O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informa que na sequência de notícias sobre aborto espontâneo de mulheres grávidas registados noutras regiões, situações que alegadamente ocorreram após administração da vacina contra a COVID-19.
Em termos científicos, por enquanto não há relação comprovada que o aborto tenha decorrido devido à vacina contra a COVID-19.
Aliás esta questão da vacinação de mulheres gravidas está a ser ensaiada e a segurança já foi testada. Ensaios animais apontam para a segurança da vacina em mulheres grávidas e nos fetos, mas os dados clínicos ainda são limitados.
Qualquer medicamento deve ser usado se os benefícios foram superiores aos riscos, nesta situação, a possibilidade de ser infectado pelo vírus que causa a COVID-19. Aliás essa possibilidade depende também de diferentes regiões, já que as recomendações diferem de país para país ou região.
Actualmente, Macau não disponibiliza as vacinas contra COVID-19 às mulheres grávidas.
Caso sejam detectadas gravidezes após a vacinação, a Comissão Nacional de Saúde e Higiene sugere que não sejam adoptadas medidas médicas especiais, sendo necessário um acompanhamento rigoroso.
De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde, entende-se que evento adverso após vacinação são todos os eventos que após a vacinação provoquem infecção negativa à saúde, esses eventos têm a ver com o tempo (ocorrência após a vacinação), mas não há necessariamente uma conexão causal.
O Centro de Coordenação de Contingência reitera que, a ocorrência de eventos adversos após a vacinação não equivale aos efeitos secundários da vacina. As duas situações são diferentes. Até que os especialistas consigam determinar a relação causal entre o evento e a vacina, não é possível julgar precipitadamente que o evento foi causado pela vacina. Por outro lado, na introdução da vacina no mercado, será criado um sistema de monitorização para efeitos de observação.
Nestas situações a Organização Mundial de Saúde também tem um conjunto de procedimentos e critérios rigorosos, incluindo a uniformidade, intensidade relativa, especificidade, correlação de tempo de evento, racionalidades biológicas, etc..
Com o avanço da vacinação contra a COVID-19, os Serviços de Saúde criaram o Grupo de Trabalho de Avaliação de Evento Adverso após a Inoculação da Vacinas contra a COVID-19, composto pelos representantes provenientes de várias áreas profissionais médicas. Ao decorrer eventos adversos graves da pessoa vacinada, este grupo irá analisar e avaliar o seu nexo de causalidade, de modo a reforçar o trabalho de monitorização e acompanhamento na vacinação da vacina contra a COVID-19 em Macau.
Relativamente ao evento de segurança da vacina contra a COVID-19 conhecida como “AstraZeneca”, quer a União Europeia, quer a Administração Britânica de Medicamentos e a Organização Mundial de Saúde, consideram que as vantagens de vacinação são maiores do que os riscos. Todavia, tendo em conta que, em Macau, actualmente há vacinas suficientes, provenientes de outros fornecedores, de momento, não há urgência para importação da vacina “AstraZeneca”. Assim, os Serviços de Saúde decidiram suspender provisoriamente a importação desta vacina e continuarão a acompanhar, de perto, os dados atualizados obtidos em todo o mundo. Os contactos com as farmacêuticas irão ser mantidos.
Nas últimas 24 horas, foram registados dezasseis (16) eventos adversos (16 ligeiros; zero (0) grave). Desde o início da vacinação até ao presente momento, houve 312 notificações de eventos adversos (311 ligeiros; um grave).
Até às 16h00 de 15 de Abril, 129.290 pessoas agendaram a vacinação.
Já foram administradas 75.087 doses.
48,974 pessoas administraram a vacina (22.861 - 1.a dose / 26.113 pessoas completaram as duas doses da vacina).
O Centro de Coordenação de Contingência apela que, os cidadãos devem marcar, nesta fase, a inoculação da vacina de maneira ordenada, com vista a proteger a si própria e a sua família, formando-se assim uma cobertura de imunidade para proteger Macau.