Com o objectivo de reforçar a capacidade de actuação numa situação súbita e grave, bem como melhorar a eficiência da colaboração entre as suas subunidades de investigação criminal e de ciências forenses, a Polícia Judiciária, imbuída de pensamento prospectivo sobre a preparação e prevenção antecipada bem como as precauções prévias, realizou uma simulação de um caso grave. A simulação teve início com a denúncia de um caso de homicídio. Após uma investigação apurada, descobriu-se que o caso estava envolvido com o tráfico de drogas e sequestro, tendo as subunidades de investigação criminal da PJ iniciado a acção de detenção e resgate que resultou no desmantelamento da rede criminosa e no resgate da vítima.
Simulação da ocorrência de um caso grave
A simulação teve lugar na parte manhã de 25 de Março de 2021, num parque de estacionamento a céu aberto em Coloane. No cenário montado, a PJ foi informada que houve um caso de homicídio. Entretanto, no chão, deitado ao lado da porta do lugar do condutor de um carro estacionado no loca da ocorrência, descobriu-se um homem morto e com muito sangue. Havia ainda sinais notórios de luta.
Após uma investigação apurada, descobriu-se que o caso estava envolvido com 2 redes criminosas que se envolveram em luta com armas de fogo durante o tráfico de drogas, tendo matado a tiro um comprador. Antes da transacção, o comprador suspeitou haver falsificação de droga e tomou como refém um familiar de um vendedor para obrigar o vendedor a fornecer-lhe droga com qualidade. Contudo, durante a transacção, o vendedor tomou conhecimento do sequestro e os dois lados começaram a discutir e a lutar, tendo sido morto a tiro um dos compradores tendo os restantes compradores fugido levando as drogas. Posteriormente, estes compradores confirmaram que as drogas eram falsas e ameaçaram o vendedor com o refém para que lhes fosse entregue droga de qualidade verdadeira.
Cooperação departamental para resgatar refém
Após a análise das informações a PJ iniciou a investigação e descobriu que dois compradores de droga fugitivos estavam escondidos num contentor, no NAPE, juntamente com o refém sequestrado pelo que, de imediato, a PJ iniciou o plano de uma operação para resgatar o refém.
Os investigadores da PJ realizaram apuradas diligências em diferentes locais suspeitas até descobrirem o contentor onde, provavelmente, estavam os criminosos escondidos; por outro lado, encontrou-se nas proximidades um carro envolvido no caso cuja matrícula estava a ser trocada naquele momento por um dos suspeitos para evitar a perseguição policial, pelo que então foi logo este veículo apreendido pela polícia. Nesse momento, um outro suspeito estava a sair do contentor e tentou atirar nos investigadores os quais, sentindo a sua vida ameaçada, sem outra opção, atiraram no pé do criminoso para o subjugar.
Posteriormente, o pessoal da PJ conseguiu resgatar o refém e, da revista ao contentor, encontraram drogas suspeitas. O pessoal da Divisão de Inspecção ao Local do Crime, de imediato, começou a recolher provas no local, no carro envolvido e no contentor. Provou-se ser verdadeira uma arma inspeccionada pelo que foi dado logo início a um processo de examinação de armas; após um rápido teste das drogas suspeitas, confirmou-se que algumas delas continham substâncias sujeitas a controlo e foram levadas ao laboratório para investigações adicionais.
Equipamento avançado para detectar drogas
Para prevenir e combater mais eficazmente o crime relacionado com droga, implementar o conceito policial de “utilização da tecnologia para melhorar o trabalho policial” e atingir o objectivo de execução da lei com alta eficácia, a PJ introduziu, em 2019, um equipamento portátil de detecção rápida de droga. A característica desse equipamentoconsiste em testar a droga, de uma forma rápida, precisa e não destrutiva em um minuto e, além de identificar de forma preliminar se o material testado é proibido ou não, pode ainda detectar o tipo e a composição da droga ou do tóxico. Com a utilização deste novo equipamento, melhorou-se bastante a velocidade e a eficiência dos testes de droga, ajudando também na investigação da origem e os canais de tráfico de droga e, consequentemente, aumentando a eficácia do combate aos estupefacientes.
A PJ utiliza actualmente este equipamento em diversos postos fronteiriços para fazer a detecção nos objectos pessoais transportados pelos passageiros, utilizando-o ainda na realização de exames rápidos em encomendas express e postais suspeitos de importação e exportação, sendo também utilizado em patrulhamento policial diário.
Melhorar a capacidade da colaboração e resposta
Para a realização deste ensaio, participaram várias subunidades da PJ, incluindo as subunidades subordinadas ao Departamento de Investigação Criminal como a Divisão de Investigação e Combate ao Tráfico de Estupefacientes, a Secção de Investigação de Crimes Contra a Pessoa e o Núcleo de Denúncias e Intervenção, a Divisão de Inspecção ao Local do Crime do Departamento de Ciências Forenses, e as subunidades do Departamento de Informações e Apoio. O ensaio, com a duração de 2 horas, realizou-se com sucesso tendo nele participado mais de 60 agentes. O mesmo serviu para reforçar a capacidade do pessoal das várias subunidades da PJ em relação à investigação, comunicação, coordenação e prestação de apoio, melhorando a eficiência do trabalho da execução da lei da PJ e tendo alcançado os seus objectivos.
Na prossecução desse objectivo, de ter uma melhor preparação contra várias situações, e assegurar Macau como uma cidade segura, a PJ vai continuar constantemente a realizar simulacros, ensaiando diferentes tipos de casos para melhorar a capacidade de resposta e colaboração entre as subunidades, para rever e melhorar a colaboração interna e externa.
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