Os Serviços de Saúde registaram em Dezembro uma subida exponencial dos casos de escarlatina. Em Outubro, em média foram registados dez (10) casos por semana sendo que nas últimas semana o número de casos subiu para uma média de 28 casos uma situação superior à registada no período homólogo do ano passado que foram 13 casos por semana.
Desde o início do ano e até ao dia 17 de Dezembro, foram registados 470 casos de escarlatina. Apesar de ser um número inferior ao registado no período homólogo do ano passado, 627 casos, verifica-se que entre a segunda metade de Novembro os últimos dias há um aumento óbvio quando comparado com o número do período homólogo do ano passado. A proporção entre sexo masculino e feminino é de 1,5 casos para um. A idade das pessoas infectadas está compreendida entre os dois (2) meses de idade e os 57 anos, principalmente entre os dois (2) e oito (8) anos, que representam 92% dos casos de escarlatina registados em Macau.
Em 31 casos de escarlatina houve necessidade de internamento hospitalar e após recuperação todos tiveram alta hospitalar. Não foram registados casos graves ou mortais.
Em Dezembro foi registado um caso colectivo de escarlatina, que envolveu em seis alunos numa turma de 2.º ano de uma escola primária. Todos os alunos estão clinicamente estáveis e recuperados.
Devido a esta situação mais activa da escarlatina em Macau, os Serviços de Saúde estão a prestar estreita atenção a esta situação epidemiológica, apelando aos pais, às instituições de ensino e às creches para a necessidade de estarem em alerta para a detecção precoce de eventuais casos.
A Escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). Geralmente, o período de incubação é de 1 a 3 dias. Esta doença é transmitida principalmente através de contacto com as secreções orais ou respiratórias ou salpicos de saliva dos doentes infectados. Uma vez que esteja infectado, o doente fica numa situação de elevado contágio, quer antes, quer depois da manifestação da doença. As pessoas podem contrair escarlatina em qualquer período do ano e o pico desta doença ocorre geralmente na primavera e no inverno e infecta principalmente crianças entre os dois (2) e os oito (8) anos de idade. Os principais sintomas são febre, dor de garganta, língua com aspecto semelhante a um morango e prurido. As erupções aparecem frequentemente no pescoço, no tórax, nas axilas, nas fossas cubitais, na virilha e no lado interno das coxas. As erupções cutâneas típicas da escarlatina não aparecem no rosto e a pele da região afectada geralmente torna-se muito áspera. Após o desaparecimento das erupções cutâneas, a pele manifesta escamação.
O tratamento eficaz pode ser conseguido através da administração de antibióticos. Sem tratamento adequado esta doença pode sofrer complicações, nomeadamente com o aparecimento de otite média, febre reumática, doença renal, pneumonia, linfadenite, artrite, etc.
Não existe vacina contra a escarlatina, por isso, os alunos, os pais, as instituições de ensino e as creches devem tomar precauções para reduzir a possibilidade de infecção. As instituições de ensino e as creches logo que detectem qualquer caso de infecção colectiva, devem notificar imediatamente o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Serviços de Saúde, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude ou o Instituto de Acção Social.
Com vista a prevenir a infecção pela escarlatina, os cidadãos, as instituições de ensino e as creches devem tomar as seguintes medidas:
Higiene pessoal
- Lavar frequentemente as mãos, mantendo-as sempre limpas, ou usar um desinfectante alcoólico, em especial antes de estarem em contacto com os olhos, o nariz e a boca;
- Procurar cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, de preferência com um lenço e deitá-lo no lixo depois de usado;
- Não partilhar toalhas com outra pessoa;
- Utilizar luvas, quando manusear objectos e lugares contaminados por secreções ou excrementos;
- Praticar sempre desporto, descansar o suficiente, ter uma alimentação equilibrada, evitar fumar e deslocar-se a lugares públicos densamente frequentados;
- Evitar contactos próximos com doentes que manifestem sintomas da escarlatina;
- No caso de sofrer sintomas da escarlatina, tais como, febre, tosse, devem usar máscara e recorrer de imediato ao médico;
- Os doentes devem permanecer no domicílio e suspender o serviço ou a ida à escola.
Higiene ambiental:
- Manter a limpeza e a secura do ambiente e garantir uma boa ventilação de ar no interior da sala;
- Proceder, no mínimo, uma vez por dia à limpeza e desinfecção dos brinquedos utilizados, mobiliário, pavimento e locais com os quais as mãos têm contacto frequente;
- Proceder de imediato a uma desinfecção adequada dos materiais ou lugares contaminados pelas secreções ou excrementos;
- Assegurar a existência de sabão líquido e toalhas de papel descartáveis ou secador para as mãos nas instalações sanitárias.