A 29.ª Sessão do Comité do Património Mundial deu a sua concordância à inscrição de “Os Monumentos Históricos de Macau”, com alteração do título oficial da candidatura para “O Centro Histórico de Macau”, na prestigiada Lista do Património Mundial da UNESCO, nos termos da “Convenção Relativa à Protecção do Património Mundial Cultural e Natural” (“Convenção do Património Mundial”). A decisão foi anunciada pelo Presidente do Comité do Património Mundial no dia 15 de Julho, pelas 16:10 horas de Macau. A candidatura foi aceite por unanimidade e contou com o aplauso de todos os presentes na Sessão. A Convenção Relativa à Protecção do Património Mundial Cultural e Natural, que serve de base à Lista do Património Mundial, foi adoptada na 17.ª Assembleia Geral da UNESCO em Paris, em Novembro de 1972, e até 31 de Março de 2005, 180 Estados Membros, de um total de 191, já haviam ratificado este tratado internacional. Actualmente a decorrer em Durban, na África do Sul, a 29.ª Sessão do Comité do Património Mundial aprovou a candidatura de “O Centro Histórico de Macau, apresentada pela China, após uma análise meticulosa pelo Comité e por peritos associados. Este sítio de património cultural encontra-se agora oficialmente inscrito na Lista do Património Mundial, aumentando o número de Sítios de Património Mundial da China para um total de 31 sítios. Os 26 membros da delegação da China, liderados por Zhang Xuezhong, Embaixador e Delegado Permanente da China junto da UNESCO, Zhang Bai, Vice-Director Geral da Administração Nacional do Património Cultural, Fernando Chui Sai On, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Heidi Ho, Presidente do Instituto Cultural e Stephen Chan, Vice-Presidente Substituto da mesma organização, testemunharam este momento histórico em Durban. “O Centro Histórico de Macau” é um testemunho vivo do estabelecimento histórico da cidade, incorporando um legado arquitectónico interligado no contexto do seu tecido urbano original, ilustrando bem o primeiro e mais duradouro encontro entre a China e o mundo ocidental. Esta nova inscrição na Lista do Património Mundial contempla espaços urbanos e largos, tais como o Largo da Barra, o Largo do Lilau, o Largo de Santo Agostinho, o Largo do Senado, o Largo da Sé, o Largo de S. Domingos, o Largo da Companhia de Jesus e o Largo de Camões. Estes espaços estabelecem a ligação entre uma sucessão de mais de vinte monumentos, que incluem o Templo de A-Má, o Quartel dos Mouros, a Casa do Mandarim, a Igreja de S. Lourenço, o Seminário e Igreja e de S. José, o Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, a Igreja de Santo Agostinho, o Edifício do Leal Senado, o Templo de Sam Kai Vui Kun, a Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Casa de Lou Kau, a Igreja de S. Domingos, as Ruínas de S. Paulo, o Templo de Na Tcha, o Troço das Antigas Muralhas de Defesa, a Fortaleza do Monte, a Igreja de Santo António, a Casa Garden, o Cemitério Protestante e a Fortaleza da Guia (incluindo a Capela da Guia e o Farol da Guia). “O Centro Histórico de Macau” está directamente relacionado com os primórdios da cidade enquanto entreposto comercial e principal porta de acesso entre a China e o mundo ocidental. Neste pequeno território podem encontrar-se edifícios de tipologia ocidental, muitos dos quais foram os primeiros do género a serem construídos em solo chinês: igrejas, seminários, fortalezas, uma universidade, um hospital, um teatro, um farol e um cemitério protestante. “O Centro Histórico de Macau” integra também exemplos de arquitectura tradicional chinesa, como complexos residenciais e templos, que coexistem lado a lado com edifícios de estilo ocidental e fazem parte integrante do mesmo tecido urbano. Esta sequência de monumentos apresenta um leque alargado de tipologias arquitectónicas, reflectindo bem a dimensão multicultural deste porto histórico e conferindo-lhe a sua identidade única Oriente-Ocidente. No contexto de uma envolvente histórica muito activa, “O Centro Histórico de Macau” apresenta um carácter claramente distinto, mantendo as suas potencialidades enquanto terreno fértil para a continuidade do processo de intercâmbio cultural. O Oriente e o Ocidente aqui se encontraram e miscigenizaram durante mais de quatrocentos anos, num ambiente marcado pelo respeito e pela tolerância, criando condições únicas de intercâmbio cultural que vão desde tradições tangíveis, como por exemplo técnicas de construção distintas, até aspectos relativos ao plano intangível, que incluem práticas religiosas e costumes e que constituem um legado cultural de valor universal excepcional. Desde 2003, os Estados Membros da Convenção do Património Mundial estão limitados a apenas poderem submeter uma única candidatura, por ano, para consideração do Comité do Património Mundial: a candidatura de Macau foi seleccionada como a única candidatura da China para este ano. Na sessão do ano transacto, que teve lugar em Suzhou, o Comité do Património Mundial decidiu que, a partir de 2006, os Estados Membros poderão apresentar duas nomeações em cada ano, uma das quais obrigatoriamente relativa a Património Natural. A China tenciona entregar duas nomeações para consideração no próximo ano, respectivamente, para Património Cultural e Natural: as Ruínas de Yin, em Anyang, e a Reserva Natural de Wolong, em Sichuan.
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