De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) no 2º trimestre de 2006, a duração média mensal da Carteira de Encomendas dos industriais inquiridos em Julho de 2006 era de 3,06 meses, número inferior em 2,9% à carteira do trimestre anterior (3,15 meses), mas superior em 0,7% à registada em igual período do ano passado (3,04 meses).
A Carteira de Encomendas com maior duração é detida pelas empresas dos sectores de “Vestuário e Confecção” (3,17 meses) e “Calçado” (2,07 meses), seguindo-se “Outros Sectores” (1,9 meses).
As exportações por mercados de destino, apresentaram uma forte concentração nos dois principais mercados - EUA e UE -, seguindo-se o Canadá. Quanto aos mercados de outros países da Europa, América Latina, Médio Oriente, África, outras regiões da Ásia-Pacífico, Austrália e Japão, esses continuaram a apresentar comportamentos desfavoráveis, com uma situação de Carteira de Encomendas fraca.
No contexto das perspectivas quanto à evolução das exportações nos próximos seis meses, o conjunto das empresas inquiridas que antecipavam uma situação favorável foi de 41,8%, contra 51,2% no trimestre anterior e 51,5% no período homólogo do ano passado. Destas, 30,8% previam um ligeiro crescimento, e 11,0% um forte aumento nas exportações. Entretanto, 38,7% das empresas inquiridas previam uma situação de estagnação, 14,0% um ligeiro decréscimo e 5,4% uma forte declínio nas exportações.
No tocante ao mercado de trabalho, as empresas inquiridas afirmaram que o número de trabalhadores do sector industrial exportador teve um declínio de 3,0% e de 10,2% relativamente ao trimestre passado e ao idêntico período de 2005, respectivamente. Ao mesmo tempo, 67,9% das empresas exportadoras apontaram para uma insuficiência de trabalhadores, sendo valor esse mais alto do que o registado no trimestre anterior (62,9%), mas mais baixo do que o observado no período homólogo de 2005 (70,1%), destacando-se o sector de “Vestuário e Confecção”, com 70,5% das respectivas empresas inquiridas.
Com base nos resultados do Inquérito, nas actividades de exportação do trimestre em causa, 66,2% das empresas inquiridas enfrentaram o problema de “Preços Elevados das Matérias-Primas”, 64,1% de “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro”, 62,7% “Insuficiência de Trabalhadores” e 41,7% de “Salários Elevados”. Relativamente aos problemas acima referidos, que afectam as exportações, os mais importantes sentidos pelas empresas exportadoras foram a “Insuficiência de Trabalhadores” (20,6%) e os “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (17,4%). Para os próximos três meses, as principais preocupações dos industriais inquiridos centram-se nos “Preços Elevados das Matérias-Primas” (57,2%), “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (50,5%), bem como “Insuficiência de Trabalhadores” (50,1%).