De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) referente ao 3.º trimestre de 2021, a duração média mensal da carteira de encomendas dos empresários industriais inquiridos foi de 3,7 meses, sendo superior aos 0,1 meses registados no 2.º trimestre de 2021.
A carteira de encomendas detida pelos sectores de “equipamentos electrónicos/eléctricos”, “produtos farmacêuticos”, “vestuário e confecções” e “outros produtos não têxteis” foi de 6,5, 5,3, 2,3 e 2,2 meses, respectivamente.
No que concerne aos mercados de destino das exportações, da análise ao “Índice geral da situação de encomendas trimestral por mercados”, os empresários inquiridos consideraram, em geral, que a União Europeia foi o mercado de destino com performance relativamente melhor, apresentando um índice de 20,4%. Entretanto, a performance do mercado de outros países da região Ásia-Pacífico e dos Estados Unidos foi relativamente menos favorável.
No que respeita às perspectivas das exportações para os próximos seis meses, os empresários inquiridos que anteciparam uma perspectiva optimista desceram para 7.6% no trimestre em análise, representando um decréscimo de 12 pontos percentuais face ao 2.º trimestre de 2021 (19,6%) e uma diminuição de 44 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado (51,6%). Destes referidos, nenhum empresário previu um “aumento acentuado” e 7,6% previram um “ligeiro crescimento”. Os empresários que anteciparam uma evolução menos favorável foram de 50,4%, subindo, respectivamente, 16,9 e 44,1 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado. De entre estes, 11,6% apontaram para um “ligeiro decréscimo” e 38,8% para um “forte declínio”. Os empresários que previram uma situação “semelhante” desceram de 46,9% no trimestre anterior, para 42% no trimestre em análise, correspondendo a uma quebra de 4,9 pontos percentuais. Tudo isto reflecte que a epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus afecta, continuamente, a economia mundial e que a procura comercial ainda é fraca, tomando, assim, os empresários uma atitude prudente em relação às perspectivas de exportações.
No tocante ao mercado de emprego, o número de trabalhadores da indústria transformadora para exportação registou uma ligeira subida de 1,3% face ao trimestre anterior e uma ligeira descida de 1,1% em comparação com o período homólogo do ano passado. Por outro lado, 38% dos empresários inquiridos afirmaram ter enfrentado a situação da insuficiência de trabalhadores, sendo esta percentagem inferior à verificada no trimestre anterior (47,1%) e superior à verificada no idêntico período do ano passado (34,4%). Além disso, 80,7% dos empresários inquiridos do sector de “equipamentos electrónicos/eléctricos” manifestaram uma procura relativamente notável de trabalhadores, o que significa que a procura de mão-de-obra neste sector é relativamente forte.
De acordo com os resultados deste Inquérito, de entre os problemas que afectam as actividades de exportação, 23,2% dos empresários inquiridos consideraram o “insuficiente volume de encomendas” como o maior problema que estavam a encarar, enquanto 6,2% apontaram para os “preços elevados das matérias-primas”.
Quanto às perspectivas para os próximos três meses, de entre os empresários inquiridos, 72% preocupam-se principalmente com o “insuficiente volume de encomendas”, 45,6% com os “preços elevados das matérias-primas”, 20,7% e 11,9% com a “insuficiência de trabalhadores” e os “preços mais competitivos praticados no estrangeiro”, respectivamente.