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Polícia Judiciária alerta a população sobre esquema fraudulento através da inteligência artificial


Recentemente e pela primeira vez, a polícia de Hong Kong descobriu que os burlões aproveitaram-se da tecnologia de IA para enganar empresas. Neste caso, através da tecnologia de deepfake (falsificação profunda) da inteligência artificial o burlão fingiu ser um director financeiro de uma empresa multinacional e instruiu os funcionários da empresa filial de Hong Kong, através de SMS, para participarem numa videoconferência. Durante esta videoconferência, os funcionários acreditaram firmemente que esse director financeiro era mesmo real e verdadeiro, tal como acreditaram na identidade de outros funcionários financeiros da mesma empresa. Assim, seguindo as instruções que lhes foram dadas daquela forma, procederam a várias transferências, totalizando cerca de 200 milhões de dólares de Hong Kong. Posteriormente, os funcionários contactaram com a sede da empresa multinacional e, só então, descobriram que tinham sido enganados.

Até ao momento, ainda não se registou em Macau nenhum caso deste género contudo, é inegável que, face ao rápido desenvolvimento da inteligência artificial nos últimos tempos, é muito difícil identificar se é verdadeiro através da tecnologia deepfake (falsificação profunda). Os burlões podem fazer o download de um vídeo verdadeiro na rede e, através da tecnologia deepfake, procedem à alteração, fazendo a sincronização labial e adicionando vozes falsas para criar um novo vídeo o qual poderá ser usado durante a chamada de vídeo para enganar os cidadãos.

Assim, o Centro de Coordenação de Combate à Fraude da PJ vem alertar os cidadãos e as empresas para estarem sempre muito atentos para evitarem qualquer prejuízo.

Conselhos para a prevenção:

1. Em caso da dúvida sobre a identidade das pessoas no vídeo, pode solicitar-lhes que façam um determinado gesto frente às câmaras para observar se há alterações nas imagens no ecrã; pode ainda fazer-lhes perguntas para testar a sua identidade;

2. Ao receber pedidos suspeitos de transferência, deve confirmar o mesmo através de outro meio para diminuir o risco de fraude;

3. Deve aperfeiçoar o processo de fiscalização e gestão da alocação de grandes fundos da empresa, nomeadamente quando se realizam transferências ou remessas para contas desconhecidas, devendo ser autorizadas e operadas por mais de uma pessoa;

4. Pessoalmente, nunca forneça facilmente dados biométricos, como imagem do rosto e impressões digitais, para pessoa desconhecida que os quererá usar para fins ilícitos;

5. Se suspeitar que está a ser alvo de uma burla ou tentativa, reporte imediatamente à PJ através da linha aberta para a prevenção das burlas, nº 8800 7777 ou através da linha aberta 993.

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