Nas estatísticas divulgadas hoje (dia 29) pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau – incluindo os indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2024, registaram um valor de 1.223,3 mil milhões de patacas, ou seja, +10,7% face a 31 de Dezembro de 2023 e +14,1% face a 30 de Junho de 2023. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 372,1 mil milhões, 722,1 mil milhões e 129,1 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado, traduzindo variações respectivas de +11,0%, +4,1% e +71,1%, em relação ao final de 2023.
Em termos de distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 45,9% do total, sendo a restante aplicada principalmente na América do Norte (19,6%), na Europa (18,1%), no Atlântico Norte e Caraíbas (12,2%) e na Oceânia (1,7%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 29,7% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 363,2 mil milhões de patacas, mais 15,5% face ao final de 2023. Refira-se que os investimentos consistiram em 91,5 mil milhões de patacas em títulos representativos de capital, 190,3 mil milhões em obrigações a longo prazo e 81,4 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 24,6%, 26,4% e 63,1% do total nas respectivas categorias. Por seu turno, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong reduziu-se de 10,8% para 9,4% e o seu valor de mercado diminuiu 2,8%, cifrando-se em 115,5 mil milhões de patacas. Realça-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 38,1 mil milhões e 53,2 mil milhões de patacas, respectivamente, em valor de mercado.
A maior parte da carteira de investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 212,4 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 13,2% relativamente ao final de 2023, tendo o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior aumentado de 17,0% para 17,4%.
A quota de investimentos em títulos europeus situou-se em 18,1%, traduzindo um acréscimo de 2,2 pontos percentuais em comparação com o final de 2023 e o seu valor de mercado atingiu 221,6 mil milhões de patacas, mais 26,4%. Entre os países europeus, os investimentos na Irlanda, no Luxemburgo e no Reino Unido representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 70,7 mil milhões, 50,8 mil milhões e 34,9 mil milhões de patacas, respectivamente.
O valor de mercado da carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas alcançou 148,7 mil milhões de patacas, menos 6,4% relativamente ao final de 2023. O respectivo peso na carteira de investimentos no exterior diminuiu de 14,4% para 12,2%. Salienta-se que baixou 6,3% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, situando-se em 74,1 mil milhões de patacas.
Quanto aos títulos emitidos por países integrados na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” (excluindo a China), detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado cresceu 12,3% face ao final de 2023 para 116,6 mil milhões de patacas, representando 9,5% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu 859,9 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades em Portugal e no Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).