O Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou anunciou na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, segunda-feira, 2 de Agosto, que até à data nunca houve uma transmissão comunitária da COVID-19 em Macau e por 491 dias consecutivos não são registados casos locais de transmissão da COVID-19 (incluindo casos de infecção assimptomática) e não houve registo de novo caso importado do exterior por 8 dias consecutivos.
Macau diagnosticou, até à data, cinquenta e nove (59) casos, dos quais, cinquenta e sete (57) são casos importados e dois (2) são relacionados com casos importados. Cinquenta e quatro (54) pessoas tiveram alta. Não há registo de qualquer infecção entre os profissionais de saúde nem casos mortais.
No Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane estão internadas: cinco (5) pessoas de infecção assimptomática; três (3) pessoas casos diagnosticados (no exterior) de recaída de infecção assimptomática; uma (1) pessoa no período de isolamento para reabilitação; um (1) indivíduo proveniente de áreas de alto risco com anticorpos positivos e dez (10) contactos próximos.
Entre o dia 30 de Julho e 1 de Agosto de 2021, foram testadas em Macau 32.773 pessoas. Até às 16h00 de 2 de Agosto, cumulativamente, já foram administradas 516.374 doses da vacina num total de 286.954 pessoas vacinadas, das quais, 55.772 com a primeira dose da vacina e 231.182 pessoas completaram as duas doses da vacina.
Nas últimas 24 horas, foram registados quinze (15) eventos adversos, quinze (15) eventos adversos ligeiros; zero (0) evento adverso grave, sendo onze (11) casos relativos à vacina inactivada da Sinopharm e quatro (4) casos relativos à vacina de BioNTech mRNA. Desde o início da vacinação até ao presente momento, houve 2.186 notificações de eventos adversos (2.179 ligeiros; sete (7) graves).
O Dr. Tai Wa Hou adiantou que a evolução epidémica mais recente no Interior da China foi causada pela variante Delta do vírus e alastrou-se de Nanjing a todo o país, caracterizada por uma estirpe de alta carga viral, com maior rapidez e capacidade de transmissão, cuja infecção do vírus poderá manter-se por um longo período de tempo.
Presentemente, é a altura de maior afluência nos pontos turísticos no Interior da China devido às ferias de verão, e a fonte de propagação do vírus foi detectada no Aeroporto de Nanjing Lukou, onde existia uma grande aglomeração de pessoas, resultando no risco de transmissão a outras regiões no curto espaço de tempo, razão pela qual fez um apelo de novo ao publico para adiar as viagens às Províncias e Cidades fora da Província de Cantão (Guangdong) se tal não for necessário.
Quando for necessário, o público deve avaliar o risco da situação epidémica do destino turístico (adiar a deslocação a regiões de médio e alto risco), usar equipamento de protecção individual independentemente de estar em espaços fechados e ar livre, evitar deslocar-se a locais muito frequentados, bem como vacinar-se o mais rápido possível; em particular, todos os idosos e pessoas com doenças cronicas que tenham completado o esquema vacinal, devem, a medida do possível, evitar sair de Macau.
Face à situação epidémica actual do Interior da China, o médico anunciou que o Governo vai reforçar o teste de despistagem de pessoas com febre, a partir das 09h00 de amanhã (dia 3), acrescentar a opção de Marcação de teste de ácido nucleico gratuito, destinada às pessoas com o Código Amarelo ou com febre. Os interessados podem optar por fazer o teste gratuito no Terminal do Pac On, no Fórum de Macau e no Centro Hospitalar Conde S. Januário.
Todos os testes referidos são usados para fins de despistagem do vírus, e os resultados não são disponibilizados no Código de Saúde de Macau e não são utilizados para a entrada e saída de Macau. Se necessitar de apresentar os resultados do teste de ácido nucleico no Código de Saúde de Macau, deve efectuar o pagamento do teste por conta própria.
Relativamente à vacinação contra a COVID-19 sem marcação prévia, destinada às pessoas com 60 anos ou mais em Macau, decorreu sem problemas no primeiro dia, e o tempo médio de espera foi de cerca de meia hora. No Centro de Saúde da Areia Preta, foram vacinados 21 idosos in loco nas primeiras duas horas, tendo a pessoa mais velha 80 anos.
A taxa geral de vacinação para idosos ainda é pouco satisfatória. A taxa de vacinação na faixa etária entre os 60 e os 69 anos é de 21%; entre os 70 e os79 anos é cerca de 10% e é de apenas 2% na faixa etária de mais de 80 anos; há uma grande diferença, comparativamente à taxa de vacinação entre os 20 e 59 anos. A proporção de vacinas inactivadas e vacinas de mRNA de Sinopharm é de cerca de 3:1 no grupo de idosos vacinados.
Quanto às novas medidas para incentivar o público a vacinar-se, as autoridades estão a promover a vacinação em três aspectos: publicidade, maior conveniência e vacinação gratuita. De momento, não existem outras medidas para impulsar a vacinação do público.
Nos últimos dias, o número diário de doses de vacina administrada é entre 3.000 e 4.000 e não há uma tendência evidente de crescimento. No entanto, a epidemia actual no Interior da China está a alastrar-se a várias Províncias e Cidades a curto prazo, e não é descartada uma eventual propagação a RAEM, razão pela qual exortou o público para estar atento à situação epidémica e vacinar-se o mais rápido possível.
Além disso, actualmente, a taxa de vacinação entre funcionários públicos e residentes é semelhante, ou seja, alguns funcionários públicos ainda não foram vacinados, daí o Dr. Tai Wa Hou apelou a todos os funcionários para vacinarem-se porque considera que estes têm a mesma responsabilidade e a obrigação que os médicos, não só devem vacinar-se por sua iniciativa, como também em cooperação com as políticas promocionais do Governo.
Em relação ao teste de ácido nucleico periódico para os funcionários públicos que não tenham sido vacinados, o coordenador da vacinação explicou que isso depende da profissão e da natureza de trabalho, bem como das exigências de prevenção e controlo da epidemia, tais como profissionais de saúde da linha de frente, trabalhadores da alfândega e dos postos fronteiriços devem realizar o teste de ácido nucleico a cada duas semanas, caso não tenham sido vacinados.
Relativamente à questão de haver médicos que têm dúvidas sobre a segurança das vacinas, o Dr. Tai Wa Hou sublinhou que o período de investigação e de ensaios clínicos da vacina contra a COVID-19 foi mais curto do que o habitual, mas isso não significa que as vacinas não sejam seguras. A prova disso está na elevada quantidade de dados compilados, com 4 mil milhões de doses de vacinas administradas a nível mundial, demostrando que as vacinas administradas actualmente são seguras. A maioria dos médicos concorda com a segurança e eficácia das vacinas, bem como a importância e a necessidade de vacinação.
A Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou apontou que, entre o dia 30 de Julho e 1 de Agosto de 2021, foram submetidos a observação médica 455 indivíduos, dos quais, 175 residentes de Macau e 280 não residentes de Macau. No total, até ontem (1 de Agosto de 2021), foram enviados para a observação médica 45.459 indivíduos. Há, ainda, 2.181 indivíduos em observação médica, dos quais, 2.166 indivíduos em hotéis designados, 11 indivíduos em barcos de pesca e 4 indivíduos alojados em instalações dos Serviços de Saúde.
Relativamente à alteração da definição de contactos próximos devido à variante do vírus, a médica explicou que os contatos próximos com pessoas diagnosticadas têm a ver com percurso das actividades nos dois dias anteriores ao início da doença; mas, agora já é dos 4 dias antes do início de doença, devido à alta contagiosidade da variante Delta do vírus e à elevada carga viral.
De acordo com as directrizes da OMS e da Comissão Nacional de Saúde, aqueles que estiveram em contacto com pessoas diagnosticadas, no mesmo espaço por mais de 15 minutos a uma distância próxima (cerca de um metro) são classificados como próximos contactos. Contudo, são adoptadas medidas mais cautelosas e rigorosas em Macau, para os indivíduos que estiverem com pessoas diagnosticadas no mesmo espaço (por exemplo, gabinete de escritório, casa) que passam a ser classsificados como contactos próximos, a fim de proteger grupos de alto risco. Em resposta ao período de incubação mais curto da variante Delta do vírus e à transmissão mais rápida da infecção, mantêm-se temporariamente as medidas de observação médica por 14 dias, e serão sujeitas a alteração no futuro após a recolha de mais dados.
Quanto à autogestão de saúde exigida pelos Serviços de Saúde aos indivíduos que tiveram um percurso cruzado com o paciente confirmado em Zhuhai e entraram em Macau, a Coordenadora destacou que o Governo da RAEM tem mantido comunicação estreita com Zhuhai, e as autoridades de Zhuhai já lançaram a despistagem para aqueles que estiveram no mesmo espaço com o paciente confirmado. Em Macau, os indivíduos que estiveram perto de locais relevantes são exigidos a sujeitar à autogestão de saúde e ao teste de ácido nucleico gratuito, com o objectivo de proteger a saúde de toda a população.
As pessoas vindas do exterior queixaram que da demora de tempo para chegar ao hotel de observação médica, e a médica explicou que, todas as pessoas que regressam a Macau devem cumprir determinados procedimentos de quarentena, consoante a situação epidémica em várias regiões. As autoridades sanitárias estudaram repetidamente a revisão dos procedimentos para encurtar o tempo de espera, tal como as pessoas que regressam de Taiwan e de outros países a Macau são transferidas do aeroporto para o Terminal de Passageiros de Pac On para realizar o teste de ácido nucleico. Esta medida tem por objetivo reduzir o tempo através da quarentena onestop de serviços multidepartamentais. Mas todas as pessoas devem concluir um teste de ácido nucleico e de anticorpos serológicos antes da admissão no hotel. Além do tempo necessário do teste, também devem aguardar os resultados, a fim de ser alocado um local de isolamento, como o hotel de observação médica ou o Centro Clínico de Saúde Pública.
De um modo geral, anteriormente, para concluir todos os procedimentos demorava-se cinco ou seis horas. Mas, se houver um caso suspeito e positivo ou a maior frequência de voos, isto pode demorar mais tempo, pelo que solicita-se a compreensão do público. As autoridades irão providenciar um espaço mais amplo para manter o distanciamento social mais apropriado, a fim de reduzir o risco de infecção cruzada.
Sobre a redução de número de dias de observação médica ou de isolamento após a vacinação, a elaboração de políticas antiepidémicas depende da avaliação das diferentes regiões. No presente momento, ainda subsistem dúvidas sobre o nível de protecção da vacina contra a variante do vírus, e se um paciente for infectado após a vacinação, qual é o nível de transmissibilidade da infecção, tudo isto está relacionado com as pesquisas científicas e dados concretos. A actual taxa de vacinação em Macau ainda é pouco satisfatória, nem pode sequer atingir o nível de imunidade de grupo, o que pode levar a um maior risco para os idosos e pessoas com doenças crónicas na comunidade, razão pela qual de momento não estão reunidas as condições para se levantar as medidas de observação médica.
Relativamente ao acompanhamento dos residentes de Macau que estiveram no Aeroporto de Nanjing Lukou, houve um grupo de residentes que foi sujeito anteriormente ao teste de ácido nucleico e concluiu a observação médica, de forma progressiva; o último grupo de residentes de Macau que estiveram no referido aeroporto a 20 de Julho, o período de 14 dias termina amanhã, e de momento todos os resultados foram negativos. Hoje, realizou-se o último teste de ácido nucleico e, caso o resultado seja negativo, a observação médica será concluída. Além disso, a autogestão de saúde dos familiares também será terminada.
Na reunião, a Chefe da Divisão de Relações Públicas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lam Tong Hou, reportou o número de pessoas em observação médica em hotéis designados e o Chefe da Divisão de Ligações Públicas da PSP, Lei Tak Fai, relatou a actual situação da cidade e a situação de entradas e saídas de Macau.
Estiveram presentes na conferência de imprensa: o Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou, a Chefe da Divisão de Relações Públicas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lam Tong Hou, o chefe da Divisão de Ligações Públicas da PSP, Lei Tak Fai e a Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou.
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