O Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou anunciou, quarta-feira (29 de Setembro), na conferencia de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus que, até ao dia 29 de Setembro nunca houve uma transmissão comunitária da COVID-19.
Macau já teve um período de 492 dias consecutivos sem registo de casos importados ou casos relacionados com casos importados.
Após o diagnóstico de mais quatro (4) casos relacionados com casos importados no dia 28 de Setembro até à presente data, foram registados um total de 71 casos confirmados, dos quais, sessenta (60) são casos importados do exterior e onze (11) são relacionados com casos importados. Sessenta e três (63) pessoas tiveram alta. Não há registo de qualquer infecção entre os profissionais de saúde nem casos mortais.
Actualmente, no Centro Clínico de Saúde Pública, no Alto de Coloane estão internados um (1) caso importado ao exterior, seis (6) casos relacionados com casos importados, um (1) caso de recaída importado ao exterior, cinco (5) em isolamento do período de convalescença e vinte (20) indivíduos com contacto próximo com casos confirmados. O estado clínico dos casos confirmados é considerado estável, sem febre.
Sobre as pessoas em observação no Hotel China Coroa D'ouro, o Dr. Tai Wa Hou informou que para salvaguarda psicológica das pessoas em observação médica, 132 pessoas foram transferidas para Grande Sheraton Macau, tendo os restantes sido transferidos para o Hotel Tesouro. Os dados obtidos até ao momento indicam que não existe uma cadeia de transmissão no Hotel China Coroa D'ouro mas ela é clara entre os agentes de segurança, nenhum outro trabalhador de outro serviço ou hóspede foi infectado. O Hotel China Coroa D'ouro será completamente desinfectado.
Sobre a realização de teste de ácido nucleico às pessoas com dificuldade de mobilidade reduzida nas zonas de código amarelo, o Dr. TaiWa Hou explicou que a maioria destas pessoas poderá realizar o teste no hospital Kiang Wu que fica perto da sua residência. Caso pretendam realizar o teste noutros locais podem efectuar a marcação através do Código de Saúde nos 6 postos que possuem zonas exclusivas a indivíduos das zonas de código amarelo.
Vacinação contra a COVID-19
Até às 16h00 de 29 de Setembro, foram administradas 667.489 doses da vacina, num total de 360.658 pessoas vacinadas. 51.736 com a primeira dose da vacina, 308.922 pessoas com as duas doses da vacina. Até ás 16h00 de 29 de Setembro, foram registados catorze (14) eventos adversos ligeiros; zero (0) eventos adversos graves, sendo oito (8) casos relativos à vacina inactivada da Sinopharm e seis (6) casos relativos à vacina de BioNTech mRNA. Desde o início da vacinação até ao presente momento, houve 2,924 notificações de eventos adversos, incluindo 2,916 ligeiros, oito (8) graves.
Sobre a vacinação a menores de 12 anos a vacinar-se, de momento, as autoridades não o recomendam. São necessárias, ainda, mais evidências clínicas e testes experimentais, pelo que a vacinação nessa faixa etária será desenvolvida no futuro.
Com o objectivo de aumentar a taxa de vacinação a vacinação em todas as faixas etárias é obrigatória, com a meta de criar uma barreira imunológica. Em Macau a actual taxa é ligeiramente superior a 50%, significando que há um longo caminho a percorrer para atingir a barreira imunológica, pelo que será necessário aumentar a vacinação em todas as faixas etárias (incluindo os 12 aos 18 anos). As acções de vacinação de proximidade e sessão específica foram retomadas, e relativamente aos pacientes com doenças crónicas e idosos, serão tomadas medidas específicas para aumentar a sua taxa de vacinação.
Testagem Massiva
Após a conclusão de 2.º teste massivo, 10.194 pessoas não concluíram o teste de ácido nucleico dentro período exigido e estão, agora, a ser contactados, com base nos dados disponíveis de entrada e saída, da Direcção dos Serviços de Identifiação (DSI) e do Código de Saúde de Macau. A maioria deles não são residentes de Macau e turistas. Os residentes de Macau são de 476.
Segundo os dados fornecidos,
1) A maior parte dos turistas saíram de Macau após a conclusão de teste em massa;
2) Alguns deles tiveram o Código de Saúde registado através do passaporte (mas são portadores do BIR de Macau), e o sistema exibe que os passaportes não foram submetidos ao teste massivo, mas utilizaram o seu BIR de Macau para concluir o mesmo teste;
3) Alguns residentes de Macau deles não puderam recorrer aos posto de teste de ácido nucleico, tais como doentes, incapacitados, acamados ou pessoas que vivem em lares.
Os Serviços de Saúde e o IAS já lançaram o programa de proximidade de amostragem, a partir do dia 26, e esse trabalho está quase concluído.
As demais pessoas (um número não elevado) não se submeteram ao teste. Até às 09h00 da manhã do dia 30 de estas pessoas poderão realizar o teste. Após este período todos serão encaminhados para os postos de teste sob o apoio da PSP. Aqueles que mesmo assim recusem o teste ser-lhes-á aplicada uma observação médica por 14 dias em locais designados.
A Dr.ª Leong Iek Hou relatou que no dia 28 de Setembro, mais 57 pessoas foram submetidas à observação médica, das quais, 17 são residentes de Macau e 40 não residentes de Macau, até ao dia 28 de Setembro (terça-feira), o número o de pessoas submetidas à observação médicas era de 50.917. Actualmente, há 1.502 pessoas que se encontram submetidas a observação médica, das quais, 1,501 pessoas em hotéis designados e 1 pessoas em instalações dos Serviços de Saúde.
Desde o surgimento do 65.º caso relacionado com caso importado até ao presente momento, foram identificados, através da pesquisa epidemiológica, 1.838 pessoas das quais 72 são contactos próximos, 1.568 com percursos cruzados, 198 contactos próximos por via secundária.
Em resposta aos jornalistas, a Coordenadora referiu que a fim de melhorar ainda mais a gestão das medidas de observação médica aplicáveis a pessoas que regressam a Macau de áreas de médio e alto risco, as autoridades estão a rever os procedimentos para os diferentes níveis de risco, dependendo dos locais de partida, sendo instaladas em locais de observação médica, com diferentes frequências de testes de ácido nucleico necessários definidos consoante os diferentes graus de risco. Quanto aos hotéis onde são acomodadas as pessoas que regressam a Macau de áreas de alto risco, os trabalhadores que prestam serviços nestes locais serão sujeitos a requisitos mais exigentes. As medidas de fortalecimento acima precisam ser revistas com a Direcção dos Serviços do Turismo e a indústria, incluindo a área de gestão de pessoas em circuito fechado, a frequência dos testes de ácido nucleico e a localização de realização de observações médicas, etc. As decisões serão anunciadas a seu tempo.
Sobre ajustamento de medidas para pessoas provenientes de áreas de médio e alto risco a Dr.ª Leong Iek Hou explicou que devido à actual baixa taxa de vacinação de Macau, se as medidas de prevenção de epidemia forem tomadas de forma atenuada, o risco de ocorrência doença grave e morte em pessoas não vacinadas aumentaria.
Caso a taxa de vacinação em Macau aumente será possível ajustar a política de prevenção epidémica. Até agora, os locais com casos confirmados na Região de Taiwan, Hong Kong e Interior da China também são classificados como áreas de médio risco, enquanto alguns outros países ou regiões estrangeiras são classificados como áreas de alto risco, as autoridades farão ajustamentos dinâmicos com base na epidemia.
Sobre a situação ocorrida nos hotéis Golden Crown China Hotel e o Hotel Tesouro a Dr.ª Leong Iek Hou explkicou que ambos hotéis pertencem à mesma sociedade gestora, os segurança dos dois hotéis partilham um vestiário. Em termos de administração, o hotel organizou pessoal com o mesmo tipo de trabalho e risco dos dois hotéis no mesmo vestiário, o que está de acordo com o princípio da prevenção epidémica. No futuro, as autoridades também irão verificar se os hotéis podem ser classificados melhor. Por exemplo, caso os hotéis tenham um método de gestão independente e recursos suficientes, podem separar os vestiários com base nos riscos de trabalho dos funcionários.
Dr.ª Leong Iek Hou explicou ainda que após uma avaliação de risco, o 68.º caso foi considerado de baixo risco já que teve resultados negativos em três testes ( 23, 24 e 25 de Setembro) e só no dia 28 é que teve um teste positivo. Contudo por questões de segurança, as autoridades farão o acompanhamento de saúde das pessoas que estiveram no mesmo autocarro com ele, inclusive submetendo-as a observação médica por 14 dias em hotéis designados.
A Dr.ª Leong Iek Hou também explicou que os Serviços de Saúde irão emitir um certificado claro informando que os interessados que determinadas pessoas foram submetidas a observação médica com base nas exigências de prevenção de epidemia. Embora as empresas tenham regulamentos diferentes, a “Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis” claramente estipula que não é aceitável demitir funcionários devido a situações relacionadas com doenças transmissíveis.
A Dr.ª Leong Iek Hou mencionou ainda que que o local de residência do 71.º caso é na Cidade de Zhongshan, e as autoridades forneceram as informações do doente aos serviços relevantes no Interior da China. O doente teve um resultado negativo de teste de ácido nucleico em 24 de Setembro e foi submetido à observação médica de quarentena até que ao resultado do teste desse positivo no dia 28, sendo acreditado que o risco de transmissão na comunidade não seja alto. De acordo com os dados de ontem (28), o número de pessoas envolvidas nas três áreas do código amarelo relacionadas com as áreas de residência dos 68.º, 69.º e 70.º caso são de 67, 222 e 72, respectivamente.
Foi feita ainda nota da forma como autoridades decidem se são realizados apenas testes de ácido nucleico ou se são necessiários testes sorológicos com base na avaliação de risco das pessoas.
Além do teste de ácido nucleico de alta frequência, os contactos próximos também estão sujeitos a testes sorológicos.
As pessoas que tenham um trajecto comum, são tratados de acordo com seu nível de risco.
A Dr.ª Leong Iek Hou médica apelou mais uma vez os cidadãos para ficarem alerta de epidemia, devendo continuar a tomar bem medidas de protecção individual e administrar vacinas o mais rápido possível.
Na conferência, a Chefe de Departamento da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lau Fong Chi, reportou o número de pessoas em observação médica em hotéis designados, assim como as respectivas medidas antiepidémicas.
O Chefe da Divisão de Operações e Comunicações do CPSP, Ma Chio Hong relatou a situação dos postos de testes de ácido nucleico em massa, e a situação de entradas e saídas de Macau. Eles responderam às perguntas dos meios de comunicação social.
O Dr. Cheong Kin Ian referiu que o Centro de Prevenção e Controlo em Conjunto entre Zhuhai e Macau têm mantido a estreita comunicação sobre as medidas de passagem transfronteiriça e serão anunciadas novas medidas o mais brevemente possível. Relativamente aos turistas que não podem sair de Macau, de acordo com os dados do IAS, de 25 a 29 de setembro, existem cerca de 600 turistas destes alojaram no Centro de Serviços “Vui Ieng”, situado na Ilha Verde.
Estiveram presentes na conferência de imprensa: o Médico-Adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Tai Wa Hou, a Chefe do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lau Fong Chi, o Chefe da Divisão de Ligação de Assuntos Policiais e Relações Públicas dos Serviços de Polícia Unitários, Dr. Cheong Kin Ian, o Chefe da Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Ma Chio Hong, e a Coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou.