Os Serviços de Saúde foram notificados esta segunda-feira (30 de Novembro) para a detecção de um (1) caso de infecção colectiva de gastroenterite, na turma C da creche de Mong-Há, sita na Avenida de Venceslau de Morais, tendo sido infectados nove (9) crianças, cinco (5) do sexo masculino e quatro (4) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 1 e os 2 anos.
Desde 28 de Novembro, as crianças apresentaram sucessivamente sintomas de vómitos, febre, dores abdominais e diarreia, entre outros. Algumas crianças afectadas recorreram a instituições médicas para tratamento, não foi registado nenhum caso grave ou de internamento.
De acordo com as refeições feitas pelos pacientes, foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar. Conforme a hora de ocorrência da doença, os sintomas e o período de incubação, é provável que o agente patogénico esteja relacionado com uma infecção viral.
Os Serviços de Saúde estão a acompanhar e a investigar o caso, procedendo à recolha de amostras de fezes para análises laboratoriais e reforço das indicações ao estabelecimento escolar para implementação de medidas, em especial a forma correcta de tratamento de vómitos e de excrementos, de limpeza profunda do ambiente e manutenção da ventilação do ar no interior das instalações.
Relativamente à notícia reportada no passado dia 26 de Novembro, em relação a um caso de infecção colectiva de gastroenterite, na turma B desta creche, após verificação, foi confirmado que esta situação foi causada pelo norovírus.
O norovírus e o rotavírus são doenças frequentes da gastroenterite viral e ocorrem principalmente no Outono e no Inverno, propagando-se muito facilmente. A infecção por norovírus é fácil de ocorrer em equipamentos colectivos, nomeadamente em lares de idosos e escolas, bem como junto de vários grupos etários. A via de transmissão inclui: o consumo de alimentos ou água eventualmente contaminados por esse vírus; o contacto com vómitos ou dejetos de pessoas doentes; o contacto com objectos contaminados; ou transmissão por gotículas de saliva. A incubação da infecção ocorre normalmente entre 24 a 48 horas.
A infecção por rotavírus é frequente ocorrer em lactentes e crianças de idade compreendida entre os 6 meses e os 2 anos, sendo a sua principal via de transmissão os dejetos de pacientes. Os sintomas de ambas as doenças contagiosas são idênticas, designadamente, náuseas, vómitos, diarreia com fezes aquosas, dores abdominais e febre ligeira. De um modo geral, os sintomas são ligeiros, e trata-se de doenças autolimitadas, com a duração de 1 a 5 dias, sem complicações. Os dois vírus necessitam de ser confirmados por análises laboratoriais.
Os Serviços de Saúde recomendam à população que preste atenção à higiene pessoal, ambiental e alimentar. Acresce que caso os profissionais do sector da restauração ou o pessoal de enfermagem manifestem sintomas como vómitos ou diarreia para não se apresentarem ao local de trabalho e recorram a assistência médica, adoptando medidas rigorosas de higiene pessoal, de modo a evitar a propagação da doença. Em caso de aparecerem doentes suspeitos, o pessoal prestador de cuidados de saúde deve ter a máxima cautela aquando da limpeza quer das fezes quer dos vómitos dos doentes, devendo substituir luvas e lavar as mãos imediatamente após cuidar de cada paciente. Recomenda-se a todos as creches, escolas, lares e outras instituições similares que na ocorrência ou identificação de uma situação de infecção colectiva para contactarem, de imediato, o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde através do número de telefone 2870 0800, para pronto acompanhamento.