Os resultados do 5º “Estudo Sobre o Consumo do Tabaco pelos Jovens de Macau” demonstram que em 2021, 3,8% dos estudantes em Macau com idade entre os 13 e os 15 anos contam como consumidores de tabaco tradicional, uma diminuição significativa de 2,3% em relação ao 2015 (6,1%). No entanto, 4% destes jovens estão a usar cigarros electrónicos, registando um aumento de 1,4% face a 2015 (2,6%), sendo superior à percentagem do actual uso de cigarro tradicional (2,1%).
O Estudo Sobre o Consumo do Tabaco pelos Jovens de Macau, cujos resultados irão servir de referência para a formulação de políticas para o controlo de tabagismo, tem como objectivo monitorizar o consumo de tabaco pelos jovens e mantê-los afastados de tabaco.
O Estudo foi efectuado em 25 escolas e a um total de 1.820 jovens estudantes com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos de Macau. 82,2% dos quais responderam aos inquéritos.
Os resultados revelam que em 2021, o consumo de vários tipos de tabaco tradicional entre estudantes de Macau com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos diminuiu bastante em comparação com 2015. O consumo de produtos de tabaco tradicionais diminuiu significativamente de 6,1% (2015) para 3,8% (2021), correspondendo a uma diminuição significativa de 2,3%.
O consumo de cigarro tradicional diminuiu de 2,7% (2015) para 2,1% (2021), correspondendo a uma diminuição de 0,6%.
Quanto à exposição ao fumo passivo, as respostas dos estudantes são relativamente idênticas às dadas em inquéritos anteriores, sendo 36,3% deles vítimas de fumo passivo em espaços públicos fechados e 30,1% deles vítimas do fumo passivo em casa. Os números de 2015 eram respectivamente 39,8% e 30,3%.
Importa salientar que este estudo revela uma tendência ascendente do uso de cigarros electrónicos entre comunidade juvenil.
Actualmente, 4% dos estudantes com idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos são consumidores de cigarros electrónicos, um aumento de 1,4% em relação ao número registado em 2015 (2,6%) e consideravelmente superior à percentagem (2,1%) de uso de cigarro tradicional. O Estudo descobriu também que 16,1% dos estudantes estão enganados quando pensam que os cigarros electrónicos ajudam quem queira parar de fumar, e 19% deles não sabiam se os cigarros electrónicos realmente ajudam nesse sentido. Estes dados indicam falta de conhecimento dos danos de cigarros electrónicos entre eles. Além disso, 34% dos estudantes responderam que era menos comum encontrarem propagandas contra o uso de cigarros electrónicos do que as contra tabaco tradicional. 46,3% dos estudantes foram ensinados na sala de aula sobre os malefícios dos cigarros electrónicos, muito menor que 69,9%, a percentagem dos que tinham recebido educação sobre os malefícios de tabaco tradicional.
Os estudos transversais comprovaram uma tendência descendente contínua do consumo de tabaco entre jovens de Macau, especialmente de tabaco tradicional que atingiu um nível mais baixo de todo o tempo, mas a possível popularidade de cigarros electrónicos entre jovens constituiu um novo desafio para os trabalhos do controlo de tabagismo.
A nicotina contida nos cigarros electrónicos pode transformar o nosso cérebro a ficar mais propenso à dependência de outras substâncias. Mais ainda assim, os cigarros electrónicos podem se tornar portadores de drogas. Caso alguém ouse colocar Canábis ou outro tipo de droga no líquido dos cigarros electrónicos pode fazer com que os jovens, além de desenvolverem o hábito prejudicial de fumar, fiquem viciados em drogas.
Nos últimos anos, para ganharem mais clientes, os comerciantes têm promovido campanhas de promoção dos cigarros electrónicos como produtos de moda e que causam menos danos quando comparados com o tabaco tradicional, o que induz muitos jovens a experimentar esta ‘novidade’. Na verdade, os cigarros electrónicos abrem uma porta a danos eventualmente mais sérios e prejudiciais à saúde. Quem use cigarros electrónicos fica mais propenso a usar cigarros tradicionais no futuro.
Enfrentando a prevalência de cigarros electrónicos entre os jovens, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs, na 7ª edição da Conferência das Partes, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, apelando a restrições ou a proibições na fabricação, exportação, distribuição, venda e uso de cigarros electrónicos.
Respondendo a este apelo, o governo da RAEM colocou, em 2018, os cigarros electrónicos no âmbito do controlo faz Lei do tabagismo. Actualmente, além de proibir o uso, a venda e a promoção de cigarros electrónicos em vários lugares, o governo iniciou o processo de alteração da lei para fortalecer o controlo da importação e distribuição, especialmente para precocemente proteger a saúde dos jovens.
O governo continuará a seguir a política de controlo do tabaco de promoção da saúde, de forma gradual e por etapas” e implementar as seis estratégias de MPOWER preconizadas pela OMS (incluindo monitorizar o consumo de tabaco e as políticas de prevenção; proteger as pessoas do fumo do tabaco; fornecer apoio para parar de fumar; alertar sobre os danos do tabaco; proibir a publicidade, promoção e patrocínio do tabaco; e aumentar o imposto sobre o tabaco).
Acredita-se que com os esforços de todos os sectores da sociedade em conjunto, pode-se criar um “Macau sem fumo”.