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Notificados 2 casos adversos após inoculação de vacina


O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informa que foi notificado da detecção de dois casos adversos após a inoculação de uma vacina contra a COVID-19, quarta-feira (dia 21 de Julho de 2021).

O primeiro caso foi identificado numa mulher de 35 anos, que no dia 18 de Julho, manifestou sintomas tais como, parestesia anormal no lado esquerdo da face, canto de boca torto e impossibilidade de fechar completamente a pálpebra esquerda, pelo que recorreu à Urgência do Hospital Kiang Wu. Foi diagnosticada no Serviço de Neurologia daquele Hospital no dia 20 de Julho com Paralisia de Bell, conhecido como “Paralisia do nervo facial”. Após receber tratamento sintomático médico, a doente deixou o hospital sem hospitalização. A doente tinha administrado a primeira dose da vacina inactivada da Sinopharm no dia 21 de Junho.

O segundo caso foi identificado numa mulher de 60 anos, que no dia 19 de Julho, manifestou sintomas tais como, lado esquerdo caído do rosto e impossibilidade de fechar a completamente a pálpebra esquerda, pelo que recorreu à Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde foi diagnosticada Paralisia de Bell, conhecido como “Paralisia do nervo facial”. Após receber tratamento sintomático médico, a doente deixou o hospital sem hospitalização. A doente apresentou sintomas como tosse e fadiga no dia 15 de Julho, tendo administrado a segunda dose da vacina inactivada da Sinopharm no dia 21 de Junho.

Dado que estas doentes administraram a primeira vacina inactivada SINOPHARM contra a COVID-19, estes eventos adversos irão ser entregues para análise ao Grupo de Trabalho de Avaliação de Eventos Adversos após a Inoculação da Vacinas contra a COVID-19.

De acordo com a vigilância que está a acontecer, verifica-se que em Macau, a taxa de ocorrência da “Paralisia do nervo facial” após a inoculação das vacinas contra a COVID-19 não é mais alta do que a taxa de incidência da população em geral.

A Paralisia de Bell é a inabilidade repentina ou paralisia dos músculos de um lado da face devido à disfunção do 7º nervo craniano (nervo facial). A causa desta doença é desconhecida. A maioria de doentes começa a recuperar o nervo facial em 2 semanas a após o início de sintomas e recupera a normalidade entre 3 e 6 meses. O tratamento com esteroíde pode melhorar o prognóstico da doença.

A Paralisia de Bell é uma doença comum, de acordo com as estatísticas, nos últimos cincos anos, nos três hospitais (Centro Hospitalar Conde de São Januário, Hospital Kiang Wu, Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau), a proporção anual da incidência de doentes da Paralisia de Bell na população é de 55 a 61 casos em 100.000, em média a proporção mensal é de 4,5 a 5,1 em 100.000.

Até ao dia 20 de Julho, foram administradas 461.931 doses contra a COVID-19, e no total, após a vacinação, foram notificados 11 casos de Paralisia de Bell.

A taxa de incidência é de 2,4 casos por 100.000 doses, um número é inferior à taxa de incidência mensal da população em geral.

De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde, entende-se que evento adverso após vacinação são todos os eventos que após a vacinação provoquem infecção negativa à saúde, esses eventos têm a ver com o tempo (ocorrência após a vacinação), mas não há necessariamente uma conexão causal.

Os eventos adversos após a vacinação são causados pela vacina (como vermelhidão, calor e dor após a vacinação, reações alérgicas, etc.), pelos factores psicológicos, como ansiedade (não relacionados com a natureza da própria vacina) e eventos de coincidência (outras doenças ocorreram logo após a vacinação, mesmo que a vacina não seja administrada), erros nos procedimentos de produção ou uso da vacina, como erros na produção, transporte, armazenamento ou processo de inoculação da vacina (não relacionados com a natureza da própria vacina), incerteza ou casos que requerem análise de especialistas para encontrar a causa.

O Centro de Coordenação de Contingência reitera que, a ocorrência de eventos adversos após a vacinação não equivale aos efeitos secundários da vacina. As duas situações são diferentes. Até que os especialistas consigam determinar a relação causal entre o evento e a vacina, não é possível julgar precipitadamente que o evento foi causado pela vacina. Por outro lado, na introdução da vacina no mercado, será criado um sistema de monitorização para efeitos de observação.

Nestas situações a Organização Mundial de Saúde também tem um conjunto de procedimentos e critérios rigorosos, incluindo a uniformidade, intensidade relativa, especificidade, correlação de tempo de evento, racionalidades biológicas, etc..

Com o avanço da vacinação contra a COVID-19, os Serviços de Saúde criaram o Grupo de Trabalho de Avaliação de Evento Adverso após a Inoculação da Vacinas contra a COVID-19, composto pelos representantes provenientes de várias áreas profissionais médicas. Ao decorrer eventos adversos graves da pessoa vacinada, este grupo irá analisar e avaliar o seu nexo de causalidade, de modo a reforçar o trabalho de monitorização e acompanhamento na vacinação da vacina contra a COVID-19 em Macau.