Em primeiro lugar, quero expressar, em nome do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, um profundo agradecimento ao Comité do Património Mundial da UNESCO pelo reconhecimento e apoio proporcionado ao permitir a inscrição do “Centro Histórico de Macau” na “Lista do Património Mundial”. É para nós, e para a cultura chinesa, um orgulho, e para os cidadãos de Macau, uma glória. Esta honra, nada fácil de alcançar, é o culminar de um esforço colectivo, para o qual todos contribuíram ao longo de vários anos, e é fruto do grande apoio do Governo Central, do empenhamento do Governo da RAEM, e do entusiasmo e participação activa dos cidadãos de Macau. O património cultural de Macau constitui, hoje, o 31.º património mundial da China, e esta honra permitirá aos cidadãos de Macau um aprofundamento da sua compreensão da História e da cultura de Macau e da Pátria, um fortalecimento da sua identidade cultural e a interiorização de um sentimento da pertença, identidade e coesão. É do conhecimento de todos que o património mundial da Humanidade traduz os aspectos culturais e as características únicas de um povo, reflectindo fenómenos sociais e singularidades dos povos dos diversos países e regiões, num determinado período histórico. A classificação como património mundial encerra o reconhecimento do valor universal excepcional de um bem, do seu estatuto histórico e do seu valor cultural para o processo da evolução da humanidade. Permite, ainda, que todos possam retrospectivar e descobrir a História, prezar o saber ancestral, valorizar globalmente a sociedade , beneficiar a vida económica, o sector do turismo e actividades conexas, constituindo um factor de dinamização do património cultural e humano. Permite, também, promover e reforçar o intercâmbio e o diálogo civilizacional entre os povos, é fonte de inspiração e rumo para o futuro da sociedade humana.
Macau faz, agora, parte da lista do património mundial, o que marca o início da grande missão que o Mundo atribui aos cidadãos de Macau. É nosso compromisso a protecção e a preservação dos bens, hoje, património mundial, através da criação de mecanismos de gestão e coordenação e duma planificação científica da sua revitalização e reutilização. Compete-nos promover um diálogo reforçado com a colectividade internacional, aprofundar a investigação científica e académica e a formação de especialistas, elevar o nível de gestão e técnicas de preservação do património. Assumimos, ainda, o compromisso de aprofundar e consolidar o conteúdo do património cultural de Macau, maximizando a rentabilidade social de este ser património mundial, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável de Macau. É propósito do Governo da RAEM o reforço das competências e sensibilização dos cidadãos para participação e consciência colectiva da necessidade de preservação do património mundial, através da cooperação e apoio mútuo com sociedade civil, indivíduos e associações, congregando, assim, esforços para a concretização desta missão. Missão, esta, de grande responsabilidade, e que só pode ser levada a cabo com a cooperação e empenhamento dos serviços competentes do Governo da RAEM e de todos os cidadãos de Macau. Acreditamos que, com a participação de todos, está salvaguardado este património comum de valor universal, pertença de toda a Humanidade.
Discurso proferido pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura após a inscrição do “Centro Histórico de Macau” na lista do Património Mundial
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