Em apoio às acções do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), destinadas a acelerar o desenvolvimento das tecnologias de ponta e a formar quadros qualificados na área científica, a Fundação Macau (FM) e a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) decidiram conceder, respectivamente, apoio financeiro e apoio administrativo, através da celebração de um acordo de cooperação, ao projecto de satélites “Macau Science 2” da Fundação Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (Fundação MUST). Assim, o Presidente do Conselho de Administração da FM, Wu Zhiliang, e a Directora da DSEDT, substituta, Chan Tze Wai, assinaram, hoje (dia 16), o “Acordo de cooperação relativamente à concessão de apoio financeiro para o projecto de satélites ‘Macau Science 2’ da Fundação Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau”.
O projecto “Macau Science 2”, tal como o projecto “Macau Science 1”, compreende dois satélites, mas os satélites “Macau Science 2” orbitam numa órbita elíptica e polar. Pretende-se construir uma constelação de satélites que permita uma amostragem mais ampla sobre o campo magnético da Terra, oferecendo dados de observação com maior resolução, passando estes dados a ser tridimensionais e captados em órbita elíptica, e não apenas bidimensionais e captados em órbita circular. Prevê-se alcançar resultados significativos em estudos sobre a Terra profunda, o mar profundo e o espaço profundo, contribuindo, em certa medida, para promover a investigação científica, respondendo a necessidades económicas do País, e para estimular o desenvolvimento científico de Macau, aumentando o seu papel a nível internacional.
Wu Zhiliang referiu que, em 2019, a FM atribuiu MOP200 milhões para apoiar o projecto “Macau Science 1”, que compreendeu o desenvolvimento dos satélites “Macau Science 1”, estabelecendo uma estação em Terra, entre outros trabalhos, tais como, estudos científicos e a divulgação do conhecimento científico daí advindo. Este projecto veio colmatar a lacuna que existia em Macau, na área da exploração de satélites, trouxe maior vitalidade ao desenvolvimento das tecnologias de ponta e foi resultado importante da integração de Macau na conjuntura nacional, no sentido de tornar Macau uma cidade tecnologicamente poderosa, com vista a tornar o nosso País tecnologicamente poderoso. Os dados captados pelos satélites “Macau Science 1” têm sido aplicados em investigação científica, tendo os dados das cargas úteis destes satélites sido, também, divulgados a nível mundial. Após o estabelecimento de uma estação em Terra, em Macau, foram concluídas, com sucesso, missões de satélites, tendo começado a prestar apoio técnico a outros projectos de satélites de grande relevância do Interior da China. Todos estes resultados traduzem o papel de Macau como plataforma de cooperação e intercâmbio entre a China e o resto do mundo. Agora, em cooperação com a DSEDT, a FM irá atribuir cerca de MOP203 milhões para apoiar o projecto “Macau Science 2”, com duração de 5 anos, o que compreenderá, nomeadamente, o desenvolvimento das cargas úteis de satélites para finalidade científica, funcionamento de uma estação em Terra e outros trabalhos, tais como, estudos científicos e divulgação dos conhecimentos advindos. Os satélites “Macau Science 1” e “Macau Science 2” constituirão uma constelação de satélites de alta precisão para monitorizar o campo magnético da Terra, permitindo dar maior contributo à satisfação de necessidades económicas do País e de desenvolvimento da investigação científica e da indústria aeroespacial do País e do mundo. A FM vai cooperar de forma empenhada com a DSEDT, prestando o apoio necessário ao projecto “Macau Science 2” nos termos do acordo assinado.
Chan Tze Wai referiu que, após o lançamento dos satélites “Macau Science 1”, a equipa deste projecto estabeleceu cooperação com académicos renomados de 20 países e regiões, no sentido de realizar mais missões de investigação científica. Desde a divulgação dos dados captados pelos satélites “Macau Science 1”, registaram-se dezenas de milhares de pedidos de descarregamento de dados, tendo sido objecto de atenção constante pelas principais instituições de investigação científica e académicos renomados do Interior da China e do exterior, tendo ainda sido objecto de grande número de notícias no Interior da China e no exterior. Isto demonstra que o projecto recebeu ampla atenção e reconhecimento internacional quanto ao seu desenvolvimento e ao seu potencial. A celebração do acordo de cooperação relativamente ao projecto “Macau Science 2” representa uma nova fase de desenvolvimento e o início de uma nova jornada dos satélites científicos de Macau. Os futuros satélites “Macau Science 2”, juntamente com os já existentes satélites “Macau Science 1”, constituirão uma constelação de satélites, permitindo uma observação mais abrangente e precisa sobre o campo magnético da Terra. No futuro, a DSEDT, vai, de forma proactiva, e juntamente com a FM e outras entidades interessadas, conceder apoio necessário ao projecto, na esperança de, aproveitando o papel de Macau como plataforma de cooperação e intercâmbio internacional na área da investigação científica, e, com esforço e dedicação, pela equipa responsável pelos projectos de satélites de Macau, permitir que seja apoiado o desenvolvimento de tecnologias de ponta em Macau contribuindo, assim, de forma contínua, para com a indústria aeroespacial do País.
O Director do Centro de Dados Aplicados e da Ciência de Constelação de Satélites e coordenador-chefe dos projectos “Macau Science 1” e “Macau Science 2”, Zhang Keke, referiu que, desde o seu lançamento com sucesso em 21 de Maio do ano passado, os satélites “Macau Science 1” completaram mais de 9 mil voltas à Terra e o volume total de dados científicos captados, de alta precisão, atingiu cerca de 20TB, tendo estes dados sido divulgados em todo o mundo a 1 de Agosto de 2024. A equipa responsável pelos projectos de satélites “Macau Science”, com recurso a dados captados pelos satélites “Macau Science 1”, criou o primeiro modelo na China que simula, em tempo real, o campo magnético da Terra, imprescindível à navegação geomagnética, tendo desenvolvido, de forma independente, as tecnologias de base, algoritmos fundamentais e software essencial, tendo criado, preliminarmente, o primeiro sistema de navegação geomagnética em tempo real na China, o que colmatou a lacuna que existia no País. A construção de uma constelação de satélites de alta precisão para estudar o campo magnético da Terra foi traçada no recente “Plano de desenvolvimento da ciência espacial da China a médio e longo prazo (2024-2050)”. Na sequência do lançamento dos satélites “Macau Science 2” e da subsequente construção da constelação de satélites, com maior precisão e resolução no mundo, para estudar o campo geomagnético, Macau tornar-se-á um centro mundial de observação, investigação e aplicação de dados sobre o campo geomagnético.
Estiveram, também, presentes na cerimónia de assinatura do acordo a Vice-Presidente e dois membros do Conselho de Administração da FM, respectivamente, Zhong Yi Seabra de Mascarenhas, Au Weng Chi e Lai Chan Keong, o Chefe do Departamento de Tecnologia, Chan Chou Weng, e o chefe da Divisão de Aplicação Tecnológica e de Apoio, Iong Nin Fai, ambos da DSEDT, a Vice-Presidente e Secretária-Geral do Conselho de Administração da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), Chen Ji Min, e o Vice-Reitor da MUST, Tong Ka Lok.
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