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Estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao 2º trimestre de 2020


No segundo trimestre de 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma descida anual de 67,8%, em termos reais, que superou a descida anual verificada no trimestre anterior. Com a contínua implementação de medidas de prevenção epidémica, agravou-se a amplitude descendente das exportações de serviços de Macau no trimestre em análise, com um decréscimo anual de 92,3%, realçando-se as quedas de 97,1% nas exportações de serviços do jogo e de 93,9% nas exportações de outros serviços turísticos, enquanto diminuíam 26,4% as exportações de bens. Atenuou-se a amplitude descendente da procura interna, cuja queda anual se situou em 8,2%, essencialmente devido ao estreitamento da amplitude descendente do investimento em activos fixos. Diminuíram as importações, quer de bens (-29,6%), quer de serviços (-47,6%), informam os Serviços de Estatística e Censos.

No trimestre em análise o deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou um crescimento anual de 0,6%.

Os esforços do combate à epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, por parte do governo da RAEM e de todos os sectores da sociedade, levaram ao abrandamento dos efeitos negativos da pandemia e à recuperação gradual das actividades económicas, em Macau no 2º trimestre. Neste período, foi lançado pelo governo o plano de subsídio de consumo para promover a procura interna (o montante de 1,62 mil milhões de patacas subsidiado pelo governo reflectiu-se na despesa de consumo final do governo), cujo efeito impulsionador resultou no estreitamento de 9,8% da amplitude descendente da despesa de consumo final das famílias no mercado local. Entretanto, diminuiu 71,2% a despesa de consumo final das famílias no exterior, devido às restrições fronteiriças adoptadas por vários locais como medidas de prevenção epidémica. A despesa de consumo privado sofreu uma queda anual de 16,5%.

Em resposta à epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, o governo da RAEM adquiriu mais equipamentos de protecção e materiais médicos, alugando hotéis para servirem de instalações de isolamento preventivo e lançando medidas de assistência financeira, como o plano de subsídio de consumo, de forma a incrementar ainda mais a amplitude ascendente da despesa de consumo final do governo, a qual subiu de 5,0% no 1º trimestre para 14,0% no 2º trimestre. Salientam-se os aumentos homólogos de 34,5% nas compras líquidas de bens e serviços e de 2,3% nas remunerações dos empregados.

A amplitude descendente do investimento em activos fixos registou um notável abrandamento trimestral, não obstante o decréscimo anual de 8,1%, realçando-se as quebras de 4,6% no investimento em construção e de 23,9% no investimento em equipamento. Por seu turno, o investimento em obras públicas subiu anualmente 29,6%, dado o incremento do investimento público em infraestruturas, apesar da descida de 56,0% do investimento em equipamento. Quanto ao sector privado, o investimento em construção privada baixou 9,7% em termos anuais, mas estreitou-se a queda relativamente ao 1º trimestre, tendo em conta, quer a recuperação gradual do ritmo da construção, quer o incremento do investimento em algumas obras de grandes empreendimentos, enquanto que o investimento em equipamento caiu 19,8%, em termos anuais.

A procura global baixou e o comércio de mercadorias apresentou um comportamento semelhante ao do trimestre anterior. As importações de bens caíram 29,6% em termos anuais, em virtude das diminuições em despesa de consumo privado, investimento e despesas dos visitantes. Entretanto, a descida de 26,4% nas exportações de bens reflectia o abrandamento da procura externa.

Com as sucessivas medidas de controlo fronteiriço, os visitantes chegados a Macau diminuíram continuamente. No 2º trimestre as entradas de visitantes desceram substancialmente 99,0%, em termos anuais, provocando quedas de 97,1% nas exportações de serviços do jogo e de 93,9% nas exportações de outros serviços turísticos. Diminuíram ainda 47,6% as importações de serviços, devido à redução das viagens dos residentes, bem como ao abrandamento de outras actividades económicas.

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