O Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde, foi informado no dia 22 de Setembro pelos Centro Hospitalar Conde de São Januário sobre um caso suspeito de intoxicação por ciguatera. Os nove doentes, residentes de Hong Kong, consumiram um “Epinephelus”, que pesava mais de três cates, o qual foi pescado num país estrangeiro e oferecido por um dos seus amigos de Hong Kong, tendo side ingerido, no dia 21 do Setembro, pelas 21 horas, numa casa de Macau. Aproximadamente cincos horas depois, manifestaram gradualmente sintomas de dores abdominais, diarreia, paralisia das extremidades, perda de força dos membros, paralisia dos cantos da boca, cefaleias, vertigem e vómitos. Devido ao consumo excessivo, três deles estão internados para serem observados, sendo o seu estado mais grave e, o estado de saúde dos outros é satisfatório. Os seus sintomas clínicos e as informações epidemiológocas revelaram que este caso é considerado como um caso suspeito derivado de envenenamento por ciguatera. As razões de intoxicação por ciguatera são o consumo de peixes que contêm ciguatoxina. Geralmente, a doença manifesta-se no período de 24 horas. Os sintomas principais incluem vómitos, diarreia, paralisia das extremidades e dos cantos da boca, inversão da sensação de frio e calor, dores articulares e mialgias. Os sintomas podem manter-se por um determinado período, variando de alguns dias até algumas semanas. Embora actualmente não haja antídoto efectivo, geralmente pode-se obter um bom prognóstico. O veneno da ciguatera é derivado de um dos micróbios marítimos, chamado “Dinoflagelado”, existente numa alga tóxica que vive na região tropical. Este “Dinoflagelado” cresce nos recifes de corais e algas mortas, espalhando-se pelas zonas de corais, nomeadamente no sul do Oceano Pacífico, Indonésia, Maldivas e Arquipélagos de Nansha, isto é, os peixes de coral que contêm o veneno de ciguatera são provenientes destas zonas. A transmissão de veneno é feita pela cadeia alimentar, através do consumo dos peixes mais pequenos que comem algas, contendo veneno de ciguatera, pelos peixes maiores e destes pelos seres humanos. Os grandes peixes contêm mais veneno do que os peixes mais pequenos. Embora a ciguatoxina esteja no corpo do peixe de coral, especialmente nas vísceras, nestes peixes não aparecem quaisquer sintomas, por isso, não podemos identificar o veneno através da simples observação do seu aspecto, cheiro, sabor e qualidade. Como este veneno não se decompõe pela alta temperatura, esta toxina não pode ser eliminada através da cozedura. Normalmente, os peixes de coral que contêm ciguatoxina são: “Moray Eel, Potato Grouper, Speckled Blue Grouper, Tiger Grouper, High Fin Grouper, Hump Head Wrasse, Areolated Coral Grouper, Black Saddled Coral Grouper, Lyretail, Black Fin Red Snapper, Flowery Grouper and Leopard Coral Grouper”. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para cumprirem rigorosamente as seguintes normas ao ingerirem alimentos para prevenir o envenenamento por ciguatera: 1. Diminuir o consumo de peixe de coral, especialmente o que tenha um peso que ultrapasse os dois cates; 2. Evitar consumir ovos, fígado, intestinos, cabeça e peles de peixe de coral; 3. Quando consumir peixe de coral ou durante o período de envenenamento por ciguatera, deve evitar beber bebidas alcoólicas, assim como ingerir amendoins e feijão ou produtos de soja; 4. Deve adquirir o peixe de coral numa loja que lhe mereça confiança e com alvará. Caso tenha dúvidas, não deve adquirir o peixe; 5. Em caso de aparecimento de quaisquer sintomas de envenenamento por ciguatera, deve imediatamente recorrer ao médico. Os Serviços de Saúde também apelam aos comerciantes dos estabelecimentos de produtos marítimos para observarem o seguinte: 1. Escolher os mercadores por atacado, com boa reputação, para adquirir o peixe de coral, bem como proceder a uma consulta sobre a sua origem; 2. Manter o registo de aquisição do peixe de coral, pois em caso de ocorrência de algum problema, pode identificar-se a origem do respectivo peixe; 3. Cada tipo de peixe de coral proveniente das várias zonas, deve ser colocado num recipiente diferente ou zona diversa de peixe;
4. Evitar adquirir o peixe de coral com preço inferior ao preço do mercado, pois é possível que estes peixes provenham de novas zonas de pesca e faltem informações quanto à existência ou não, nesta zona, de veneno de ciguatera.