O Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou anunciou quinta-feira, 8 de julho que até à data em Macau nunca houve uma transmissão comunitária da COVID-19 em Macau e por 466 dias consecutivos não são registados casos locais de transmissão da COVID-19 (incluindo casos de infecção assintomática) e não houve registo de novo caso importado do exterior por 4 dias consecutivos.
Macau diagnosticou, até à data, cinquenta e cinco (55) casos, dos quais, cinquenta e três (53) são casos importados e dois (2) são relacionados com casos importados. Cinquenta e três (53) pessoas tiveram alta. Não há registo de qualquer infecção entre os profissionais de saúde nem casos mortais.
No Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane estão internadas: duas (2) pessoas de infecção assintomática; uma pessoa caso diagnosticado (no exterior) de recaída de infecção assintomática; duas (2) pessoas no período de isolamento para reabilitação; quinze (15) indivíduos provenientes de áreas de alto risco com anticorpos positivos e nove (9) contactos próximos.
Entre os dias 5 e 7 de Julho de 2021, foram testadas em Macau 50.496 pessoas.
Até às 16h00 de 8 de Julho, cumulativamente, já foram administradas 394.909 doses da vacina num total de 256.136 pessoas vacinadas, entre as quais, 115.819 com a primeira dose da vacina e 140.317 pessoas completaram as duas doses da vacina.
Nas últimas 24 horas, foram registados vinte e nove (29) eventos adversos (29 ligeiros; zero (0) grave), sendo vinte (20) casos relativos à vacina inactivada da Sinopharm e nove (9) casos relativos à vacina de BioNTech mRNA. Desde o início da vacinação até ao presente momento, houve 1.725 notificações de eventos adversos (1.720 ligeiros; cinco (5) graves).
Na reunião, o Dr. Tai Wa Hou anunciou, ainda que na sequência da redução do risco da epidemia na Província de Cantão (Guangdong), e considerando que nem todas as faixas etárias podem ser vacinadas contra o novo tipo de coronavírus, após contínuas negociações com as várias partes do Interior da China, finalmente foi decidido que a partir das 00h00 de 10 de Julho de 202 as pessoas que efectuam a travessia entre a Província de Cantão (Guangdong) e Macau ser-lhe-á apenas exigido o certificado negativo de ácido nucleico com uma validade de 7 dias.
O Dr. Tai Wa Hou explicou que neste ajustamento, independentemente das pessoas terem sido vacinadas ou não, o prazo de validade de certificado do ácido nucleico passa a ser unificado por 7 dias. “Desde que haja deslocação de pessoal, sempre existe o risco de contrair o novo tipo de coronavírus, especialmente a variante Delta, que actualmente está a disseminar-se em todo o mundo, tem características de altamente infecciosa e rápida velocidade de transmissão.” Assim sendo, mais uma vez apela-se aos cidadãos para reduzir o risco de infecção e diminuírem a possibilidade de surgirem doenças graves e morte depois de infecção, daí que as pessoas devem ser vacinados contra o novo tipo de coronavírus, o mais rapidamente possível, para protegerem as suas próprias, suas famílias e construírem barreiras imunológicas na comunidade.
Relativamente às perguntas levantadas por jornalistas sobre a passagem transfronteiriça entre Hong Kong e Macau, o Médico-Adjunto referiu que tendo em conta os recentes casos de infecção, em profissionais da hotelaria, em particular em pessoas que trabalham em hotéis de quarentena em Hong Kong, é necessário voltar a discutir esta matéria face à evolução da situação epidémica de Hong Kong.
É relativamente difícil ponderar as medidas de passagem transfronteiriça entre os dois locais com um mesmo padrão, desde o início ao fim, enfatizando que Macau necessita de manter comunicação com o Interior da China e Hong Kong e ajustar as medidas de passagem transfronteiriça em resposta às mudanças na situação epidémica nos três locais. Ainda é necessário observar a situação em Hong Kong no curto prazo, sendo difícil considerar o número de dias sem registo de casos confirmados como o critério de ajustamento das medidas de passagem transfronteiriça.
Em relação às questões relacionadas à paralisia do nervo facial – Paralisia de Bell - após a vacinação contra o novo tipo de coronavírus, o Dr. Tai Wa Hou destacou que houve 9 registos de casos de paralisia do nervo facial após a vacinação, dos quais 5 casos foram julgados como incertos, 1 caso é um evento coincidente e os 3 casos restantes ainda estão em avaliação. Os casos classificados como incertos podem receber tratamentos gratuitos disponibilizados pelas autoridades de saúde.
O Dr. Tai Wa Hou destacou que alguns dos eventos adversos foram causados por infecções virais e alguns foram causados por razões incertas, enfatizando que o “Grupo de Trabalho de Avaliação de Evento Adverso após a Inoculação da Vacinas contra a COVID-19” fez avaliações e julgamentos com base num conjunto de procedimentos e padrões rígidos da Organização Mundial da Saúde, incluindo a consistência do evento, intensidade da correlação, especificidade, correlação temporal, racionalidade biológica, etc.
O Dr. Tai Wa Hou deu um exemplo: Um caso foi classificado como um evento coincidente porque a paralisia do nervo facial do doente não apareceu até 7 semanas após a vacinação, o que era inconsistente em termos temporais. Além disso, do ponto de vista epidemiológico, a monitorização tem mostrado que a incidência de paralisia do nervo facial (Paralisia de Bell) após a vacinação contra o novo tipo de coronavírus em Macau não é superior à da população em geral. Entre as aproximadamente 390.000 doses de vacina contra a COVID-19 em Macau, a incidência de paralisia do nervo facial é de 2,3 por 100.000 pessoas, que é menor do que a incidência mensal geral.
O médico adjunto do CHCSJ destacou, ainda, em resposta aos jornalistas, que os cidadãos têm de permanecer pelo menos 30 minutos em observação na instituição médica onde administraram a vacina. O motivo desta espera é risco elevado de ocorrerem reacções alérgicas agudas após a vacinação e a maioria destas reacções ocorre entre o momento da administração da vacina e os 30 minutos seguintes. Caso ocorram estas situações as instituições médicas estão equipadas com medicamentos e equipamentos que podem socorrer as pessoas imediatamente.
Quanto às condições e tarifas de vacinação para não residentes de Macau, o mesmo responsável explicou que a respectiva organização teve em conta que estas pessoas fazem parte da comunidade de Macau, e são também responsáveis pela construção de uma barreira imunológica, por isso, permite-lhes mostrar uma prova da sua residência habitual em Macau (viveram pelo menos três meses em Macau, no prazo de seis meses), para que possam administrar uma vacina contra a COVID-19 a um preço de 250 patacas por dose.
A Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou apontou que, entre o dia 5 e o dia 7 de Julho de 2021, foram submetidos a observação médica 373 indivíduos, dos quais, 119 residentes de Macau e 254 não residentes de Macau. No total, até ao dia 7 de Julho de 2021, foram enviados para a observação médica 41.872 indivíduos. Há, ainda, 1.959 indivíduos em observação médica, dos quais, 16 indivíduos alojados em instalações dos Serviços de Saúde, 1.943 indivíduos em hotéis designados.
A Dr.ª Leong Iek Hou explicou, ainda, detalhadamente, o método de cálculo para a retoma abrangente da validade do ácido nucleico para 7 dias para a passagem fronteiriça entre Guangdong-Macau. A partir das 00:00 horas do dia 10 de Julho de 2021, desde que possa ser apresentado o relatório com resultado negativo para o teste de ácido nucleico válido nos últimos 7 dias, será considerado como um certificado válido e pode ser utilizado para a passagem fronteiriça entre a Província de Guangdong e Macau. Por exemplo, se o ácido nucleico for realizado no dia 5 de Julho, no dia 10 de Julho ainda está dentro o prazo de validade.
Quando questionada se foram recebidas queixas sobre trabalhadores do sector de jogo que tenham sido obrigados a inocular a vacina, a Dr.ª Leong Iek Hou referiu que, até ao momento, foi recepcionada uma queixa, e o principal motivo era a insatisfação das empresas em associar a vacinação com os prémios. As autoridades já responderam ao queixoso.
A Dr.ª Leong Iek Hou reiterou que a vacinação dos residentes se baseia em dois princípios: voluntário e opcional, as autoridades não se opõem às associações ou empresas que incentivam a vacinação dos residentes ou dos trabalhadores, mas não podem ser obrigados a vacinar se forem involuntários ou sem escolhas.
Além disso, no que diz respeito aos critérios de medidas de passagem fronteiriças aplicadas a Hong Kong, a Dr.ª Leong Iek Hou acrescentou duas premissas, primeiro, deve depender da situação epidémica local e ser compatível com o Interior da China. A mesma responsável indicou que, de acordo com as actuais medidas de prevenção e controlo da epidemia em Hong Kong, Macau classificou Hong Kong como uma região de Médio, baixo risco. O Interior da China, tal como Macau, é classificado como um território de baixo risco, o que, ocasionalmente, pode ser considerado como uma área de médio risco em resposta a ocorrência de casos locais em determinadas áreas. O critério para as medidas de passagem fronteiriças adoptadas por Macau é que entre áreas de baixo risco e áreas de baixo risco, basta usar um certificado com resultado negativo para o teste de ácido nucleico para facilitar a passagem fronteiriça.
Se a entrada em Macau de áreas que apresentam maiores riscos do que a de Macau implica necessariamente a adopção de outras medidas de prevenção epidémicas, diferentes dias de observação médica são determinados de acordo com o grau de risco da área, por exemplo, a entrada em Macau de uma área de alto risco requer 21 ou 28 dias de observação médica, enquanto a área de médio risco é de 14 dias.
Antes, Macau também exigia 21 dias de observação médica após a entrada de Hong Kong para Macau, e posteriormente 7 dias adicionais de auto-gestão de saúde. Em resposta à recente epidemia relativamente estável em Hong Kong, foi ajustado para apenas 14 dias de observação médica.
A Chefe do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lau Fong Chi, reportou o número de pessoas em observação médica em hotéis designados, respondendo as perguntas de jornalistas.
O Chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Lei Tak Fai, relatou a actual situação da cidade e a situação de entradas e saídas de Macau, respondendo as perguntas de jornalistas. Além disso, a partir da próxima semana, a conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência será ajustada para realizar todas as sextas-feiras às 17h00.
Estiveram presentes na conferência de imprensa: o Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou, a Chefe do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lau Fong Chi, o Chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Lei Tak Fai e a Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou.