O Conselho de Estado da República Popular da China divulgou hoje (10 de Junho) a quinta Lista Nacional de Itens Representativos do Património Cultural Intangível da China, incluindo três itens cuja candidatura foi apresentada por Macau, nomeadamente a Gastronomia Macaense, o Teatro em Patuá e a Crença e Costumes de Tou Tei, que foram selecionados com sucesso. A inscrição bem sucedida dos itens acima referidos não só aumenta o seu reconhecimento e seus mecanismos de protecção do património cultural intangível, como também reflecte e serve de exemplo sobre o intercâmbio harmonioso que houve em Macau entre as culturas Chinesa e Ocidental, reconhecendo e realçando o posicionamento cultural de Macau no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, como “uma base de intercâmbio e cooperação para a promoção da coexistência multicultural, com predominância da cultura Chinesa”.
A Gastronomia Macaense, o Teatro em Patuá e a Crença e Costumes de Tou Tei são importantes tradições culturais de Macau e manifestações representativas do património cultural intangível local. Tendo origem no século XVI, a Gastronomia Macaense é baseada no método de preparação dos alimentos da culinária Portuguesa, integrando ingredientes e métodos culinários da Europa, Ásia e África. Os pratos são ricos e variados. A Gastronomia Macaense é a autêntica gastronomia de Macau, reflectindo a cultura culinária única de Macau e servindo de testemunho sobre o papel que Macau teve enquanto importante cidade da antiga Rota Marítima da Seda. O Teatro em Patuá é um teatro tradicional com características únicas de Macau. É uma arte performativa apresentada pela comunidade Macaense, que inclui opiniões sobre questões sociais através da actuação do teatro. O patuá é o dialecto usado na actuação deste tipo de teatro, o que reflecte plenamente as características da cidade, bem como a fusão das culturas Oriental e Ocidental e coexistência das diversas culturas locais. Ao longo de várias centenas de anos, os cidadãos de Macau têm vindo a proteger a história da cidade, bem como a convivência harmoniosa entre os conterrâneos locais, criando condições para a prosperidade das suas famílias e da comunidade como um todo, praticando diversas tradições incluindo o culto ao Deus da Terra, nas suas mais diversas formas, reflectindo uma tradição popular que tem sido transmitida de geração em geração até aos nossos dias. As actividades anuais mais importantes do referido culto são as do 2.° dia do 2.° mês do calendário lunar, sendo uma tradição importante que contribui igualmente para promover a solidariedade entre vizinhos e reforçar o sentido de identidade e de pertença dos residentes e a identidade dos próprios bairros comunitários, sendo uma manifestação essencial da cultura popular tradicional Chinesa de Macau. Os items que fazem parte do processo de candidatura bem sucedido de Macau reflectem a diversidade do património cultural intangível de Macau e o seu conteúdo rico, bem como o esforço conjunto e a participação activa entre diversos departamentos governamentais, contando também com o apoio de associações, especialistas e académicos da área do património cultural intangível.
Desde 2006, o Conselho de Estado da República Popular da China publicou cinco lotes de itens representativos do património cultural intangível da China. Macau tem já 11 itens incluídos na Lista Nacional de Itens Representativos do Património Cultural Intangível da China, nomeadamente a Ópera Yueju e o Chá de Ervas – inseridos por candidatura conjunta de Macau, Cantão e Hong Kong; e, através de candidatura independente de Macau, as Esculturas de Ídolos Sagrados de Macau, a Música Ritual Taoísta de Macau, o Festival do Dragão Embriagado, a Naamyam Cantonense (Canções Narrativas), a Crença e Costumes de A-Ma e a Crença e Costumes de Na Tcha, tendo sido agora inscrita a Gastronomia Macaense, o Teatro em Patuá e a Crença e Costumes de Tou Tei. No futuro, o IC irá continuar a desenvolver os trabalhos de identificação, arquivo, levantamento e pesquisa sobre o património cultural intangível de Macau e, em simultâneo, irá continuar a proporcionar uma plataforma de divulgação e promoção para a conservação e a sucessiva transmissão deste tipo de património, promovendo assim o “desenvolvimento no exterior” do património cultural intangível de Macau, com o objectivo de o proteger e promover cada vez mais.
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