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Informações referentes aos rendimentos dos investimentos da Reserva Financeira da RAEM do ano 2022


Em 2022, a Reserva Financeira da Região Administrativa Especial de Macau sofreu impactos negativos, devido ao surgimento da crise geopolítica, à perturbação da cadeia de abastecimento global causada pela epidemia e ao aumento significativo das taxas de juro por parte dos principais bancos centrais, sendo que foi registada uma perda em termos do valor contabilístico de MOP20,75 mil milhões nos investimentos anuais da Reserva Financeira, sendo a sua rentabilidade anual -3,4%, tendo superado os padrões do mercado. Nos últimos cinco anos, ou seja, de 2017 a 2021, a Reserva Financeira registou um lucro contabilístico total de 95,18 mil milhões de patacas.

Até finais de 2022, o valor dos capitais da Reserva Financeira ascendeu a MOP557,97 mil milhões, dos quais a reserva básica representava MOP185,13 mil milhões e a reserva extraordinária MOP372,84 mil milhões.

Implementação de várias medidas de modo a minimizar o risco

No ano passado, o mercado financeiro testemunhou a ocorrência de um fenómeno raro nas últimas dezenas de anos, ou seja, registaram-se, simultaneamente, rendimentos negativos em termos dos investimentos em acções e em obrigações. Aliás, os índices de referência das obrigações e das acções dos mercados globais decresceram 11,2% e 19,8%, respectivamente. A níveis mundial e regional, os fundos públicos e os fundos de pensões, de grande dimensão, registaram, igualmente, graves perdas em termos de valor contabilístico. Face ao profundo ajustamento do mercado, a Reserva Financeira implementou várias medidas para controlar os riscos, destacando-se a alocação dos activos nos depósitos no mercado monetário, que têm uma natureza mais segura e flexível, através do ajustamento dinâmico da afectação dos seus activos, de forma a assegurar a preservação do capital e aumentar os rendimentos dos juros. Além disso, procedeu-se ainda à redução da afectação dos activos de risco relativamente alto, com vista a reduzir as perdas contabilísticas, bem como se implementou o mecanismo de “hedge” nas áreas de activos de risco e de exposição cambial, tendo como objectivo reduzir os impactos negativos decorrentes das quedas verificadas nos mercados de acções, de obrigações e de câmbios, de modo a permitir que os investimentos do regime da Reserva Financeira fossem melhor assegurados, numa situação em que os mercados financeiros globais verificaram uma flutuação extrema.

No domínio dos activos de “equity”, verificou-se uma queda de 20% em relação ao valor das acções nos mercados accionistas globais. Perante esta situação, a Reserva Financeira adoptou várias estratégias eficientes para minimizar as perdas em termos do valor contabilístico dos investimentos em activos de alto risco, nomeadamente, a implementação de uma estratégia de cobertura através de transaccções de “futures, a redução proactiva da alocação de investimentos em acções, e a optimização da estrutura da carteira de investimentos em acções gerida por sociedades de gestão de activos contratadas externamente.

No capítulo dos investimentos em obrigações, tendo presente que os principais bancos centrais aumentaram as taxas de juro de modo a conter a inflação, os mercados obrigacionistas globais sofreram uma perda significativa. Para o efeito, a Reserva Financeira procedeu, por um lado, à alocação mínima de obrigações estrangeiras e, por outro, aumentou os investimentos em obrigações em RMB, que se caracterizam por um nível de rendimento mais estável, sendo utilizadas, de forma atempada, ferramentas de cobertura em relação às taxas de juro, a fim de mitigar as perdas decorrentes da queda do valor das obrigações.

No ano passado, aumentou-se a proporção da afectação de depósitos no mercado monetário de baixo risco, no sentido de permitir a mobilização de fundos, de montante significativo, para dar cobertura ao défice orçamental, por parte do Governo. Paralelamente, beneficiando do aumento das taxas de juro do HKD e do USD, registou-se um acréscimo considerável da receita de juros no mercado monetário em relação ao ano passado, o que contribuiu com um rendimento de investimento estável para a Reserva Financeira. A nível do mercado cambial, tendo em conta o fortalecimento constante do USD verificou-se a depreciação de moedas de várias jurisdições face ao USD, como por exemplo o RMB. Por sua vez, a Reserva Financeira realizou um ajustamento adequado do nível de risco no âmbito da exposição cambial, com recurso aos instrumentos respeitantes às trocas cambiais, por forma a limitar as perdas relacionadas com a reavaliação cambial.

Realização do ajustamento dinâmico com vista a equilibrar os riscos e os rendimentos

Perspectivando o ano de 2023, as organizações internacionais prevêem que o crescimento económico global continue a abrandar. Actualmente, tendo presente que, por um lado, a inflação mantém-se num nível elevado e, por outro lado, que os bancos centrais continuam a reforçar as medidas de aperto das políticas monetárias, bem como que a ameaça provocada pela crise geopolítica ainda não seja aliviada, verifica-se a possibilidade de os valores dos activos financeiros continuarem a sofrer grande flutuação, o que constitui um desafio para a afectação dos investimentos.

Num ambiente de mercado assente em complexidades e mudanças constantes, a Reserva Financeira continuará a manter uma elevada proporção de activos de baixo risco, a fim de equilibrar os riscos e os rendimentos, combinando, ainda, com a implementação de medidas prudentes em termos da afectação dos investimentos e da realização do respectivo ajustamento dinâmico de acordo com a situação concreta da economia global e dos mercados financeiros internacionais, no sentido de reforçar os rendimentos a médio e longo prazo.



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