Na conferência de imprensa realizada no dia 24 de Fevereiro pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a Chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis do CDC dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou afirmou que, até 24 de Fevereiro de 2022, foram registados 80 casos da COVID-19 e 79 casos já tiveram alta hospitalar. Até ao momento não foi registada qualquer infecção entre profissionais de saúde nem casos mortais. Há um total de 31 casos de infecção assintomática, todos são casos importadas do exterior, entre os quais, 9 casos encontram-se em isolamento do período de convalescença, 4 casos tiveram alta após o isolamento de convalescença. Neste momento, no Centro Clínico de Saúde Pública, no Alto de Coloane, há um (1) caso confirmado importado do exterior, dezoito (18) casos de infecção assintomática, nove (9) casos que se encontram em isolamento do período de convalescença, dois (2) casos que deram resultado indeterminado nos testes, bem como treze (13) contactos próximos.
Vacinação: até às 16h00 de 24 de Fevereiro, foram administradas 1.092.080 doses da vacina. Existem 520.702 pessoas que receberam pelo menos 1 dose da vacina, das quais há 31,994 com a primeira dose da vacina, 384.387 pessoas e 104.321 pessoas completaram as duas e três doses da vacina, respectivamente. Nas últimas 24 horas, foram registados onze (11) eventos adversos ligeiros; zero (0) eventos adversos graves, sendo quatro (4) casos relativos à vacina inactivada da Sinopharm, e sete (7) relacionados com a vacina de mRNA. Desde o início da vacinação até ao presente momento, houve 4.306 notificações de eventos adversos, incluindo 4.294 ligeiros, doze (12) graves.
Testes de ácido nucleico: foram testadas em Macau 23.751 pessoas no dia 23 de Fevereiro de 2022.
Observação médica: por 7 dias consecutivos entre 17 e 23 de Fevereiro de 2022 mais 488 pessoas foram submetidas à observação médica, das quais 217 são residentes de Macau, 271 não residentes de Macau. Até ao dia 23 de Fevereiro de 2022, o número acumulado de pessoas submetidas à observação médica era de 60.208. Actualmente, há ainda 1.051 pessoas que se encontram submetidas à observação médica, todas em hotéis designados.
Em relação ao andamento de aquisição de medicamentos – via oral - contra a COVID‑19 a Dr.ª Leong Iek Hou disse que existem em Macau dois tipos de medicamentos antivirais injetáveis, um para o tratamento de pacientes diagnosticados de leve a moderado e outro para pacientes diagnosticados em situação grave, também estão armazenados medicamentos tradicionais chineses para efeitos de tratamento. Actualmente, em todo o mundo, só existem com relevo duas farmacêuticas que produzem medicamentos orais: Merck Sharp & Dohme (adiante designada por MSD) e Pfizer para o tratamento do novo tipo de coronavírus. Os Serviços de Saúde estão a adquirir esses dois tipos de medicamentos, prevendo-se que a primeira chegada a Macau dos medicamentos orais contra SARS-CoV-2 da MSD aconteça entre o fim do primeiro trimestre e início do segundo trimestre do corrente ano.
A Dr.ª Leong Iek Hou referiu que a principal função dos medicamentos orais é reduzir, o mais rápido possível, a replicação do vírus no organismo e diminuir o risco de agravamento da doença. Os destinatários destes medicamento serão pessoas que não tenham sido vacinados e correm factores de risco, tais como os indivíduos com alta idade, obesidade e com doenças crónicas, entre outros. Os Serviços de Saúde estão a elaborar as orientações sobre as normas do uso de medicamentos orais para tratamento da COVID-19.
Sobre uma eventual insuficiência de camas no Centro Clínico da Saúde Pública, a Dr.ª Leong Iek Hou respondeu que desde o inicio do ano e até à data foram registados 30 casos em Macau, dos quais um foi confirmado e 29 casos foram diagnosticados com infecção assintomática, alguns dos quais se recuperaram e tiveram alta hospitalar. Actualmente, o Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane dispõe-se de 60 enfermarias, com 110 camas. Estão ocupadas 40 enfermarias para a acomodação de 43 pessoas. Se o número de casos positivos aumentar, haverá mais acompanhantes e pessoas de contatos próximos, estes terão que ser acomodados no Centro Clínico de Saúde Pública por terem maior risco de infecção.
Sobre as medidas antiepidémicas, Dr.ª Leong Iek Hou afirmou que do posto de vista de controlo de doenças transmissíveis, é muito importante a redução do fluxo de pessoas, especialmente os indivíduos provenientes das áreas de risco de média a alta. Desde a detecção do primeiro caso importado de Hong Kong, a 11 de Fevereiro, registou-se cumulativamente até agora 13 casos. Ou seja, entre as 497 pessoas que entraram Macau provenientes de Hong Kong, registaram-se 13 casos, sendo que a taxa positiva foi de 2,6%; e a maioria deles foi detectado durante o período de observação médica. Embora tenham adoptado a gestão em circuito fechado aos respectivos hotéis, pode ainda aumentar o risco do pessoal dos hotéis, o que pode constituir um risco para a comunidade. Portanto, é necessário que os indivíduos provenientes de Hong Kong sejam submetidos a observação médica em Hoteis com especificações mais elevadas, para facilitar a gestão centralizada, o que pode reduzir o risco em caso de ocorrência de caso positivo. A Dr.ª Leong Iek Hou também destacou que, dependendo da evolução epidémica em Hong Kong, as autoridades não excluem a possibilidade de ajustamento das medidas antiepidémicas ou implementação das medidas de observação médicas ainda mais rigorosas.
Sobre a questão dos veículos com matrículas bilaterais poderem entrar em Macau provenientes de áreas de alto risco, a Dr.ª Leong Iek Hou respondeu que estas pessoas também têm de cumprir os respectivos requisitos antiepidémicos para entrarem em Macau, e que os veículos que chegam a Macau provenientes de áreas de alto risco devem ser estacionados na ala leste do parque de estabelecimento do ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau até a conclusão da quarentena das pessoas em causa.
As autoridades competentes continuarão monitorizar a evolução epidémica em todo o mundo, fazendo estudos e julgamentos com base nas necessidades e riscos da epidemia e ajustando dinamicamente as medidas antiepidémicas, não se exclui quaisquer medidas antiepidémicas, incluindo restrições de entrada, reforço das condições de entrada, período de observação médica e entre outras.
Actualmente, as autoridades estão a melhorar o plano de preparação de Centro de Tratamento Comunitário, para lidar com o eventual surgimento de muitos casos confirmados, bem como triagem e tratamento eficazes de casos confirmados e indivíduos de contacto próximo, de modo a reduzir o risco de transmissão comunitária. O respectivo plano irá formular medidas faseadas de acordo com diferentes cenários que possam ocorrer em Macau, nomeadamente, numa situação extrema onde haja um grande número de doentes num curto período de tempo e que exceda a capacidade de resposta de Macau, irá solicitar apoio do Governo Central. Mas a Dr.ª Leong Iek Hou enfatizou que o mais importante é fazer os trabalhos antiepidémicos precocemente para evitar a propagação do vírus na comunidade.
Questionada sobre a eficácia dos resultados dos testes de ácido nucleico, respondeu que os resultados dos testes de ácido nucleico são afectados por muitos fatores, nomeadamente, a qualidade da amostragem e a precisão dos métodos de teste e o mais importante é o facto de que as doenças transmissíveis possuem um período de incubação, o que podem levar a um resultado negativo do teste antes da entrada do indivíduos em Macau e um resultado positivo à entrada ou durante o período de observação médica. Por estas razões, exige-se a realização de teste de ácido nucleico a todos os indivíduos à entrada dos diversos portos fronteiriços de Macau, bem como a implementação de medidas de observação médica em isolamento, de modo a concretizar as políticas de “prevenir casos importados e evitar o ressurgimento interno”.
Sobre a vacinação, a Dr.ª Leong Iek Hou manifestou que devido à promoção eficaz do Governo sobre a importância da vacinação por diversos meios, à situação epidémica nas regiões vizinhas, registou-se uma subida significativa do número de marcações para vacinação em todos os postos de vacinação. Passou de cerca de 1.000 doses por dia para cerca de 3.000 doses por dia, das quais, dois-terços marcaram a terceira dose e o número de adolescentes, crianças ou pessoas com idade superior a 60 anos que se vacinaram para a primeira dose também aumentou significativamente. No entanto, salientou que a actual taxa de vacinação em Macau ainda não é satisfatória e voltou a apelar aos indivíduos que preencham os requisitos para se vacinarem o mais cedo possível.
Segundo as estatísticas de Hong Kong, existe uma diferença de cerca de 18 vezes quanto ao risco de mortalidade dos vacinados e não vacinados; a taxa de mortalidade de pessoas não vacinadas é de cerca de 5,4 por 1.000, enquanto a das pessoas vacinadas é de 3 por 10.000.
Em nome da DSEDJ a Dr.ª Leong Iek Hou explicou que existem actualmente cerca de 30 estudantes que estão a frequentar curso do ensino superior em Hong Kong que pretendem regressar a Macau antes de Março. Em cumprimento das medidas antiepidémicas e das respectivas disposições, eles reservaram os quartos junto dos hoteis de observação médica, a DSEJ irá comunicar de perto com os alunos e prestar assistência.
Na conferência, a Chefe de Departamento, Dr.ª Lau Fong Chi relatou o número de pessoas em observação médica em hotéis designados. O Chefe da Divisão, Dr. Ma Chio Hong relatou a situação da entrada e saída de Macau na semana passada. Eles responderam as perguntas dos jornalistas.
Estiveram presentes na conferência de imprensa: a Chefe do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Lau Fong Chi; a Chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis do CDC dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou; o Chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Lei Tak Fai.