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Governo optimista quanto ao desenvolvimento saudável do sector do jogo


O Chefe do Executivo, Edmund Ho, disse hoje (6 de Setembro) que a existência de concorrência no sector do jogo em Macau é normal e o governo está optimista de que o sector vai manter-se com um desenvolvimento saudável. Salientou que o governo vai fazer o possível para resolver as dificuldades das pequenas e médias empresas (PME’s) e a questão dos recursos humanos. Questionado sobre o problema da concorrência desleal, Edmund Ho disse que, desde a liberalização do jogo em 2002, a primeira fase está praticamente concluída, mas a concorrência está apenas a começar. Acrescentou que como no passado não havia concorrência no sector do jogo, a situação actual leva ao aparecimento do desenvolvimento acelerado, que tem efeitos na sociedade, particularmente nos custos das pequenas e médias empresas e pressões no que se refere aos recursos humanos. O Chefe do Executivo sublinhou que o governo está a fazer o possível para encontrar soluções, no entanto, actualmente muitos residentes de Macau conseguiram mais oportunidades de emprego através do crescimento económico. Frisou que “o governo não pode regular o desenvolvimento do mercado, nem a situação criada pela concorrência, pois caso assim seja que tipo de economia de mercado teremos? Que tipo de economia estamos a desenvolver?” Lembrou ainda que Macau não tem muita população e ao longo dos tempos o nível de emprego tem sido relativamente baixo, entretanto, repentinamente surgem postos de trabalho com salários elevados que atraem os recursos humanos, logo, é inevitável a existência de pressões por certo período de tempo. Por isso, o governo espera poder, nas Linhas de Acção Governativa do próximo ano, conseguir algumas medidas concretas de apoio às pequenas e médias empresas, mas é difícil garantir que todas as PME’s consigam continuar a actividade sem pressões. Indicou que a concorrência que Macau enfrenta actualmente, não se trata apenas de uma concorrência do mercado económico interno, pois a capacidade de consumo de Macau está a fluir, cada vez mais, em direcção ao Delta do Rio das Pérolas, não esquecendo que a conclusão das novas redes de comunicação do Delta do Rio das Pérolas vai fazer com que a deslocação de Macau a Cantão demore menos de 30 minutos, e em menos de 40 minutos chega-se a Shenzhen. Deste modo, o fluxo e distribuição da capacidade de consumo ficarão, no futuro, completamente alterados. Assim, tanto as PME’s como as grandes empresas de Macau terão dificuldades em sobreviver, caso não consigam adaptar-se e atingir o padrão de exigência. “É claro que esta realidade é muito diferente quando comparado há 20 anos, mas todos nós temos de ter um conhecimento claro sobre esta realidade”. Referiu ser óbvia e natural a existência de concorrência no sector do jogo. “A concorrência traz progresso, mas será que durante o processo toda gente se sentirá feliz e despreocupado? É claro que não. Especialmente, quando as personagens principais que operam no sector do jogo em Macau, têm a sua personalidade, logo durante este processo alguém poderá se sentir enfastiado. Mas, se o governo regular, previamente, a concorrência acontecerá uma situação totalmente fora do normal. Acrescentou que a partir de simples dados pode-se ver que a concorrência é maior, sendo natural que a taxa de ocupação do mercado se altere. No entanto, os lucros de cada operadora têm registado aumentos, apenas uns com aumentos mais rápidos que os outros, não havendo indícios ou registo de qualquer decréscimo nos lucros. “No futuro, quando as seis grandes empresas entrarem todas em concorrência, é provável que alguma delas possa ver os seus lucros a diminuírem, mas trata-se de um fenómeno bastante normal. Contudo, como o bolo é grande, elas nunca terão perdas, pelo contrário, cada uma delas irá adoptar o seu esquema e assim o sector tornar-se-á cada vez melhor”. Lembrou que a concorrência no mercado do jogo pode ir de 10, 15 ou mesmo 30 anos e não perdurar apenas durante alguns anos. Disse que no momento não vê possibilidade de emitir mais uma licença de jogo e acredita que, a longo prazo, Macau continuará com a situação de “3+3”, e assim não surgirá a situação nociva de que entre os seis operadores, cinco venham a registar perdas. Por isso, o governo está optimista quanto ao desenvolvimento saudável do sector. Como Macau tem as suas próprias potencialidades de mercado, o governo permite, por um lado, uma concorrência liberal, mas por outro não irá, tal como em Las Vegas, emitir dezenas de licenças. Nestas circunstâncias o governo vai procurar um caminho que seja relativamente estável para a concorrência no sector, e nas próximas décadas a economia de Macau possa manter a sua competitividade e tornar-se num centro de jogo, turismo, convenções e exposições da região do Delta do Rio das Pérolas e até da Ásia Pacífico.