Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2022, registaram um valor de 1.006,1 mil milhões de patacas, ou seja, -8,4% face a 31 de Dezembro de 2021 e -6,6% face ao período homólogo de 2021. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 331,9 mil milhões, 623,6 mil milhões e 50,6 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado, traduzindo quedas respectivas de 14,7%, 3,7% e 17,8% em relação ao final de 2021.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 53,8% do total, sendo a restante aplicada principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (16,4%), na América do Norte (14,2%), na Europa (12,2%) e na Oceânia (1,6%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 34,5% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 347,0 mil milhões de patacas, ou seja, menos 12,9% face ao final de 2021. Refira-se que os investimentos consistiram em 120,5 mil milhões de patacas em títulos representativos de capital, 195,1 mil milhões em obrigações a longo prazo e 31,4 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 36,3%, 31,3% e 62,1% do total nas respectivas categorias. Por seu turno, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong cresceu de 12,2% para 12,4%, não obstante ter diminuído 6,8% o seu valor de mercado (125,1 mil milhões de patacas). Realça-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 52,0 mil milhões e 64,3 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado.
O valor de mercado da carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas alcançou 164,6 mil milhões de patacas, menos 7,2% relativamente ao final de 2021, enquanto o seu peso na carteira de investimentos no exterior aumentou de 16,2% para 16,4%. Em particular, decresceu 3,3% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, situando-se em 83,9 mil milhões de patacas.
A maior parte da carteira de investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 122,6 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma descida de 3,4% relativamente ao final de 2021. Entretanto, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior aumentou de 11,6% para 12,2%.
A quota de investimentos em títulos europeus situou-se em 12,2%, traduzindo um decréscimo de 1,2 pontos percentuais em comparação com o final de 2021 e o seu valor de mercado atingiu 123,1 mil milhões de patacas, ou seja, menos 16,4%. Entre os países europeus, os investimentos no Reino Unido, no Luxemburgo e na Irlanda representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 30,9 mil milhões, 25,1 mil milhões e 18,7 mil milhões de patacas, respectivamente.
Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota” (excluindo a China), detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado desceu 14,7% face ao final de 2021 para 79,9 mil milhões de patacas, representando 7,9% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu cerca de 928,6 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades em Portugal e no Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).