O médico adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ), Dr. Alvis Lo Iek Long, fez nota na conferência de imprensa do Centro de Coordenação que até ao dia 25 de Janeiro, nunca houve uma transmissão comunitária da COVID-19 em Macau e por 302 dias consecutivos não são registados casos locais de transmissão da COVID-19 (incluindo indivíduos infectados assintomáticos). Já passaram 3 dias sem detecção de novos casos importados.
Macau diagnosticou, até à data, quarenta e sete (47) casos, dos quais, quarenta e cinco (45) são casos importados e dois (2) são relacionados com casos importados. Quarenta e seis (46) pessoas tiveram alta. Não há registo de qualquer infecção entre os profissionais de saúde nem casos mortais. Neste momento, encontra-se internada na enfermaria de isolamento do Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento médico uma pessoa. Todos os doentes recuperados concluíram o isolamento do período de convalescença e um total de 8 contactos próximos está sujeito à observação médica no Centro Clínico de Saúde Público situado no Alto de Coloane.
Nos últimos sete (7) dias - 18 a 24 de Janeiro de 2021 - foram testadas em Macau 93.864 pessoas.
O Dr. Alvis Lo anunciou, ainda, os resultados de exames e análises adicionais ao 47.º caso confirmado em Macau. A este propósito explicou que após uma infecção é possível detectar no corpo humano, em primeiro lugar, numa fase inicial, os anticorpos IgM, e os anticorpos IgG aparecerão em fases intermédias ou finais da infecção, sendo que os anticorpos IgM desaparecerão gradualmente.
O 47.º paciente dos casos confirmados teve um resultado negativo para anticorpos IgM e positivo para anticorpos IgG, por isso as análises indicam que este doente foi infectado há pelo menos três semanas. Por meio da análise de sequenciamento de genes e do teste de PCR de gene variante, constatou-se que a amostra do paciente não era uma variante do vírus britânico, sul-africano ou brasileiro, mas sim uma mutação D614G, que actualmente é mudialmente o principal tipo de transmissão mundial.
O médico-adjunto do Centro Hospitalar Conde de São Januário referiu, também, que o estado clínico do doente é estável, sem febre ou sintomas respiratórios e na imagem realizada através de tomografia computadorizada ao tórax não foi identificada Pneumonia.
A doente está actualmente em tratamento médico numa enfermaria de isolamento; e o resultado de revisão do teste de ácido nucleico nasofaríngeo do paciente de hoje é fracamente positivo. Com base numa análise abrangente, o resultado do teste de ácido nucleico realizado pela doente em países estrangeiros foi negativo e as amostras recolhidas após a entrada em Macau foram, repetidamente, fracamente positivas. Combinado estes resultados com os resultados dos testes de anticorpos, é mais provável que o paciente esteja numa fase intermediária ou final da doença.
Os testes de ácido nucleico são intermitentemente positivos, pertencendo a um fenómeno de recaída.
O Dr. Alvis Lo Iek Long anunciou que quarta-feira, 27 de janeiro, terá inicio o 26.º plano de fornecimento de máscaras aos residentes de Macau e destacou que no plano anterior foram vendidas um total de 8,9 milhões de máscaras, totalizando 180 milhões de máscaras vendidas em todos os planos (Para detalhes de máscaras, pode consultar https://news.gov.mo/detail/zh-hant/N21AY8fgFd?0).
Relativamente às preocupações da comunicação social sobre a infecção assintomática importada do exterior no Distrito de Doumen, da Cidade de Zhuhai, o Dr. Lo Iek Long respondeu que as autoridades de Zhuhai recolheram amostras de contactos próximos e de ambiente para a realização de testes de ácido nucleico de novo tipo de coronavírus, cujos resultados são todos negativos.
O doente é considerado assintomático de recaída, tendo um risco de infecção relativamente baixo. No entanto, enfatizou que Macau irá manter contacto próximo com Zhuhai no futuro. As autoridades apelam que qualquer pessoa que tenham permanecido no Distrito de Doumen, da Cidade de Zhuhai, entre 16 e 23 de Janeiro e que apresente febre, tosse, dificuldade em respiração ou falta de paladar e olfato, entre outras indisposições, dever recorrer imediatamente ao Serviço de Urgência do CHCSJ.
Quando questionado pelos jornalistas sobre o lançamento da vacina contra novo tipo de coronavírus em Macau, o Dr. Lo Iek Long mencionou que até agora, grande parte dos trabalhos preliminares, tais como aquisição de vacinas, entrega, seguros, sistema de marcação e procedimentos de vacinação em Macau têm decorrido sem problemas, e que o Governo irá anunciar as respectivas organizações de vacinação ao público de uma forma completamente aberta e transparente. Contudo, como algumas implementações específicas ainda precisam ser negociadas e combinadas com partes terceiras, espera-se que a administração da vacina contra a COVID-19 possa ter início, ainda, no primeiro trimestre deste ano. Está previsto, no plano inicial, que os residentes locais, trabalhadores não residentes e estudantes estrangeiros, que estudam em Macau, tenham acesso à vacina de forma gratuita. Reiterou que em relação às três vacinas fornecidas pelas autoridades, os vacinados podem escolher voluntariamente sem alocação compulsória, porém, quando uma determinada vacina se esgotar, as opções disponíveis dos vacinados serão reduzidas, destacando que enquanto as três vacinas estiverem disponíveis não haverá uma distribuição preferencial. As autoridades darão início ao programa quando a primeira vacina chegar a Macau.
Em relação à pergunta sobre aquisição de seguro para cada residente, destinada à vacinação gratuita, o médico enfatizou que o custo de 500 MOP inclui o custo de aquisição de vacinas e seguro. Nem todas as pessoas terão de pagar 500 MOP para adquirir o seguro. Neste contexto do Dr. Alvis Lo explicou que aquisição de seguro para o público tem o objectivo fortalecer a protecção e garantir que a vacinação pode reduzir o risco de infecção e incidência de doença. Após a vacinação, as pessoas ainda podem ser infectados ou apresentem sintomas da doença, mas o risco de doenças graves ou morte será reduzido. Portanto, a vacinação é benéfica, independentemente das pessoas e para toda a sociedade de Macau.
Todos os medicamentos têm o seu risco e os eventos adversos de vacinas não podem ser excluídos. Contudo, os Serviços de Saúde têm acompanhado, de forma dinâmica, com base nos dados dos fabricantes, análises objetivas de pesquisas científicas ou supervisão de vacinação.
A Dr.ª Leong Iek Hou, Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, relatou que, entre os dias 18 e 24 de Janeiro de 2021 foram submetidos a observação médica 473 indivíduos, dos quais, 257 residentes de Macau e 216 não residentes de Macau. No total, até ao dia 24 Janeiro de 2021, foram enviados para a observação médica 24.453 indivíduos. Há, ainda 1.198 indivíduos em observação médica, 1.196 dos quais em hotéis designado e 2 em instalações sanitárias.
Ao mesmo tempo, a médica também apresentou as informações sobre 3 novas vacinas contra COVID-19 que serão disponibilizadas em Macau (ver detalhes em https://news.gov.mo/detail/pt/N21AX2FA2S?1) e sublinhou que a vacinação pode ter vários benefícios, incluindo: obter imunidade e criar uma barreira imunológica de grupo. Segundo os dados disponíveis o aumento de taxa de vacinação é a única forma eficaz para construir uma barreira imunitária. As 3 vacinas disponíveis para Macau são: vacina inactivada, vacina de mRNA e vacina baseada em vector adenoviral.
De acordo com os dados clínicos actuais, nenhuma das 3 vacinas apresenta problemas de segurança, daí ressaltou ainda que, futuramente, a vacinação poderá ser marcada através da página exclusiva e todos os residentes devem ser sujeitos a avaliação e entregar o termo de consentimento segundo as indicações que serão fornecidas pelos profissionais de saúde.
Relativamente à pergunta colocada pelo jornalista sobre o risco de Código de Saúde a amarelo, a médica explicou que as autoridades estabeleceram o prazo de observação médica de 14 e 21 dias, que é mais rigoroso do que em outras regiões. Aqueles que completaram a observação médica é-lhes exigido que realizem autogestão de saúde pelo menos 7 ou 14 dias, isto é uma medida preventiva baseada na observação médica para reduzir ainda mais o risco.
Os portadores de Código de Saúde de Cor Amarelo devem evitar ir a locais lotados, incluindo casinos, serviços públicos, etc, daí esperando que o público esteja consciente, das atitudes pessoais, que deve ajustar os comportamentos às medidas antiepidémicas, consoante diferentes situações no futuro. Quanto à entrega de vacinas em Macau, a médica adiantou que as autoridades ainda não receberam notificação dos fornecedores de vacina, referente à data de entrega nem para eventuais alterações.
Sobre o seguro médico a Dr.ª Leong Iek Hou, destacou que as vacinas são um novo mecanismo de protecção para o público, mas não é uma situação nova a nível mundial. Muitos países ou regiões estão disponíveis determinados sistemas de protecção para os cidadãos locais. Em caso de eventos adversos de vacinação, os residentes podem ser apoiados através de protecção adequada. As autoridades decidiram introduzir esse mecanismo relevante, após várias referências de práticas em diversos países ou regiões.
A Chefe da divisão da Direcção dos Serviços de Turismo, Dra. Lau Fong Chi reportou o número de pessoas em observação médica em hotéis designados, e explicou que o Sheraton Hotels and Resorts não será designado como hotel de observação médica, à escolha, entre os dias de 6 e 19 de Fevereiro. O hotel suspendeu em 16 de Janeiro a entrada de novas pessoas para observação, mas este regime será retomado a partir de 20 de Fevereiro.
A partir de 1 de Fevereiro de 2021, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo será integrado da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e a linha verde turística de 24 horas para consulta de ajuda será mantida; o chefe da Divisão de Ligações Públicas, Lei Tak Fai relatou a actual situação da cidade e a situação de entradas e saídas de Macau, entre outros e deu respostas às perguntas de jornalistas.
Estiveram presentes na conferência de imprensa o Médico-Adjunto da Direcção do CHCSJ, Dr. Alvis Lo Iek Long, o Chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Lei Tak Fai, a Chefe da Divisão de Relações Públicas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lau Fong Chi, e a Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou.