O Instituto Cultural encomendou um estudo a uma instituição académica especializada sobre um antigo canhão desenterrado recentemente no Porto Interior, cujo relatório preliminar já foi concluído. A equipa de investigação considera que o antigo canhão foi enterrado entre 1889 e 1933, tendo sido fabricado no exterior e tendo chegado a Macau por via de uma deslocação militar ou por via comercial. Segundo a análise preliminar, a textura, o design e parte da estrutura do canhão assemelham-se aos dos canhões de antecarga britânicos Blomefield de meados do século XIX, que actualmente se podem ver em várias fortalezas de Macau. O canhão abandonado poderá ter sido transladado para o Porto Interior para fins de armazenamento no seguimento da sua compra e, posteriormente, enterrado devido à construção de aterros nesta zona.
A equipa de investigação recorreu a metodologias dos domínios da história, tipologia e estratigrafia para analisar a textura, o design, o local de escavação e o formato do canhão antigo, tendo determinado o período em que o mesmo foi enterrado com base no estudo de mapas antigos e do Cadastro das Vias Públicas de Macau, os quais ilustram a evolução dos aterros no Porto Interior. Por outro lado, a análise contribui ainda para o estudo da história da fundição de canhões, do comércio e da construção de fortalezas em Macau.
A equipa de investigação considera que o antigo canhão desenterrado possui valor histórico importante, fornecendo dados históricos úteis para a investigação da história da fundição de canhões, do comércio de artilharia, da defesa costeira e dos aterros em Macau. A realização de um estudo sistemático sobre este canhão representativo de Macau poderá contribuir para a expansão dos estudos e da educação no âmbito da história do comércio, da defesa costeira e da história urbana de Macau.
O relatório de investigação sobre o antigo canhão desenterrado no Porto Interior foi redigido conjuntamente pelo Professor Lin Guangzhi, Director do Instituto de Estudo Social e Cultural da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST); pelo Professor Tang Kaijian, do Centro de Estudos Históricos de Macau do Instituto de História da China da Academia Chinesa de Ciências Sociais; pelo Professor Assistente Zhao Dianhong, Director Adjunto do Instituto de Estudo Social e Cultural da MUST; e pela respectiva equipa de doutorandos. No futuro, o Instituto Cultural continuará a aprofundar os estudos neste âmbito, tencionando apresentar, de forma apropriada, as informações sobre o referido canhão ao público e dar a conhecer o seu valor histórico, uma vez reunidas as condições necessárias para tal.