia em 21,3% do total da carteira de investimentos no exterior. Em particular, subiu 16,5% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, cifrando-se em 86,5 mil milhões de patacas.
A quota de investimentos em títulos europeus situou-se em 10,9%, traduzindo um decréscimo de 0,1 ponto percentual em comparação com o final de 2018, enquanto o seu valor de mercado atingia 87,7 mil milhões de patacas, ou seja, mais 18,4%. Entre os países europeus, o Reino Unido, o Luxemburgo e a Irlanda representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 24,8 mil milhões, 16,6 mil milhões e 10,2 mil milhões de patacas, respectivamente.
A maior parte dos investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 69,8 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 25,7% relativamente ao final de 2018. Contudo, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior aumentou de 8,2% para 8,6%.
Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota”, com exclusão dos do Interior da China, detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado situou-se em 38,3 mil milhões de patacas, correspondentes a uma subida de 62,2% face ao final de 2018, representando 4,7% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu cerca de 413,4 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades de Portugal e do Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).