Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2021, registaram um valor de 1.077,6 mil milhões de patacas, representando aumentos de 5,1% face a 31 de Dezembro de 2020 e de 11,9% face ao período homólogo de 2020. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 370,5 mil milhões, 639,0 mil milhões e 68,1 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado, ou seja, mais 7,0%, 2,9% e 18,1% em relação ao final de 2020.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 55,7%, sendo a restante aplicada principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (17,4%), na América do Norte (12,4%), na Europa (11,6%) e na Oceânia (1,5%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 38,0% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 409,3 mil milhões de patacas, ou seja, mais 9,1% face ao final de 2020. Refira-se que os investimentos consistiram em 132,8 mil milhões em títulos representativos de capital, 218,3 mil milhões em obrigações a longo prazo e 58,1 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 35,9%, 34,2% e 85,3%, do total nas respectivas categorias. Entretanto, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong decresceu de 13,6% para 12,1%, tendo diminuído 6,4% o valor de mercado (130,6 mil milhões de patacas). Nota-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 65,7 mil milhões e 59,0 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado.
A carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a aumentar. O valor de mercado de investimentos nestas regiões alcançou 187,0 mil milhões de patacas, que equivaleu a um crescimento de 5,5% relativamente ao final de 2020. O respectivo peso na carteira de investimentos no exterior aumentou de 17,3% para 17,4%. Em particular, cresceu 7,5% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Caimão, situando-se em 96,9 mil milhões de patacas.
A maior parte dos investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 117,9 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 9,4% relativamente ao final de 2020. Entretanto, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior aumentou de 10,5% para 10,9%.
A quota de investimentos em títulos europeus situou-se em 11,6%, traduzindo um acréscimo de 0,3 pontos percentuais em comparação com o final de 2020, enquanto o seu valor de mercado atingia 125,0 mil milhões de patacas, ou seja, mais 7,6%. Entre os países europeus, os investimentos no Reino Unido, no Luxemburgo e na Irlanda representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 28,1 mil milhões, 27,0 mil milhões e 19,4 mil milhões de patacas, respectivamente.
Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota”, com exclusão dos da China, detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado situou-se em 80,3 mil milhões de patacas, correspondentes a uma subida de 1,8% face ao final de 2020, representando 7,4% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu cerca de 588,3 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades de Portugal e do Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).