Conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica das doenças transmissíveis em Macau
Os Serviços de Saúde apresentaram, quinta-feira, 30 de Dezembro, em conferência de imprensa a actual situação epidemiológica das doenças transmissíveis em Macau já que se prevê uma maior actividade dos vírus no período de Inverno e pelo que há necessidade de apelar aos cidadãos o reforço da prevenção.
A Coordenadora do Núcleo de prevenção e doenças infecciosas e vigilância da doença do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Dra. Leong Iek Hou além de descrever a situação geral das doenças transmissíveis entre as quais se incluem a Varicela, a Escarlatina, a infecção por enterovírus, a infecção por Norovírus, Febre de Dengue, Sarampo destacou que a situação da Gripe já que a Região está a entrar no período de gripe. Actualmente, o vírus mais predominante em Macau é o vírus da Influenza A (H1N1),o segundo é o vírus da Influenza A (H3N2). No entanto, no Interior da China, o vírus mais predominante é o vírus da Influenza A (H3N2). OS actuais dados clínicos disponíveis indicam que as actuais vacinas, distribuídas por todo o mundo, possuem um baixa protecção ao vírus da Influenza A (H3N2) que se regista em particular na Chins. As actuais vacinas possuem uma média protecção para o vírus (H3N2) que circula na Europa e boa protecção contra o vírus da Influenza A (H1N1) que é diagnosticado um pouco por todo o mundo além de garantir uma protecção ao vírus influenza B (linhagem B / Victoria).
Isto significa que as actuais vacinas apesar da mais baixa protecção ao vírus da Influenza A (H3N2) que se regista no Interior da China, ainda garantem alguma prevenção e há uma boa protecção contra o vírus da Influenza A (H1N1) este, actualmente, mais predominante em Macau, disse a Dra. Leong Iek Hou.
Para evitar complicações maiores a Coordenadora do Núcleo de prevenção e doenças infecciosas e vigilância da doença do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde apela a todos os cidadãos para que recorram, o mais breve possível, à administração da vacina contra a gripe, nomeadamente crianças, idosos, doentes crónicos. Em Macau, o período pico de gripe normalmente regista-se entre Janeiro a Março, mas é necessário antever que a vacina só produz efeitos após 2 ou 3 semanas após a vacinação.
Por seu turno oCoordenador do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr. Lam Chong apresentou as medidas contra a gripe já estabelecidas pelo Governo, entre as quais se inclui o aumento da taxa de administração de vacina, monitorização estreita à epidemia de Macau e do mundo e emissão de alerta aos sector de saúde e público de forma atempada, elaboração de instruções de técnicas médicas, incluindo, teste, utilização de medicamentos anti-virais, controlo de infecção, elaboração de instruções escolares e dos lares (higiene ambiental, suspensão, isolamento, entre outros); manutenção de reserva de medicamentos contra o vírus de gripe e de material de consumo; elaboração de Planos de Contingência, incluindo, triagem de doentes, mobilização de pessoal, alocação de camas, entre outros; garantia de que os equipamentos tais como ventilador mecânico e oxigenação por membrana extracorpórea atendem às necessidades de emergência.
O Dr. Lam Chong salientou que a eficácia das vacinas de gripe que são administradas internacionalmente variam de acordo com determinadas regiões do globo uma vez que, os vírus circulantes do mundo também são diferentes. Daí não existirem razões para pôr em causa a constituição das vacinas. Os componentes das vacinas são uniformizados pela Organização Mundial da Saúde anualmente, e as fábricas de produtos farmacêuticos produzem as vacinas conforme as orientações da Organização Mundial da Saúde.
Também presente na Conferência de Imprensa o Médico Ajunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário (C.H.C.S.J.), Dr. Chang Tam Fei, adiantou que os dados relativos ao mês de dezembro indicam que há um aumento diário do número de consultas na Urgência de Adultos. Já são registados entre 400 a 500 doentes por dia. Os números de doentes com sintomas de gripe e de febre registados ainda se encontram num nível elevado. Relativamente ao numero de camas ocupadas o Dr. Chang Tam Fei referiu que mais de 90% das camas do Centro Hospitalar Conde de São Januário (C.H.C.S.J.) estão ocupadas. Embora a taxa de ocupação de camas continue elevada, o C.H.C.S.J. já adoptou um mecanismo que garante camas reservadas para doentes com doenças graves e com necessidade de internamento, havendo uma gestão equilibrada das camas. Mesmo assim o Centro Hospitalar Conde de São Januário apela aos doentes com sintomas ligeiros ou que não urgentes para recorrerem a assistência médica nas clínicas privadas ou nas clínicas de organizações sem fins lucrativos de modo que os doentes mais urgentes possam realmente ser atendidos nos serviços de urgência e obtenham serviços adequados o mais rápido possível.
Como é habitual os Serviços de Saúde publicam mensalmente os dados obtidos da tendência de evolução de doenças transmissíveis em Macau através da declaração obrigatória.
No mês de Novembro de 2019, os Serviços de Saúde registaram 589 situações em que foi efectuada a declaração obrigatória e verificou-se que existem alterações evidentes em algumas doenças, nomeadamente:
Foram diagnosticados 94 casos de infecção por norovírus, o que representa uma subida de 168,6% quando comparada com o período homólogo do ano anterior (35 casos), e uma reduzão de 16,8% relativa ao mês anterior (113 casos).
Foram registados 77 casos de Escarlatina, número representa um acréscimo de casos de 60,4% e de 148,4% quando comparados com o período homólogo do ano anterior (48 casos) e o mês anterior (31 casos).
Foram registados 69 casos de varicela, número representa as subidas de 23,2% e de 102,9% quando comparados com o período homólogo do ano anterior (56 casos) e o mês anterior (34 casos).
Foram diagnosticados 14 casos de infecções por Salmoneloses, o que representa uma redução de 12,5% e 46,2% quando comparados com o período homólogo do ano anterior (16 casos) e o mês anterior (26 casos).
Foram diagnosticados 209 casos de infecção por enterovírus, número representa uma redução de 60,6% e 5,4% quando comparados com o período homólogo do ano anterior (530 casos) e o mês anterior (221 casos).
Foram diagnosticados 70 casos de influenza, número representa uma redução de 73,8% e uma subida de 12,9% quando comparados com o período homólogo do ano anterior (267 casos) e o mês anterior (62casos).
Foram ainda registados, em Novembro de 2019, 22 casos de tuberculose pulmonar, o que representa uma redução quando comparados com o período homólogo do ano passado (27 casos); e registados 3 casos importados de febre de dengue, 6 casos de VIH sem manifestação dos sintomas da doença e 2 casos de SIDA e 1 caso de tosse convulsa.
Para que seja efectuada uma monitorização contínua, mais eficaz, das doenças transmissíveis e do domínio da tendência epidémica de doenças transmissíveis na Região Administrativa Especial de Macau, os Serviços de Saúde determinaram, de acordo com a Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis e do Mecanismo de Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória que os responsáveis pelos organismos de saúde pública e privados, os médicos que efectuam o primeiro diagnóstico, os médicos responsáveis pelo preenchimento de certificados de óbito e os técnicos responsáveis pela realização de diagnóstico laboratorial são legalmente obrigados a notificar os Serviços de Saúde os casos de doenças transmissíveis detectados no exercício da sua função.
Informações mais pormenorizadas podem ser consultadas através do sítio electrónico dos Serviços de Saúde (http://www.ssm.gov.mo) ou através da linha aberta dos Serviços de Saúde n.º 28 700 800.