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Divulgação da Balança de Pagamentos da RAEM


Estimativa Preliminar para 2019

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) divulga hoje a estimativa preliminar da Balança de Pagamentos (BP) da RAEM para o ano de referência 2019. Composta pela conta corrente, conta de capital e conta financeira, a BP é um registo estatístico integrado que apresenta os resultados das transacções externas entre um sistema económico e todo o mundo.

Em 2019 a estimativa preliminar da BP de Macau registou o superavit de 12,1 mil milhões de patacas, destacando-se o saldo positivo de 142,8 mil milhões na conta corrente e um aumento de 83,5 mil milhões nos activos financeiros líquidos não reserva.

As exportações de mercadorias desceram 8,3% em termos anuais, enquanto as importações de mercadorias (valor de f.o.b.) cresceram 0,7%, o que provocou um aumento do déficit comercial de mercadorias, de 91,2 mil milhões de patacas em 2018 para 93,3 mil milhões em 2019. A par disso, as exportações de serviços diminuíram 1,1% em 2019, em consequência da queda das exportações de serviços turísticos, enquanto as importações de serviços desceram 6,5%. Portanto, caiu entre 2018 e 2019 o superavit registado na conta de serviços, de 311,7 mil milhões de patacas para 310,3 mil milhões.

Nos rendimentos primários, que reflectem os fluxos transfronteiriços dos rendimentos dos factores, o valor da entrada aumentou entre 2018 e 2019, de 56,2 mil milhões de patacas para 69,3 mil milhões, enquanto o valor da saída subiu de 105,8 mil milhões para 118,3 mil milhões, registando-se em 2019 uma saída líquida de 49,0 mil milhões de patacas. A conta de rendimento secundário, que inclui as transferências correntes entre residentes de Macau e não residentes, registou uma saída líquida de 25,2 mil milhões de patacas, o que representa um aumento de 3,5 mil milhões face a saída líquida de 2018.

Em 2019 o superavit da conta corrente situou-se em 142,8 mil milhões de patacas, tendo descido 6,4 mil milhões, face a 149,2 mil milhões registados em 2018, visto que o enorme superavit observado no comércio de serviços compensou o déficit da balança comercial, bem como as saídas líquidas de rendimentos primários e secundários.

Os activos financeiros não reserva registaram uma saída líquida de 83,5 mil milhões de patacas em 2019, ou seja, menos 16,1 mil milhões face à registada em 2018. Salienta-se que o investimento directo continuou a registar uma entrada líquida, aumentando de 20,0 mil milhões de patacas em 2018 para 38,6 mil milhões em 2019. Entretanto, o investimento de carteira registava em 2019 uma saída líquida de 126,7 mil milhões, contra uma entrada líquida de 35,8 mil milhões em 2018, devido ao aumento significativo da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau (incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da RAEM) durante o ano. A par disso, em consequência da desaceleração acentuada do crescimento dos outros activos externos dos residentes de Macau em 2019, a saída líquida de outros investimentos caiu de 158,0 mil milhões em 2018 para 0,3 mil milhões em 2019. Por seu turno, os derivados financeiros continuaram a registar em 2019 uma entrada líquida e atingiram 4,8 mil milhões de patacas.

Os activos de reserva na conta financeira visam mostrar variações das reservas cambiais da RAEM detidas pela AMCM. Eliminado o efeito das variações do preço e da taxa cambial, entre outros, os activos de reserva aumentaram 12,1 mil milhões de patacas em 2019 (tinham diminuído 2,1 mil milhões em 2018), reflectindo um superavit na BP global no valor de 12,1 mil milhões em 2019.

A BP da RAEM é compilada de acordo com o padrão promovido pelo “Manual da Balança de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional” (6ª edição), editado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados principais disseminados presentemente incorporam as estimativas estatísticas preliminares, sendo os dados revistos publicados posteriormente em relatório estatístico pormenorizado, a divulgar em Dezembro de 2020.



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