O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, afirmou, hoje (29 de Julho), que o governo continua, em conjunto com as autoridades do Interior da China, empenhado nos trabalhos de prevenção e controlo da epidemia, bem como diligente na avaliação e gestão de riscos, no sentido de recuperar, de forma gradual e ordenada, os habituais contactos entre os residentes dos dois lados, esperando-se, assim, aproveitar o aumento do número de visitantes para dinamizar a economia local.
Lei Wai Nong, ao estar presente, esta manhã, numa ocasião pública, disse, em declarações à comunicação social, que a situação epidémica da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus está a ter um grande impacto na economia mundial, com a sua duração a ultrapassar as previsões. Recordou ainda que, no passado dia 15 de Julho, as autoridades do Interior da China ajustaram as políticas para permitirem uma normalização gradual dos contactos entre as pessoas das duas regiões, um momento decisivo para Macau. Já no dia 28 de Julho, as autoridades competentes alargaram o espaço de movimento dos residentes de Macau a toda a província de Guangdong. Nesta sequência, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) irá continuar empenhado na avaliação e gestão de riscos, aplicando uma gestão dinâmica, de modo a responder a eventuais mudanças económicas.
O mesmo responsável sublinhou que a exportação de serviços é o eixo principal da economia de Macau, representando cerca de 80 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), com os visitantes a serem, portanto, um pilar importante da economia local. E garantiu que Macau e as autoridades do Interior da China vão reforçar as tarefas de prevenção conjunta, por isso, é expectável e atingível a normalização gradual dos contactos bilaterais. O secretário considerou ainda que a população deve ter confiança e persistir na boa execução dos trabalhos de prevenção da epidemia. Simultaneamente, considerou que todo este contexto irá também permitir aos visitantes de Macau sentirem-se seguros e descansados.
Ao ser questionado se há uma data para as autoridades do Interior da China retomarem as políticas de visto individual, Lei Wai Nong frisou que a situação epidémica ainda não está totalmente apaziguada, pelo que só podem ser adoptadas de forma progressiva. Contudo, salientou que, neste momento, a população não pode baixar a guarda, sendo necessário continuar com a boa execução dos trabalhos de prevenção, por forma a acolher, no futuro, a retoma gradual das políticas dos vistos individuais. E apelou à população para manter a paciência, garantindo que logo que haja novidades sobre o assunto serão anunciadas.
Por outro lado, o secretário afirmou que devido ao impacto da epidemia, a taxa de desemprego, que no início do ano era de 2,4 por cento, atingiu agora os 3,5 por cento. No entanto, os serviços competentes efectuaram a sua comparação com o encerramento de actividades comerciais, durante o mesmo período, e os resultados demonstraram não ter havido um aumento evidente nos encerramentos. Referiu ainda que, de Janeiro a Julho do corrente ano, as autoridades conseguiram ajudar dois mil operários a mudarem de ofício e deixou a garantia de que as acções de formação continuarão a ser reforçadas.
O secretário indicou também que, segundo os dados mais actualizados, de Janeiro até agora, cerca de 10 mil trabalhadores não residentes deixaram os respectivos postos de trabalho, devido a diferentes factores, tais como condições de emprego, situação de emprego dos trabalhadores locais e mudanças no sector. De acordo com o mesmo responsável, o governo tratou o assunto de forma dinâmica, dando-lhe o devido acompanhamento, mas apela aos trabalhadores para estarem mentalmente preparados para a possibilidade de virem a ter de aceitar diferentes condições e ambientes de trabalho. No futuro, o Governo da RAEM irá continuar atento às transformações do mercado laboral e, através de planos adequados, permitir uma adaptação dos trabalhadores a novos empregos.
Lei Wai Nong afirmou que para fazer frente ao impacto da epidemia, o Governo da RAEM procedeu a uma mobilização urgente de 10 mil milhões de patacas para servir de apoio económico e lançou o plano de subsídio de consumo com duas fases. Com essas medidas, conseguiu-se, de certa forma, aliviar as dificuldades de subsistência dos residentes e das empresas na exploração dos seus negócios, possibilitando-se a sobrevivência das pequenas e médias empresas de Macau, bem como a salvaguarda do emprego dos residentes. O secretário sublinhou que as seis operadoras de Jogo também correspondem ao apelo do governo, apresentando as devidas medidas para proteger a subsistência dos seus trabalhadores.
Ao responder a questões sobre as receitas do Jogo, Lei Wai Nong observou que a duração do impacto da epidemia do novo tipo de coronavírus ultrapassou as previsões, por isso, o Governo da RAEM procedeu a um ajustamento dinâmico, tendo rectificado o orçamento por duas vezes. Além disso, prometeu que o governo irá continuar a acompanhar de perto e avaliar as mudanças nos números relativos ao terceiro e quarto trimestres deste ano, para, caso necessário, ajustar novamente o orçamento.