Os Serviços de Saúde foram notificados para a detecção de um caso suspeito de Tsutsugamushi, vulgarmente conhecido como Tifo Epidémico (Scrub Typhus), sendo o segundo caso suspeito de Tsutsugamushi em Macau deste ano.
O caso foi diagnosticado num homem de 44 anos de idade, trabalhador não residente, de nacionalidade chinesa, na área de arborização e de jardinagem. Desde meados de Maio, procedeu à remoção de ervas nas colinas que ficam detrás da zona de vivenda de Long Chao Kok. Durante este período, este trabalhador realizou trabalhos na mata, com deslocações diárias para a cidade de Zhongshan onde mora, alegando não ter passado por áreas relvadas quando estava em Zhongshan. No dia 26 de Maio, o doente apresentou erupção cutânea no pé direito e por todo o corpo, tendo recorrido ao Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia para tratamento médico. Em 1 de Junho, desenvolveu febre e teve dores musculares em todo o corpo. Em 2 de Junho, ele deslocou-se ao serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, e foi internado para observação e tratamento médico. Ao realizar o exame, foi detectada na virilha direita uma crosta do tamanho de um arroz de amendoim. Depois de tratamento, os sintomas apresentaram melhoras significativas. De acordo com os sintomas e sinais vitais, o diagnóstico clínico do doente é a doença de Tsutsugamushi. Segundo o doente, os familiares e colegas de trabalho não apresentaram nenhum sintoma semelhante.
A doença tsutsugamuchi é uma doença infecto-contagiosa aguda provocada pela picada de larvas portadoras de Rickettsia tsutsugamushi.
Os roedores (ratos) que existem nas selvas com temperatura e humidade elevadas, cobertas de ervas constituem o habitat natural e de multiplicação de Rickettsis tsutsugamushi. As larvas de Rickettsia parasitam nos ratos e estes ficam infectados e se as pessoas forem picadas pelas larvas portadoras de Rickettsia tsutsugamushi que existem nas selvas podem ficar doentes. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, exantema e possuiu uma característica especial: o local da picada da larva forma uma escara indolor com um buraco no centro. Se não for tratado imediatamente, um pequeno número de pacientes pode desenvolver complicações graves, incluindo pneumonia, encefalite e miocardite, resultando em insuficiência respiratória, choque e mesmo morte, com uma taxa de mortalidade até 60% dos pacientes afectados. Até ao presente momento, não existe vacina para prevenir a mesma e a administração de antibióticos constitui o tratamento mais eficaz.
Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos e aos trabalhadores para tomarem obrigatoriamente as seguintes medidas, quando realizam actividades no parque, na zona relvada e no campo:
- Relativamente à protecção pessoal, quando viajar, trabalhar ou realizar actividades em zonas relvadas e no campo, deve caminhar preferencialmente pelo trilho pedestre, evitando passear pelas zonas relvadas ou de mata;
- Caso tenha acesso às zonas de risco, deve usar vestuário de protecção como roupas com mangas compridas, calças compridas, botas altas, luvas, entre outros;
- Aplicar repelente anti-mosquito contendo DEET no vestuário e nas partes expostas, evitando picadas de mosquitos e insectos portadores de rickettsia;
- Ao sair da região afectada, deve tomar banho e substituir todo o vestuário o mais breve possível, afim de evitar picadas de mosquitos e o transporte de insectos portadores de rickettsia;
- Caso tenha sintomas de febre, deve recorrer imediatamente ao médico para tratamento.
Os órgãos e o pessoal responsáveis pela gestão das zonas de parque e de campo:
- Devem eliminar periodicamente as ervas daninhas, a fim de controlar o habitat e reduzir a densidade de larvas de Rickettsia, assim como proceder de forma periódica aos trabalhos de controlo de roedores para evitar a proliferação dos mesmos.