O Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou anunciou na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, sexta-feira, 16 de Julho, que até à data nunca houve uma transmissão comunitária da COVID-19 em Macau e por 474 dias consecutivos não são registados casos locais de transmissão da COVID-19 (incluindo casos de infecção assimptomática) e não houve registo de novo caso importado do exterior por 12 dias consecutivos.
Macau diagnosticou, até à data, cinquenta e cinco (55) casos, dos quais, cinquenta e três (53) são casos importados e dois (2) são relacionados com casos importados. Cinquenta e três (53) pessoas tiveram alta. Não há registo de qualquer infecção entre os profissionais de saúde nem casos mortais.
No Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane estão internadas: duas (2) pessoas de infecção assimptomática; uma pessoa caso diagnosticado (no exterior) de recaída de infecção assimptomática; duas (2) pessoas no período de isolamento para reabilitação; oito (8) indivíduos provenientes de áreas de alto risco com anticorpos positivos e nove (9) contactos próximos.
Entre os dias 8 e 15 de Julho de 2021, foram testadas em Macau 141.754 pessoas.
Até às 16h00 de 16 de Julho, cumulativamente, já foram administradas 440.549 doses da vacina num total de 266.623 pessoas vacinadas, das quais, 91.069 com a primeira dose da vacina e 175.554 pessoas completaram as duas doses da vacina.
Nas últimas 24 horas, foram registados vinte e cinco (25) eventos adversos (24 ligeiros (sendo catorze (14) casos relativos à vacina inactivada da Sinopharm e dez (10) casos relativos à vacina de BioNTech mRNA; um caso (1) grave (relativo à vacina inactivada da Sinopharm). Desde o início da vacinação até ao presente momento, houve 1.914 notificações de eventos adversos (1.908 ligeiros; seis (6) graves).
O evento adverso grave foi comunicado, quinta-feira, dia 15 de Julho. Após vacinação uma mulher de 63 anos, na noite do dia 12 de Julho, sentiu tonturas, manifestou cansaço e febre (38,6℃) na manhã de 13 de Julho, acompanhada de confusão mental e na expressão da linguagem, incapaz de comunicar com os seus familiares tendo recorrido ao Serviço de Emergência do Hospital Kiang Wu onde foram diagnosticadas alterações isquémicas cerebrais, sendo foi transferida, de imediato, para o Serviço de Urgência do CHCSJ. Após consulta de neurologista, foi diagnosticada uma encefalite tendo sido internada para a realização de tratamento terapêutico mais aprofundado. Actualmente, a consciência da doente é clara, capaz de comunicar com os familiares e está em estado considerado estável.
Dado que esta doente administrou a 1.a dose da vacina inactivada SINOPHARM contra a COVID-19 no dia 3 de Julho, este evento adverso irá ser entregue para análise ao Grupo de Trabalho de Avaliação de Eventos Adversos após a Inoculação da Vacinas contra a COVID‑19.
Relativamente à preocupação levantada pelos jornalistas, de que o Interior da China está a considerar usar a vacina Fubitai ( BionTech) para ser a 3ª. dose de reforço. O Dr. Tai Wa Hou afirmou que, de acordo com dados e situações mundiais, alguns países estão a planear ou implementar medidas para a 3.a dose de vacinação e a Autoridade de Saúde está também a estudar a matéria. A vacinação da 2.a dose da vacina pode efectivamente prevenir doenças graves e evitar em alguns casos a morte, mas não é suficiente para prevenir a infecção e transmissão e, com a passagem de tempo, a proteção da vacina gradualmente irá diminuir. De acordo com a situação actual, a vacinação da 3.a dose da vacina é necessária. Quanto à questão de destinatários e o tempo do início de vacinação, a Autoridade de Saúde está a estudar.
O Dr. Tai Wa Hou acrescentou ainda que, a hipótese de ser iniciada a vacinação da 3.a dose de vacina não se limita apenas às pessoas que estejam vacinados com a vacina inactivada da Sinopharm, embora o nível de anticorpos da vacina inactivada de Sinopharm seja inferior ao da vacina BioNTech mRNA, a inoculação com a 3.a dose de reforço não deve apenas considerar o índice de anticorpos, também depende de stock de vacinas.
Actualmente, a Autoridade de Saúde adiquiriu 500.000 doses da vacina inactivada de Sinopharm. Mais de 370.000 doses desta vacina já foram administradas e 50.000 estão guardadas para pessoas que já agendaram a vacinação. Em conformidade com o ritmo de vacinação actual, cerca de5.000 doses/dia, as restantes vacinas são suficientes para mais meio mês.
A Autoridade de Saúde está a acompanhar, de forma activa, os trabalhos relativos à aquisição de vacinas, por enquanto, não sendo possível confirmar o tempo de chegada para próximo lote da vacina inactivada de Sinopharm, e poderá haver a situação em que não seja possível fornecer as vacinas inactivadas de Sinopharm.
No que diz respeito à situação de stock da vacina de BioNTech mRNA, a quantidade em stock é de 140.000 doses. Após o cálculo das doses vacinadas e agendadas, há ainda 70.000 doses a fornecer. Com base na inoculação de 1.000 doses por dia, estas vacinas podem ser fornecidas por 70 dias.
Sobre a possibilidade de serem misturadas diversas vacinas contra a COVID-19, provenientes de técnicas diferentes, o Dr. Tai Wa Hou indicou que, a Autoridade de Saúde está a recolher dados relevantes para avaliar esta situação.
Por fim, em resposta à pergunta levantada por jornalista se Macau seguirá o exemplo do Interior da China ou de Hong Kong na implementação de medidas em que a vida e deslocação dos não vacinados sejam influenciadas, o Médico Adjunto Dr. Tai Wa Hou, acredita que se trata de uma tendência geral no mundo e medidas semelhantes foram lançadas em vários países.
Num passado recente Macau também introduziu uma medida para que os participantes em actividades culturais, recreativas e desportivas ou participantes de eventos organizados por associações com oferta de comidas e bebidas pudessem substituir a apresentação de certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico de 7 dias por vacinação contra a COVID-19, referindo que as autoridades estão a estudar a viabilidade de implementar outras medidas de facilitação na vida ou deslocação para aqueles que foram vacinados.
A Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou apontou que, entre o dia 8 e o dia 15 de Julho de 2021, foram submetidos a observação médica 997 indivíduos, dos quais, 301 residentes de Macau e 696 não residentes de Macau. No total, até ao dia 15 de Julho de 2021, foram enviados para a observação médica 42.869 indivíduos. Há, ainda, 1.969 indivíduos em observação médica, dos quais, 10 indivíduos alojados em instalações dos Serviços de Saúde, 1.957 indivíduos em hotéis designados, e 2 em barcos de pesca.
Em resposta à pergunta levantada por jornalista sobre o progresso de facilitação de passagem transfronteiriça entre Macau, o Interior da China e Hong Kong, a médica adiantou que as autoridades têm mantido uma comunicação estreita com os departamentos relevantes do Interior da China e de Hong Kong e vão continuar a discutir a evolução das medidas consoante a evolução da situação epidémica local e as medidas relacionadas. Caso haja alguma alteração ela será comunicada de modo oportuno.
A Dr.ª Leong Iek Hou explicou, ainda, que quando Macau discutir medidas para facilitar a passagem transfronteiriça com diferentes regiões, deve ter em consideração a situação específica de cada local e se as medidas antiepidémicas são adequadas, nomeadamente: se existem casos locais, transmissão comunitária, capacidades de realização de teste de ácido nucleico e gestão hierárquica por zonas e classes.
Actualmente, o Interior da China e Macau são zonas de baixo risco, pelo que as pessoas podem deslocar-se entre os dois locais. Discutir a facilitação de passagem transfronteiriça com uma área que não seja considerada de baixo risco, deve, também, ser considerado se isto irá afectar as actuais medidas de passagem transfronteiriça entre Macau e o Interior da China. Por esta razão, as medidas de Macau devem ser compatíveis com as implementadas pelo Interior da China, não podendo ser facilitada a passagem transfronteiriça entre Macau e Hong Kong caso essa decisão influenciar as passagens entre Macau e o Interior da China.
Ao ser questionada pelos jornalista se as autoridades estão a estudar a diminuição de medidas que exigem a exibição de código de saúde nos estabelecimento face à estabilidade epidémica na Província de Cantão (Guangdong), a Coordenadora referiu que, em vista à ascensão global da variante Delta da COVID-19, que é um vírus caracterizado por uma curta incubação período, forte poder de propagação e velocidade de propagação rápida, as viagens transfronteiriças levarão inevitavelmente a um aumento no risco de transmissão e infecção. Acresce que o número de pessoas que estão sujeitas à observação médica, devido ao regresso a Macau tem sido elevado, havendo, por isso, muitas pessoas com códigos amarelos na comunidade, razão pela qual as autoridades não ajustaram as medidas impostas para mostrar códigos de saúde ao entrar em estabelecimentos específicos.
Quanto ao incidente de que um turista do Interior da China ter tentado sair de Macau com código de saúde falsificado, a médica apontou que até à data houve 2 casos de violação relacionada com o uso de códigos de saúde. Além de um caso de uso de código de saúde falsificado, o outro caso foi anunciado pelo Ministério Público anteriormente sobre o uso do código de saúde de outra pessoa por um trabalhador não residente para entrar em Macau.
A Dr.ª Leong Iek Hou enfatizou que o sistema automático de entrada e saída nas fronteiras verifica automaticamente se a pessoa que entra ou que sai possuiu o código de saúde de cor verde e com um relatório negativo de teste de ácido nucleico válido, e aqueles que entram e saem pela passagem normal da fronteira, o pessoal da inspecção sanitária dos Serviços de Saúde no posto fronteiriço pode verificar e identificar a autenticidade através do registo indicado após a fazer uma leitura do código de saúde.
Alerta-se todas as pessoas que a exibição de um código de saúde falsificado é considerado um acto ilegal, podendo acarretar responsabilidades penais, pelo que se apelam aos residentes e viajantes para não infringir a lei em vigor.
A Chefe de Divisão de Relações Publicas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lam Tong Hou, reportou o número de pessoas em observação médica em hotéis designados, respondendo as perguntas de jornalistas. Apontou também que a Pensão Comercial San Tung Fong, Ala Sul deixou de ser usada como hotel de observação médica designada em 30 de Junho, e o Hotel Sheraton também pretende interromper o seu uso como hotel de observação médica no final de Julho.
Chefe da Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Ma Chio Hong, relatou a actual situação da cidade e a situação de entradas e saídas de Macau, respondendo as perguntas de jornalistas.
Estiveram presentes na conferência de imprensa: o Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou, a Chefe da Divisão de Relações Públicas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lam Tong Hou, o Chefe da Divisão de Operações e Comunicações da PSP, Ma Chio Hong e a Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou.